terça-feira, maio 30, 2006

362 - coincidência

Foi, precisamente, a esta hora, há um ano que tudo começou...
365 «posts; 365 dias
Há dez dias, instalei um contador de visitas (está escondido, mas, está cá)
Mil visitas em dez dias, extrapolando, teriam sido 36 500 visitas
Valeu a pena?

361 - beijar uma lágrima

Deixa-me rir

Deixa-me rir
essa história não e tua
falas da festa, do sol e do prazer
mas nunca aceitaste o convite
tens medo de te dar
e não e teu o que queres vender

Deixa-me rir
tu nunca lambeste uma lágrima
desconheces os cambiantes do seu sabor
nunca seguiste a sua pista
do regaço à nascente
não me venhas falar de amor

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
de que falas com tanto apreço
esse curioso alambique
onde são destilados
noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
ser o teu mestre só por um instante
iluminar o teu refúgio
aquecer-te essas mãos
rasgar-te a máscara sufocante

Pois é, pois é
ha quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda Feira

Jorge Palma

segunda-feira, maio 29, 2006

360 - liberdade, menina

«além de monárquico, és a favor da união ibérica?o texto original é em castelhano, está correcto, mas há a versão portuguesa...»
António, não percebo o que tem a minha monarquice a ver com o assunto, mas, enfim.
Na minha opinião, salvo raras excepções (Saramago lê-se muito melhor, traduzido) é preferível o original à tradução.
A decisão da versão original foi muito pensada, permitiu-me falar no Quino e na Argentina...
Permitiu-me elevar a «auto-estima» dos meus meninos; estão a ver? até já lemos em castelhano e tudo...

359 - bUSC


«Ainda apanhas uma indigestão; o que tratando-se de um bicho que se assemelha à lesma, não deve ser agradável. Para a maioria dos nossos autarcas a palavra CULTURA é um sucedâneo de CONSTRUÇÃO.»
«para a próxima dizes à senhora: gosto muito de caracóis... mas não cumprimento ranhosas! (ou achas que é uma frase muito forte?)»


Caro João, sucedâneo é uma substância que pode substituir outra, assim, dizes que para a maioria dos nossos autarcas a CULTURA substitui a CONSTRUÇÃO, para a maioria, talvez [duvido] em Constância, não, de certeza, naquela terra, na nossa terra é muito mais importante um metro de terra alcatroada que uma criança a chorar com fome ou um velho a apodrecer na solidão.

Caro António, percebo o teu humor, os caracóis são uns bicharocos ranhosos e tal e a situação prestava-se à piadola, eh, eh, eh.

Contudo, discordo...

Teria, terei muito gosto em cumprimentar a senhora, não porque nos unam laços de amizade, sim, porque julgo que ambos pretendemos o melhor para o nosso concelho.

Os ataques que faço são políticos, nunca pessoais, ataco ideias e atitudes não as pessoas.

Vou efectuar uma confissão, há alguns anos participava com alguma regularidade na «Bancada Central» nunca disse qual o meu clube, efectuava análises abrangentes, estruturais.
Num dos programas com o Prof. Manuel Sérgio em estúdio, comparei o sr. mourinho a Noah, se há alguém que admiro no desporto é o tenista francês, lembro-me de o ver a dizer que uma bola sua tinha sido fora (o árbitro queria dar-lhe o ponto e a vitória milionária), recordo-me de dizer que desporto era competir, não era vencer a todo o custo ... lembro-me do Prof. responder, pois, mas, o Mourinho é muito amigo da família, como se isso o ilibasse de todas as velhacarias.

Estiquei-me no exemplo, mas, está lá o essencial, todos podemos ser óptimos pais, óptimos filhos, excelentes maridos e esposas ... interessam-me são as atitudes, as atitudes políticas. .

358 - se sonha, cegonha

Vou começar por efectuar um aviso:
Não percebo nada de fotografia...
Sou um simples amador [ não profissional e «gostador»].
As máquinas que utilizo são do mais banal que se tem visto, a olympus que fotografou as cegonhas custou-me trinta e tal euros (em segunda mão), não percebo nada dos 200 asa, dos 400 asa ou de «zooms» e tal.
Vejo, gosto do enquadramento e disparo, como em miúdo apontava a fisga [a latas e tal, não achava piada nenhuma a apedrejar seres vivos] e lá vai disto...

A propósito de enquadramento, esta fotografia tem um óptimo enquadramento, duas cegonhas em quadrados diferentes...

Mais cegonhas ... aqui.

Mais palermices ... aqui.

domingo, maio 28, 2006

357 - escova de graxa ou arma de arremesso? [caracóis]

Se eu fosse gajo de acreditar em premonições diria que ontem tive uma.
Faço este comentário:
«Teclo» estas palavras num parque ambiental que se me tivessem perguntado a opinião não teria sido construído, julgava (continuo a julgar) que há na nossa freguesia e no nosso concelho [obviamente, não me refiro a Vila Franca de Xira] outras prioridades, no entanto, utilizo-o, refiro-o, acarinho-o e quero que ele seja um êxito (quero que tudo na minha freguesia e no meu concelho tenha êxito ou contrário de outros com responsabilidades políticas). [aqui ... às 16H39]
Aproveito para dar um passeio pelo Parque Ambiental, fotografar e lomografar, entretanto estavam a aproximar-se as horas do jogo e vou até Constância...
Uma sagres uns caracóis [écran mais ou menos gigante], o Público... enfim estava criado o ambiente para assistir, tranquilamente, a uma futebolada.
Eis que entra a digníssima vereadora da cultura (eu estava só) e, obviamente, preparei-me para a cumprimentar, pois, imaginei [sou muito ingénuo] que a senhora tivesse curiosidade em saber como estavam a correr as aulas na Universidade Sénior de Constância [recordo que somos três professores voluntários, não remunerados e é impossível a senhora não me conhecer, aliás no dia da tomada de posse tive oportunidade de lhe dar dois beijinhos e trocámos algumas palavras de circunstância] dizia eu, entrou e ignorou-me completamente.
Não que me julgue muito importante, penso, no entanto, que aquilo que procuro fazer pela freguesia, pelo concelho é importante, penso que teria merecido pelo menos um (desejo de): Boa tarde.
Portanto, camarada vereadora, para a próxima vez que nos encontrarmos terei todo o prazer em a cumprimentar e se eu estiver, novamente, a comer caracóis, também, terei muito gosto em partilhá-los consigo...

sexta-feira, maio 26, 2006

356 - medronhos bravos


Memória[1]


Olhar para uma página em branco, faz-me sentir como a minha mãe ao olhar a farinha antes de lhe dar forma. Enquanto ela amassa pão... eu amasso palavras, umas com violência, outras com carinho, tentando que ao tendê-las elas tomem um destino, um sabor.

A transição do Inverno para a Primavera, é um período que nos predispõe à reflexão, a efectuarmos balanços.

“Há uma Primavera em cada vida/ É preciso cantá-la assim florida/ Pois se Deus nos deu voz foi para cantar/ E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada/ Que seja a minha noite uma alvorada/ Que me saiba perder p’ra me encontrar”. Estes versos de Florbela Espanca, ajudam-nos a reflectir, a pensarmos no sentido da vida e no sentido da morte, tal como as sementes, também, nós, por vezes, sentimos necessidade de morrer no Inverno para nascer na Primavera.

“Se tu soubesses como o tempo é lento, esperando/ tu voltarias como o Sol na Primavera/ Trazendo molhos de palavras como cravos/Trazendo o grito de uma força que se espera/ E cheira a seiva, medronhos bravos”.

Num tempo de guerras é necessária Paz, é em nós que a devemos buscar. Os versos acima, escritos por Ary dos Santos, falam-nos de um tempo que para muitos deixou de fazer sentido, um tempo em que os cravos brotavam no cano das G3, um tempo em que a seiva escorria nas árvores (não nos parques ambientais), um tempo em que havia medronheiros (antes de os asfaltarem)... um tempo em que a LIBERDADE, mais que um sonho, era um desígnio.

Vou terminar como comecei, com uma reflexão sobre a família, o gratificante que é colher o que se semeou, numa terra adubada com o sangue, o suor e as lágrimas dos nossos... o bom que é molhar o pão no azeite que esmagámos ou beber o vinho que calcámos com os nossos pés.

[1] s.f. faculdade que o espírito tem de evocar fenómenos passados; fama; exposição sumária; pl. escrito em que o autor narra factos que ele presenciou ou em que participou.

quinta-feira, maio 25, 2006

355 - uma menina chamada Liberdade

Bem, para ler o texto só ampliando... [«clicar» na imagem].
A todos os que colaboraram um profundo agradecimento, a todos os outros que por aqui vão passando, obrigado por visitarem estas páginas...

Espero que amanhã consigamos ser livres...

terça-feira, maio 23, 2006

354 - wwwando e rindo...

A vida, a minha vida, a nossa vida.
Ontem estive sem linha telefónica, achei que o céu tinha desabado na minha cabeça.

Afinal, foi simples a resolução, tudo voltou ao normal, a selecção da república perdeu, Carrilho continua palerma, eu continuo a escrever disparates... cada vez mais longe.

domingo, maio 21, 2006

353 - nem sempre...

Ontem, levantei-me e apliquei 1.10 euros nisto, ando há mais de 24 horas a pensar, elaboro ou não um «post»?
Não ficaria bem com a minha consciência se não o fizesse...
Vejo a «blogosfera» como um espaço de debate, este rosto de criança interroga-me, como deveria interrogar a senhora funcionária pública (presumo) que empunha o cartaz na primeira página do jornal «linkado».
As moscas não atacam, as moscas são insectos irracionais que procuram sobreviver [como as crianças, creiam-me que existem muito mais moscas nas crianças que nos políticos. [Como é que se pode elaborar um cartaz tão infeliz?]
Nada no cartaz é inocente, a cor laranja, as reticências, enfim, quando se manifestar não fale ao telemóvel, poderia ser uma frase de ordem...
Defendo o direito à greve (não às sextas nem às segundas-feiras) não compreendo os profissionais do sindicalismo [sou sindicalizado e tive de pedir por favor para o ser , olharam-me de alto a baixo e disseram-me: Quer-se sindicalizar porquê? Meteu-se "nalguma" mer**, não?] é verdade que devia ter desistido logo ali, mas, os leitores já perceberam que sou um bocadinho teimoso... não querem? agora é que vão ter de me gramar...
Há, no entanto, limites para a contestação, pelos outros, por nós...
Como irá a senhora da imagem defender (trabalhar para, cumprir objectivos e determinações superiores de) quem lhe paga, deixou bem claro o que pensava do «patrão» como poderá continuar a ser útil à instituição (seja ela qual for) sem ser desonesta consigo (com ela) própria, sem se violentar?
Há um bocadinho de hipocrisia nestas manifestações?
[estarei a analisar, isto, mal?]
[novidades no «lomo»]

sábado, maio 20, 2006

352 - galo novo, galo velho


«Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia»
Shakespeare
Quando ontem coloquei isto:

VC said...

O GALO VELHO E O GALO NOVO

Um fazendeiro resolve trocar o seu velho galo por outro que desse conta das inúmeras galinhas.
Ao chegar o novo galo, e percebendo que perderia as funções de cobridor do galinheiro, o velho galo foi conversar com o seu substituto:

- Olha, sei que já estou velho e é por isso que meu dono te trouxe para cá, mas tu poderias deixar pelo menos duas galinhas para mim.

- Que é isso, velhote?! Vou ficar com todas!

- Mas só duas... Ainda insistiu o galo velho.

- Não. Já disse! São todas minhas!

- Então vamos fazer o seguinte, propõe o velho galo, apostamos uma corrida em volta do galinheiro. Se eu ganhar, fico com pelo menos duas galinhas; se eu perder, são todas tuas.

O galo jovem mede o velho de cima a baixo e pensa que, certamente, este não será capaz de vencê-lo.

- Tudo bem, velhote, eu aceito.

- Já que, realmente minhas chances são poucas, deixe-me ficar vinte passos à frente, pediu o galo velho.

O mais jovem pensou por uns instantes e aceitou as condições do galo velho.

Iniciada a corrida, o galo jovem dispara para alcançar o outro galo. O galo velho faz um esforço danado para manter a vantagem, mas rapidamente está a ser alcançado pelo mais novo.
Nesse momento, o fazendeiro pega na espingarda e atira sem piedade no galo mais jovem.

Guardando a arma, comenta com a mulher:

- Não estou a entender ... !
Já é o quinto galo gay que a gente compra esta semana!
O filho da mãe largou as galinhas e estava correndo atrás do galo velho!!!??
- Moral da história:

NADA NEM NINGUÉM SUBSTITUI A EXPERIÊNCIA!
estava longe de imaginar que fosse um tema polémico, li o texto, apenas, como uma piada...

As lutas de galos fazem parte de algumas culturas, existem.

No caso em apreço podemos olhá-lo de três formas e retirarmos uma moralidade diferente de acordo com esse olhar.

Do ponto de vista do fazendeiro:

O homem do campo (como eu) avesso à mudança. O Sol sempre nasceu por trás daquele monte e sempre se pôs lá ao fundo junto ao rio. O galo velho galava as galinhas.
Porquê agora estes galos novos a correrem atrás do galo velho?
Teriam visto o filme do Ang Lee?

[como rapaz do campo, afirmo que os galos não são mortos à cartuchada, corta-se o pescoço e aproveita-se o sangue para fazer arroz de cabidela].

Do ponto de vista do galo novo:

O galito presunçoso, fanfarrão e arrogante (o Mourinho da capoeira) não lhe basta chegar e desempenhar a sua função, sente prazer na humilhação, não vê o «outro» como um colega mais velho e experiente, despreza-o como o governo despreza os excedentários, depois duma vida de trabalho e dedicação, o velho, o galo velho seria, apenas, um fardo.

Do ponto de vista do galo velho:

O sábio, aquele a quem a vida ensinou muito, retira da experiência, ensinamentos (o Pacheco Pereira da quinta) a sabedoria da calma e da ponderação.
Sabe que o seu tempo está acabar, mas, não se resigna a ser encostado.
Poder-se-á retirar, mas, sempre a lutar, daí o desafio ao primeiro galo [neste primeiro desafio ele não podia antecipar o que ocorreria ou dir-lhe-ia a experiência que o fazendeiro tomaria aquela atitude? nunca o saberemos...] poderia perder, perderia lutando...

Respeito os comentários que foram colocados na caixa de comentários do «post» anterior.
Estão muito bem fundamentados, vejo a «blogosfera» assim mesmo um espaço leal de debate e de partilha de opiniões.

[novidades no «lomo»]

sexta-feira, maio 19, 2006

351 - um amigo, um grande amigo...

Um amigo, um grande amigo é «gay», eu, sinceramente, "cagay"...
Não me incomoda nada e não deixarei que a opção sexual dele interfira na nossa amizade.
Rimo-nos e bebemos juntos como os amigos fazem, comemos feijoada de polvo e espicacei-o: «pensava que os "gays" não comiam feijoada...»
Apertámos as mãos, falámos de futebol, dos "pseudo-machos" que povoam a televisão (ainda bem que não vejo televisão) falamos de nós e dos outros...
Celebrámos a nossa amizade (não se estiquem na interpretação da palavra "celebrar", ok).
Fui livre, fui para o Bairro Alto até às tantas...
Sou livre para dedilhar estas palavras e pensar: "porque não planifiquei a aula mais cedo?"
Talvez lhes conte, talvez, conte aos «meus meninos» que tenho um amigo "gay" e que ele se libertou ao confessar-mo e eu fiquei feliz, por mim, por ele...

quinta-feira, maio 18, 2006

350 - anos setenta

Uma década que me deixou algumas recordações.
Recordo, vagamente, a vida em Luanda no início da década, recordo o quanto detestava tomar banho no mar (como nós mudamos).
Olhando para trás julgo que o dizer que não gostava de mar foi um marcar de posição (com três, quatro anos) gostava muito mais de vaguear na praia, olhar os meninos negros, habituar-me à igualdade que brota da diversidade.
Regresso à metrópole, em 1972, antes, portanto, dos regressos, o retorno, atabalhoado de 1974...
Abril de 1974, recordo esse ano e meio que vai do 25 de Abril de 74 ao 25 de Novembro de 75, o menino que fui lembra-se, principalmente, dos militares barbudos e cabeludos, a piada que achava aqula «tropa fandanga» que contrariava todas as teses sobre o aprumo militar.
Anos de escola e de telescola, anos de apanhar o autocarro às 06H45 e regressar a casa às 19H00, anos felizes, tanto quando podem ser felizes os meninos com doze, treze anos.

349 - mimoblogues 2.

Os pais, também, engravidam?

Léo acha que sim...

348 - rumo à derrota

Foi há um ano...
O único clube que carrega Portugal no nome foi derrotado justamente.
Há um ano foi, abundantemente, debatido na «blogosfera» hoje poucos se lembrarão.
[quem se quiser dar ao trabalho de ler os comentários no «link» indicado, encontrará um senhor chamado Bruno Leão, concordo com a maneira como ele sentiu o jogo]
Foi uma derrota justa, desde logo, porque na minha opinião o Sporting não merecia ter chegado à final o «AZ Alkmaar» foi superior no conjunto dois jogos, o Newcastle poderia ter chegado ao três zero em Alvalade (esteve a ganhar dois zero [no conjunto dos dois jogos], estive nas bancadas e vivi de forma irracional [haverá racionalidade no futebol?] os cinco golos) quanto ao jogo da final o Sporting começou bem mas depois um vento leste soprou na forma improvável de botas de música calçadas por um compositor chamado Wagner, Wagner Love.
Qual o sabor de recordar uma derrota?
As derrotas são, algo, que nos faz crescer.
As crianças antes de caminhar, gatinham, quando começam a andar, dão uns passos incertos [parecem universitários na semana da queima das fitas] e caem, essa queda é a essência da vida, há os que sorriem e se levantam, há os que ficam no chão a chorar...
Se um «post» encerra em si alguma moralidade será esta: Quando cairem, levantem-se com um sorriso. Uma derrota não é um fim é, apenas, um recomeço...

quarta-feira, maio 17, 2006

347 - quando os olhos se molham

Há pessoas que padecem duma doença chamada: inveja.

Camões, tcharam... termina os Lusíadas com a palavra inveja, mas, (há sempre um mas) refere-se à falta de inveja [sem que Alexandre de Aquiles tenha inveja].

Anda meio mundo a citar o final dos Lusíadas e afinal aquilo que Camões escreveu foi que somos um povo sem inveja.
Eu não a possuo, julgo que a inveja é um sentimento provocado pela falta de auto-estima.
Já vos confidenciei aqui as minhas correrias, há alguns anos que atravesso a ponte a correr (mini maratona) normalmente, os primeiros, passam por mim entre o museu da electricidade e a estação de comboios de Belém (eles após quase 20 Kms, eu cerca de 6) dizia, passam por mim com uma velocidade fantástica, enquanto eu me arrasto, olho-os sempre com um ar sobranceiro e penso: se eu quisesse, havias de ver... [isto não é inveja, é uma confiança ilimitada nas nossas capacidades, aquele rapaz do Quénia só ganha a corrida porque eu deixo, pois, se eu quisesse treinar e tal, tornar-me-ia uma Vanessa Fernandes versão macho.]

Todo este desperdício de palavras, para falar num amigo e no livro dum amigo, tal como Pessoa, deixo-te esta mensagem:

«Todo começo é involuntário.
Deus é o agente.
O herói a si assiste, vário
E inconsciente.

À espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce. "Que farei eu com esta espada?"
Ergueste-a, e fez-se.»

Quem te viu e quem te vê...

Vou parar para não molhar o teclado [um homem, também, chora], fico/estou muito feliz por ti, por mim e por todos os bichinhos que nascem dentro das maçãs, olham em volta e descobrem que, provavelmente, haverá vida nas outras maçãs e nas outras macieiras, há quem nos tente matar com pesticidas, ou normalizar em caixinhas ridículas...

... as verdadeiras maçãs sabem a Sol e a Terra, não têm corantes nem conservantes, possuem dentro delas o bichinho que se interroga e que procura saber, o que será...

... a ética em enfermagem

terça-feira, maio 16, 2006

346 - e daí?


Ainda dizem que a escola não ensina nada

Vamos todos aprender...

O quê?

Como estragar água e sal

345 - edadrebilliberdade

Voltei, voltei... voltei de lá
Voltei, mais cedo que as previsões efectuadas.

A minha aula de sexta-feira será sobre a liberdade.

Gostaria que comentassem estas reflexões (se estiverem para aí virados).

Liberdade é fazer o que quero ou o que devo?
Quem limita a minha liberdade, eu ou os outros?
Faz parte da minha liberdade não usar capacete, fará parte da liberdade dos outros varrerem-me os miolos para a valeta e deixarem-me ficar?

[este último exemplo é um bocadinho chocante, mas, estou a utlizar a minha liberdade de chocar (nos vários sentidos)]

Podem utilizar o e-mail: pedrolliveira@gmail.com se pretenderem efectuar comentários longos, anexar textos, poemas, fotos ou comentários onde relatem experiências pessoais [a confidencialidade será, obviamente, respeitada].

domingo, maio 14, 2006

346 - última hora

345 - adeus, até ao meu regresso



Só valorizamos aquilo que não temos.
Sentirei saudades de «postar», de comentar e de ser comentado...
Em princípio até dia 22

Porquê?

Ler ou reler o «post» anterior, para além disso, tenho aulas para preparar e pretendo organizar um dossier com todas as «lições».

344 - peregrinação, segunda parte

As fotografias serão publicadas no «lomo» (por falar nisso, apresento-vos a minha lomo [está em cima da balança ao lado da bebida dos druidas irlandeses, atenção! eu não estava a beber estava a continuar este estudo]).

Estou devedor duma explicação.

O que aconteceu?

Como já disse em «posts» anteriores sou vendedor de sonhos, vou utilizar a palavra peixe neste.

Dizia, sou vendedor de peixe há cerca de quinze anos e tenho estado sempre na mesma peixaria, há um mês e tal candidatei-me para ir coordenar a peixaria de Vila de Rei, por vários motivos, primeiro porque era em Vila de Rei [razões de regime], segundo, actualmente, vendo peixe em Lisboa e Vila de Rei fica, substancialmente, mais perto de Santa Margarida da Coutada [outros têm casa de férias, eu possuo uma casa de trabalho (arrendada) em Lisboa, digamos que é uma garagem onde me estaciono durante os dias de trabalho], terceiro porque o bairro onde trabalho, trabalhava, não tem nada a ver com o que conheci há quinze anos (a única coisa boa são as vistas), quarto acho que está, estava na altura de dar a volta à minha vida profissional e porque me sinto, sinto com capacidade e vontade de ser útil noutras funções.

Pensava eu que a reunião (a primeira em quinze anos) era por causa disso, afinal, não, era, apenas, para me comunicar que ia deixar de vender peixe no mercado do Bolhão e que iria vendê-lo para a lota de Matosinhos.

Esta mudança levou-me a revisitar a cidade, pois, amanhã vou «nascer» noutro ponto dela.

[modo de utilizar este «post» acompanhar da audição deste poema na voz de Mariza]



343 - és pouco velho és



Bem, o velho não é o BB King, sou eu.

Quando me lembro de falar sobre o passado, reporto-me ao milénio anterior.

Reparem nesse bilhete está impresso uma moeda que já não existe [o escudo] e um banco que foi absorvido [banco pinto & sotto mayor].

BB King a par de Martin Luther King é uma das inspirações para a minha monarquice, que não tem a ver com sangue azul nem com revistas cor de rosa, tem a ver com a alma dum povo [vejam o verso das moedas cunhadas na república, dizem Portugal, não é? e as tralhas da bola?... somos uma república envergonhada de o ser, é o que é].

Para ver mais bilhetes e «blogs» bem interessantes, incluindo culinária visitem este amigo e comentem (se vos apetecer, claro!).

342 - peregrinação

Mais logo, a minha peregrinação pela capital do império, fotografias (estão a revelar) do nascer do Sol (hoje) entre o Guincho e a serra de Sintra.
A marginal, o«cacau» na ribeira, santa apolónia (local de tantas partidas e chegadas), avenida da liberdade, o monumento mais lindo de lisboa, a praça onde vivem as palavras de ary, sophia, alegre e salgueiro, a «minha» faculdade, a praça do decapitado.

sábado, maio 13, 2006

341 - eu não diria melhor ...

grande marginalizante

este «post» ficará sem comentários quem pretender comentar, comente no original

[em actualização]

[em actualização]

sexta-feira, maio 12, 2006

340 - os «blogs» que há por aí [1.]

é preciso coragem para escrever isto:

http://www.frozentwo.blogspot.com/

este casamento peruano, também, está airoso (que tal se comentássemos em português?):

http://kenymarce.blogspot.com/

umas fotos giras (a sério):

http://lucas-premier-portfolio.blogspot.com/

um professor na Guiana francesa:

http://akouarel.blogspot.com/

quando me armo em parvo (ver comentário):

http://atouguia.blogspot.com/2005/11/azeitona-muita-mas-nenhum.html

[obviamente, não seguiram a minha sugestão, assim é que é]

339 - os sonhos dos nossos anciãos

Num dos «posts» anteriores disse que jamais misturaria religião com futebol. Os rituais ligados ao «pontapé na borracha» desagradam-me, o sr. Trapatonni com um frasquinho de água benta, o sr. do Chelsea aos beijinhos às medalhas, o sr. Oliveira a espalhar alhos no balneário.

Uma vez li que se a «macumba» resultasse o campeonato da Baía acabaria sempre empatado, é, precisamente, isso que penso.

Por outro lado se Deus existe não estará mais preocupado em resolver o problemas das crianças «enmoscadas» e esfomeadas de África que interferir no resultado dum desafio de «pontapé na borracha»?

Quando olho para trás e releio este «post» parece que o escrevi há muito tempo, hoje, provavelmente, escrevê-lo-ia de outro modo.

Diz o chefe índio:

«A vossa religião foi escrita em placas de pedra pelo dedo de ferro de um Deus encolerizado, para que não fosse esquecida. O Pele-Vermelha nunca poderia relembrar ou compreender isso.

A nossa religião é a tradição que vem dos nossos avós, é os sonhos dos nossos anciãos, transmitidos pelo Grande Espírito, e é também as visões dos nossos Chefes. Ela está escrita no coração do nosso povo.

Os vossos mortos deixam de vos amar e também à terra que os viu nascer logo que transpõem o limiar das suas sepulturas. Eles vagueiam muito para além das estrelas, são esquecidos rapidamente e nunca mais voltam. Os nossos mortos nunca esquecem este belo mundo que um dia lhes deu vida. Eles continuam a amar os sinuosos rios, as altas montanhas, os vales escondidos, e constantemente espalham a sua dedicada afeição sobre cada ser vivo, e muitas vezes regressam para visitarem e confortarem os vivos.

O dia e a noite não podem morar juntos. O Pele-Vermelha sempre evitou a aproximação do Homem-Branco, como a neblina da manhã na encosta da montanha evaporando-se antes do aparecimento do Sol»

Ao reler estas palavras há uma frase que destaco:

O Pele-Vermelha sempre evitou a aproximação do Homem-Branco

será que os índios iam ao cinema?


quinta-feira, maio 11, 2006

338 - não, obrigado



tinha prometido...

comentarei assim:

«Se queremos energia
sem envenenar o ar
Temos o calor do sol
o vento e a força do mar»

os nostálgicos de 1982 podem saciar as saudades da Lena.

337 - a cruz e os sonhos

[imagem... aqui]

Será necessária imaginação para interpretar esta ilustração.
Imaginemos uma pessoa que morreu (um velho, eram sempre velhos), um cemitério a quatro ou cinco quilómetros duas igrejas em cada uma das pontas do percurso, um caixão para transportar duma ponta à outra.
Naquele tempo (início dos anos 70) [a electricidade chegou à minha terra em 1971] não existiam carros funerários, os mortos eram transportados em ombros e mais tarde no «carro dos mortos».
Organizava-se o funeral, à frente ia um menino vestido de branco empunhando uma cruz, esse puto era eu, com cinco, seis anos.
Não tenho muitas memórias desse tempo, recordo que já nessa altura ajudava à organização da coisa (afinal eu era um profissional experiente) normalmente, as famílias andam um pouco atarantadas, tinha-se (tem-se?) muita dificuldade em lidar com a morte, como se o encontro com a ceifeira não fosse a única certeza que possuímos.
Não fiquei, minimamente, afectado com o meu primeiro emprego remunerado (a remuneração variava entre 1$00 e 5$00, normalmente, os pobres pagavam mais [toda a gente dava o que queria] pois, aos ricos o dinheiro faz mais falta [assim me iniciei no marxismo / capitalismo, sentindo-o, para o mesmo trabalho, recompensa diferente].
Acreditava (não acredito) que funcionava como intercessor, ajudava o senhor que estava dentro do caixão (eram sempre senhores, as senhoras nunca morrem, ainda hoje é raro) a irem para o céu.
A imaginação é uma coisa fantástica numa criança e durante aqueles quilómetros fazia o filme todo.
O caixão descia à terra, as mulheres choravam, ah e tal eras tão bonzinho (alguns eu sabia que eram velhacos, mas, não dizia nada).
Umas pázadas de terra e pronto.
Voltávamos costas e a alma (a alma era tipo os fantasmas dos desenhos animados, um lençol com dois olhos) subia para o céu... simples e eficaz.
Acho (tenho a certeza) que o menino que fui continua a habitar esta carcaça velha de orelhas grandes, às vezes ouço-o segredar-me: as coisas são simples Pedro, não compliques, aquilo que fica de nós é a nossa capacidade de nos darmos, é a maneira como tocamos os outros, o importante não é quem somos, é aquilo que de nós sobreviverá nas pessoas a quem nos damos...
Tenho tanta pena, de tantas vezes não o escutar, de amordaçar (matar) as crianças que vivem em mim (de mim).
Como passei de carregador de cruz a vendedor de sonhos?
É uma longa história... fui operário fabril (fábrica de automóveis), ajudante de electricista, vendedor de livros (porta-a-porta), vendedor de inquéritos ( a médicos), segurança, professor, tenho um curso de construção e manipulação de fantoches, efectuei (com este e outros meninos) o levantamento sócio-económico do meu concelho, trabalhei num posto de combate a incêndios (coordenava a saída de helicópteros, avisava os bombeiros... [conheci nesse trabalho uma pessoa fantástica, o comandante Jofre, que a terra te seja leve, comandante]), trabalhei em animação cultural com crianças (tempos livres)...
Agora estou bancário, vendo sonhos a crédito...
Detestaria que alguém me definisse pela profissão que tenho, sou um pouco de todas as profissões que exerci (esqueci-me de dizer: soldado da república) de cada uma delas colhi ensinamentos que moldaram a pessoa que sou, a profissão não me define, como poderia?
Sou alguém que deixou de acreditar na cruz, mas, continua a acreditar nos sonhos.

quarta-feira, maio 10, 2006

336 - pedrão esteve lá e tirou notas (parte um)

Sabe quem o pedrão?

Não?

Ora bem, um «post» sobre o pontapé na borracha e a literatura.
A primeira marca a fabricar bolas de borracha foi a «Good Year».

Álvaro Magalhães referiu um pormenor que é recorrente neste «blog» a importância da borracha, a árvore da borracha (sul-americana) a técnica versus a força, tentando demonstrar a apetência genética? para o manuseamento (presumo que manuseamento venha de mão, não me digam que tenho que inventar a palavra: peseamento) da «redondinha».

Para alguns frustrados, enquanto medíocres jogadores, a técnica da força é melhor que a força da técnica.
Para aqueles que como eu saborearam a vitória em encontros (a que outros chamariam lutas, para mim era apenas o prazer de estar) decisivos, que sabem o sabor de olhar um guarda-redes nos olhos (não como inimigo) e pensar: «azar, amigo... vais buscá-la lá dentro».

Na tal penalidade decisiva nem sequer pensei: «e se falhar?» um penalty não se falha.

Olho, gosto, sinto o futebol não como vitórias "haja o que houver", mas, sim como a procura da beleza que existe em todas as actividades humanas.

Partilho com o Ivan o gosto pela estética das derrotas, antes a derrota do Brasil de 1982 (Luisinho, Sócrates e Zico) com a Itália (Paolo Rossi) que as manhosas vitórias do Chelsea, actual.

(continua)

335 - não rolou nada (quase nada)



[mais logo: do menino que carregava a cruz, ao menino que vende sonhos a crédito]

334 - vão rolar cabeças...



«Não há machado que corte
a raíz ao pensamento
não há morte para o vento
não há morte

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre»

A liberdade está em se ser dono da própria vida. (Platão)

[gamado... aqui]

Isto sou eu a preparar-me para uma entrevista que, provavelmente, alterará o rumo da minha vida a nível profissional.

Espero que não me venham com paternalismos (maternalismos?) do género: sabe o que era bom para si...

Não sei por onde vou, mas, sei que não vou por aí...

Enfim, vou procurar ser igual a mim próprio, lutar, lutar muito, dignificar a camisola, o Pedro Oliveira vai comer a relva (a alcatifa?)... prognósticos só no fim ...

terça-feira, maio 09, 2006

333 - antónio, era a brincar... pá!

«Ó Pedro,
Essa fórmula mais parece de um adolescente!»

Ah, grande psac74, assim é que é...
O amigo preca desde esse «post» que me ignorou, para eu ganhar juízo.

Hoje participei neste debate, que foi, extremamente, interessante («post» sobre o tema amanhã).

Aprendi que o futebol é primário e animalesco...

O «post» do cachecol era (foi) uma provocação, aliás, jamais misturaria religião e futebol... a não ser por brincadeira.

Julguei que isto fosse suficiente para mostrar a importância que atribuo ao pontapé na borracha.

332 - santamargarida II

asna
I - santa
II - rama
III - ira
IV - grama
V - saída
[confesso que não sei se consegui apreender o objectivo e aplicar o método!]
Terça-feira, Maio 09, 2006 12:24:55 AM
pedro oliveira
Conseguiste.
As palavras como as pessoas possuem dentro delas outras que esperam que alguém as descubra e liberte.
Dentro de: santamargarida, ainda, há mais à espera de liberdade, podem fazer como a asninha e alterar os acentos...
Terça-feira, Maio 09, 2006 6:03:59 AM
SP
VI - tâmara
VII -mariana
VIII -marginar
IX - magia
X - magana
XI - manga,
XII - magnata
XIII - grita
XIV - data
XV - ramada
XVI - manta
XVII - damas
Terça-feira, Maio 09, 2006 9:38:11 AM
asna
se é uma questão de liberdade... liberta, também, estas:
XVIII - tia
XIX - rima
XX - amarra
XXI - rata
XXII - sida
XXIII - nada
XXIV - ata
XXV - ARMANDA
XXVI - MARIA
XXVII - MARA
XXVIII - DANI
XXIX - SARA
XXX - SIMARA
XXXI - NIDA
XXXII - RITA
Terça-feira, Maio 09, 2006 12:06:56 PM
pedro oliveira
Tanta coisa à espera de liberdade...existe pelo menos, mais uma.
Acho que vou patentear a ideia, um sudoku com letras, parece-vos bem?
asna
A mim parece-me excelente.
Pedro, faltam ainda muitas ... mas mata a minha curiosidade: em tua opinião qual é a que falta?
Terça-feira, Maio 09, 2006 12:53:59 PM
pedro oliveira
XXXIII - árida
SP
Mais algumas para o teu sudoku de letras:
XXXIV - angra
XXXV - gandaia
XXXVI - matar
XXXVII - iman
XXXVIII - ditar
XXXIX - arma
XL - manada
XLI - gastar
XLII - garantia
XLIII - garraiada
XLIV - garra
XLV - gandara
XLVI - tarda
XLVII - tirana
XLVIII - radiar
XLIX - atrasada
Terça-feira, Maio 09, 2006 4:21:40 PM
Podem os comentários passar a post?
Julgo que os comentadores sabem que os comentários, como os «posts» são públicos, por outro lado haverá leitores que não sabem ou não querem abrir as caixas de comentários.
Tal como tinha dito no post 309, muitas vezes o comentário é melhor que o comentado.
O «post» 330 era de algum modo intimista, sem explicações, vinte e uma palavras numeradas...
Asna, sp... não vos direi obrigado (para que não me digam que não era para agradecer [acho que já escrevi isto, algures]) ... mas, imaginem aquilo que vos queria dizer, o prazer que me deram com os vossos comentários.
SANTAMARGARIDA é, também, o nome duma terra, da minha terra, fizeram-na de algum modo vossa ao descobrirem tantas palavras presas dentro dela, ficaria muito feliz se fosse tão fácil libertar as pessoas, com a mesma facilidade que libertaram as palavras...

331 - rastejarás para sempre...

... como se deslocaria a serpente antes?
Na minha opinião o maior mistério do: Génesis.

O livro que ilustra esta prosa é muito recomendável.
Para a menina que gosta de sonhos, para o menino que gosta de palavras.

Não vou contar a história, mas, deixo uma sugestão comprem o livro, leiam (lê-se para aí em duas horas) e depois ofereçam a alguém.

Tem-se prazer duas vezes (o que já não é fácil) quando se lê e quando se oferece.

Algumas passagens escolhidas ao acaso:

«não acredito em nada que não faça sombra»

«era isto que os fiéis adoravam. Uma representação possível, colada a um templo, colada aos homens. Uma ideia de perfeição. A fé tem épocas, os sonhos mudam. Os rostos ainda mais. Talvez o Corão esteja certo ao proibir as figurações» p. 97

«repara (...) que assim como há sol na palavra solidão, há mel na palavra melancolia. Tanto mel.» p. 27

Novidades no meu projecto mais personale

segunda-feira, maio 08, 2006

330 - santamargarida

1. antas
2. amar
3. mar
4. amargar
5. ida
6. marta
7. margarida
8. garrida
9. gata
10. agradar
11. gradar
12. tramar
13. tirar
14. gira
15. gamar
16. tragar
17. margarina
18. rir
19. ar
20. atar

domingo, maio 07, 2006

329 - balanço do pontapé na borracha



Se o sport lisboa e benfica venceu por duas vezes o futebol clube do porto...

Se o sport lisboa e benfica foi derrotado por duas vezes pelo SPORTING CLUBE DE PORTUGAL...

... quem mereceria ser campeão ?

sábado, maio 06, 2006

328 - vestir a camisola


Carta aberta à Virgínia

Gi, não nos conhecemos, provavelmente, nunca lerás esta carta.
Gostaria que soubesses que o teu desenho me tocou muito e que me orgulho do poder vestir, do trazer encostado ao meu peito.
Olho, vejo, sinto o teu desenho... o menino negro, careca e coxo que vence a corrida, a "menina bem" com um lenço ocultando os efeitos da
quimioterapia, o menino com um braço ao peito.
A doença (o cancro) não te toldou a sensibilidade, todos os meninos sorriem... como tu?


Gi, a tua sensibilidade iluminou-me, sabes nós, os grandes, ficamos infelizes porque não fomos promovidos, porque subiram as prestações da casa, porque aumentou a gasolina... ou porque o nosso clube não foi à «champions», julgamos que temos problemas...

Talvez já tenhas ouvido falar num senhor chamado Fernando Pessoa, escreveu muitas palermices, mas, escreveu esta grande verdade:


Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças

Um beijinho...

[beijinhos e abraços, até amanhã à noite]

327 - cavaqueando

Soure
18 de Abril de 2006

Todos os leitores já tiveram de aturar aquelas secas dos amigos a mostrarem as fotografias das férias.
- Olha nós, no oceanário
- Olha a Mimi, no quarto de hotel
- Olha eu, ao lado duma troglodita [esta é verídica, ouvi-o com as minhas orelhitas (orelhitas?) duma colega regressada da Tunísia].

Isto será mais ou menos isso, mas, com paisagens e locais.

As fotografias tiveram a ser disputadas entre o «lomo» e o «santa», o «lomo» levou a melhor... portanto, fotografias de espigueiros e das praias da Galiza, dos frescos e das capelas de Alvito, das flores e do céu do Alentejo será lá...

Esta fotografia foi tirada no mesmo dia desta... almocei no Cavaco, com o Soares a espreitar ao lado, é o que se chama almoçar em má companhia, só e mal acompanhado.
A comida estava óptima (não me lembro o que foi, mas, se não tivesse gostado lembrar-me-ia) e o tinto, também.

326 - terry fox


«Corrida Terry Fox a 6 de Maio no Parque das Nações

A Embaixada do Canadá em Portugal organiza, no próximo dia 6 de Maio, pelas 11h00, no Parque das Nações, em Lisboa, a 5ª edição da Corrida Terry Fox, cujos receitas reverterão a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
A iniciativa que conta com o alto patrocínio de Maria José Ritta foi apresentada publicamente no passado dia 15, contando com os apoios do nadador José Couto, da atleta Rosa Mota, do piloto Pedro Couceiro, do manequim Pedro Reis e da actriz Sandra Coias.
A corrida decorre pela segunda vez no Parque das Nações, depois do sucesso que foi a edição do ano passado, em que a participação subiu em flecha, chegando aos 2.000 corredores, contra os 700 registados em 1998.
A Corrida Terry Fox tem como objectivo colaborar com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, no combate à doença, e rendeu no ano passado mais de 13 mil contos.

Terry Fox foi um jovem canadiano, a quem, aos 18 anos, foi diagnosticado um cancro dos ossos na perna direita, o que originou a sua amputação.
Durante o seu internamento no hospital, Terry ficou de tal forma impressionado com o sofrimento dos outros jovens igualmente com cancro, que decidiu atravessar a pé o Canadá, afim de angariar fundos para esta doença.
Esta corrida, realizada, em 1980, ficou conhecida por “Maratona da Esperança”.
Devido à sua grande determinação, e apesar de ter uma perna artificial, Terry conseguiu percorrer a pé, durante 143 dias, um total de cinco mil quilómetros, interrompendo a meio a corrida devido à progressão do cancro, que o viria a vitimar em Junho de 1981.»

Resumindo: vou dormir para amanhã (hoje) estar em forma...

sexta-feira, maio 05, 2006

325 - jornal de referência?

A idade ao contrário daquilo que alguns defendem não é um estado de alma, é termos memória.
Eu, ainda, sou do tempo que o Público era considerado um jornal de referência, agora temos sexo estampado logo na primeira página (ver canto superior esquerdo).

Por outro lado os pacotes de açucar vêm estampados com mexericos, que interesse tenho eu em saber que o ex primeiro-ministro anda enrolado com uma cantora?

324 - antónio capela

TERESA TORGA

No centro da Avenida
No cruzamento da rua
Às quatro em ponto perdida
Dançava uma mulher nua

A gente que via a cena
Correu para junto dela
No intuito de vesti-la
Mas surge António Capela

Que aproveitando a barbuda
Só pensa em fotografá-la
Mulher na democracia
Não é biombo de sala

Dizem que se chama Teresa
Seu nome é Teresa Torga
Muda o pick-up em Benfica
Atura a malta da borga

Aluga quartos de casa
Mas já foi primeira estrela
Agora é modelo à força
Que a diga António Capela

Teresa Torga, Teresa Torga
Vencida numa fornalha
Não há bandeira sem luta
Não há luta sem batalha

Zeca Afonso

Conheci o António, acabou a sua longa carreira como repórter fotográfico do Record.
Recordo um homem alto todo vestido de negro, incluindo o chapéu, nunca surgiu a oportunidade do questionar sobre esta história, agora é tarde.

Se algum dos leitores me puder elucidar...

Agora é modelo à força, remete-me para aqui.

323 - mimoblogues 1.

quinta-feira, maio 04, 2006

322 - gases a aumentar




Depois deste concurso a «blogosfera» nunca mais será a mesma.

Os gases estão a aumentar... chamem-lhe efeito estufa.

[um beijinho e força alien]

321 - leigos para o desENVOLVIMENTO... (segunda parte)



O prometido é devido ou mais vale tarde que nunca... reler este.

Ao contrário daquilo que esta página sugere os Leigos são (pelo menos eram) um espaço de liberdade onde as diferenças são (pelo menos eram) aceites.

Efectuei a formação dos Leigos em 2000/2001 (corresponde a um ano lectivo, com fins-de-semana de voluntariado em diferentes organizações de cariz social. Eu estive a trabalhar com senhoras deficientes mentais e foi das experiências mais gratificantes que tive até hoje... pessoas capazes de te cuspirem a comida para a cara [como as crianças], capazes, também, de te acariciarem, de transmitirem afecto e reconhecimento como ninguém) numa altura em que questionava muita coisa, acho que não deixei de questionar, pois não?

Estas palavras foram escritas há cinco anos, voltaria a escrevê-las sem alterar uma vírgula:

«Voluntariado e desenvolvimento.

A proposta de trabalho que nos foi solicitada era no sentido de efectuarmos uma reflexão sobre aquelas palavras.

Voluntariado pressupõe, um acto e uma escolha livre, algo que se faz porque se quer. Ser voluntário é estar disponível para servir, é estar aberto a outras pessoas, é pensar que aquilo que nos propomos fazer tem a ver connosco e com a nossa liberdade individual e, fundamentalmente, com os outros, com aqueles para os quais a nossa acção é dirigida.

É curioso como nunca tínhamos pensado nisso, mas só em grupo, só em sociedade se pode ser voluntário. O voluntariado é sempre direccionado, parte de um indivíduo integrado numa determinada sociedade e tem como objectivo servir esse grupo ou outros a ele ligados, directa ou indirectamente.

Desenvolvimento - de todos os sinónimos que podíamos escolher para esta palavra, optamos por fazer crescer, tornar mais forte... será esse o objectivo do desenvolvimento? Fazer crescer? Tornar mais forte? ... podíamos acrescentar, tornar mais iguais a nós.

Desenvolver, vamos falar deste tema não em termos gerais mas em termos concretos, isto é, vamos falar da nossa sociedade dita ocidental ou do hemisfério norte em oposição à do hemisfério sul, como muito bem retrata Quino, dos que vivem de cabeça para baixo, em oposição aos que vivem nos Estados Unidos ou na Europa de cabeça para cima.

Dissemos em oposição? Sim, de facto era isso mesmo que queríamos dizer, em confronto. São duas maneiras diferentes de encarar o sentido da vida. Nós (os de cabeça para cima) preocupamo-nos como viver. Eles (os de cabeça para baixo) preocupam-se como sobreviver.

Estamos em presença de dois interesses, aparentemente, antagónicos, dum lado os dos de cabeça para cima, do outro os dos de cabeça para baixo [ os dos de, soa mal, mas, é mesmo assim]. Será que estes interesses são conciliáveis? Se são, como?

Parece-nos que há uma resposta óbvia - aproximarmo-nos - como? fácil, basta que uns baixem a cabeça e que os outros a levantem.

Desenvolver pode não ser sinónimo de modernizar. Existem maneiras diferentes das sociedades se organizarem.

Na nossa opinião ser voluntário para desenvolver só faz sentido se encararmos o desenvolvimento como um abraço que se dá e se recebe, quando abraçamos alguém, damo-nos, mas, também, recebemos, quando o abraço termina separamo-nos e desenvolvemo-nos.

Foi essa a grande lição que retiramos da formação dos Leigos, o "envolver" e deixar "des envolver", não só ajudar com a nossa presença e o nosso testemunho, mas, trabalhar de modo a que a semente que plantamos e ajudamos a germinar possa crescer com o apoio e o carinho daqueles a quem se destina.»

para os que tiveram paciência de ler tudo, uma palavra: obrigado (espero que tenha valido a pena)

fotografias obtidas em 2006.Abril.22 na auto-estrada a caminho de Alvito, estava lindo o céu, não?

quarta-feira, maio 03, 2006

320 - liberdade de imprensa

Comemora-se hoje o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Angola um excelente país para realizar palestras sobre a liberdade.
Outro seria esta ilha.
Raúl Rivero seria um excelente orador, um bom «explica-dor».

Sobre Raúl escrevi um dia:

Em Abril passado falei-vos de Raúl Rivero, um poeta cubano que estava preso por, pensar, porque tinha cometido o “pecado” de questionar o regime comunista em que vive, pois bem, Raúl foi libertado no último dia de Novembro do ano passado.
Quando saiu disse-se: “Muitas pessoas contribuiram para esta libertação”.
Gostaria de lhe dizer um dia: “Raúl, este jornal, também, esteve contigo, também, acreditamos na liberdade e na opinião liberta de amarras”.

terça-feira, maio 02, 2006

319 - magana

318 - escova de graxa ou arma de arremesso?

O que são e para que servem os «blogs»?

Ao ler muitos dos «posts» que escrevi durante os nove dias úteis de férias que tive, poder-se-á pensar que um «blog» é um exercício narcisístico, alguém que mostra (tenta mostrar) aos outros e a si próprio, quem é (quem foi).

A ideia não era essa, era reflectir sobre o passado, reflectindo, também, sobre o presente, por outro lado foi a maneira que encontrei de colocar todos os leitores em «pé de igualdade», pois, existiam leitores que me conheciam fisicamente, outros não, assim todos conhecem o corpo e o rosto não, apenas, as ideias.

O «blog» não é, ou melhor não deverá ser um fim em si mesmo.

Alguns «blogs» que visito funcionam como um circuito fechado, têm amigos que lêm, à noite encontram-se no café e comentam os «posts» uns dos outros, outros não, abrem-se aos outros e é dessa troca de ideias e de opiniões com pessoas diferentes e «desconhecidas» que surgem muitas vezes conclusões interessantes.

O «blog» é sério, mas, poder-se-á entregar a exercícios lúdicos.
Deixar-lhes-ei dois exemplos retirados do mesmo «blog»:
Exemplo um... o «post» ao serviço de causas.
Exemplo dois... o «post», aparentemente, disparatado que coloca trinta e tal pessoas a dissertar sobre um rolo de papel higiénico vazio.
Vemos, portanto, que o mesmo «blogger» age de acordo com motivações que não obedecem a um esquema fixo, poderá ser alertar para algo ou simplesmente divertir-se, divertindo os outros.

O «blog» poderá, ainda, servir para elogiar ou criticar, nada será condenável se não houver a intenção de através da crítica ou do elogio obter proveitos, proveitos esses que poderão ser tão ridículos como isto:
Um senhor que conhecem da televisão em conversa com um «blogger» (percebi pelo conteúdo) ... o vosso «blog» está muito bom, já fiz um «link» para lá, se quiserem podem fazer, também, um «link» para o meu...

(continua...)
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio