sexta-feira, setembro 29, 2006

483 - meninos que sonham


Nascidos hoje.
Cervantes e um menino sonhador com um sorriso desarmante.
O escritor, normalmente, anda nos nossos bolsos em forma de moedas, o menino (faz hoje quatro anos) como todos os meninos cresce e sonha, adoece e recupera... encanta-se com fotografias e com desenhos, aprende a descobrir a vida e as Dulcineias que se escondem nela.
Para além de D. Quixote estas árvores... usadas pelos romanos para marcar e assombrar caminhos, usadas para outras sombras, outros caminhos.

482 - almirante reis

«Ponho-me a olhar a Avenida cá de cima, da minha água-furtada e meu refúgio, e digo-lhe, seu Apolinário: tudo isto levou uma grande volta(...)»
«A Avenida ia para a cama, tranquila e distante, dormir, amar, sonhar talvez, confiada no dia seguinte, no amanhã. Havia amanhã todos os dias, seu Apolinário!»
As palavras são de José Rodrigues Miguéis em Léah, a Avenida é esta...
Enfim, deixou de ter nome nome de Rainha para tomar o nome dum republicano que teve a atitude mais digna que um republicano poderia ter tomado.
Bem-haja, Cândido dos Reis, pena que o seu exemplo não tenha sido seguido, contudo, foi muito apreciado, sendo testemunho desse apreço o nome nas ruas, em muitas ruas, largos, praças e avenidas.

481 - ...de dez a sem

O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa pediu ao Mantorras para dar uma nota numa escala de 1 a 10 ao Benfica.
- Nota dez, professô.
- Dez?
- Sim.
Dezorganizado, Dezmotivado, Dezestabilidado, Dezactualizado, Dezqualificado, Dezanimado, Dezmoralizado, Dezordenado, Dezactivado e Dezmantelado.
Diz o Professor:
- Bem, dez vezes dez, dá cem.
- É isso professô...
Sem vergonha, Sem títulos e Sem nada !
[recebido por «e-mail», obrigado Sara]

480 - tecla três

Uma imagem, um «site».
Provavelmente, alguns dos meus leitores não se sentem confortáveis com o polaco:
«Podana przez Ciebie strona nie istnieje. Zweryfikuj wpisany adres i spóbuj ponownie.»
assim como quem diz:
«Valores como o Civismo estão sempre presentes. Deficientes somos nós se não os integrarmos»
Se «clicarmos» nas letras laranja e depois nos bonequinhos chegamos a uma página, nessa página destaco o programa: Relax ... ajuda-os a sentirem-se gente, o exercício é muito importante.
[alguma dúvida que tenham (tenho consciência que nem todos dominarão o polaco) podem colocá-la nos comentários]
[a propósito: disto]
[Nota colocada em 2006.09.30 pelas 06H30
parece que o assunto está na fase: tudo tratado, nada resolvido (não se fará nada e não se fala mais nisso, vou procurar acompanhar) ]

479 - sexta feira... dia de música comestível

terça-feira, setembro 26, 2006

478 - manuel marques (arroz)

Uma cidade belga
Uma escultura
Um homem
Uma foto
Outro homem

Não sei, nem me interessa, se fará sentido um «post» com nome de comentador.
Não um qualquer, um com o qual «espingardei» desde o princípio.

Gosto de confrontar e de ser confrontado, gosto de pessoas com opiniões próprias.
Gosto de pessoas que trabalham e se trabalham, que usam o martelo e o scalpru, que lavram a pedra com ambas as mãos.
Gosto de mãos calejadas, unhas roídas, corpos que se encostam na terra.
Gosto de palavras e de as brincar, gosto de marcar golos em campos sem balizas...

477 - pensar «petit»

Ninguém me contou, vi com os meus lindos olhos cor de mel (ou de me...).
O que faz esta gaja hasteada na catedral (sem aspas, mas, com sorrisos).
Qualquer pessoa com dois dedos de testa sabe que a bandeira correcta seria esta, enfim estes senhores, provavelmente, gostam mais de azul e branco que de vermelho e branco.

[deram-nos (salvo seja) música]

segunda-feira, setembro 25, 2006

476 - terno

Um fato com três peças (calças, colete e camisa)
Um terno.
Ternura, não é construirmos a nossa camisa, é cavarmos o nosso caminho.

[apesar de partilharmos as orelhas grandes, não sou o gajo da imagem, não gosto de enfiar as mãos nos bolsos]

475 - estorvando

Morreu na contramão, estorvando o sábado...
Há pessoas que atrapalham o nosso conformismo, que nos questionam.
Chico é uma dessas pessoas.
E agora, com todos 'ocês ... Construção
retirado à má fila do Preca's Music

domingo, setembro 24, 2006

474 - «dura lex, sed lex»

Há um ano, há quase um ano, também, falei de tachos...
O povo votou e elegeu.
Foi assim em Constância, em Lisboa e no país inteiro.
Causa-me alguma perplexidade, a indignação que vai por aqui e por ali... como se as medidas tomadas não fossem legais, como se não fossem os políticos que fazem e aprovam as leis, como se não existisse «um parecer do especialista em direito administrativo»...
Como se canalizadores, professores (explicações), electricistas, advogados, empresários e tal declarassem todo o dinheiro que recebem ...
Acredito que conseguiríamos construir uma sociedade mais justa se olhássemos menos para o lado e procurássemos ver mais dentro de nós.

473 - abrantes futebol clube


Ser solidário, na minha opinião, é estar presente nos maus momentos.
Conheço o Ricardo, a irmã e o irmão, a mãe e o pai (foi um excelente presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada) desde sempre.
Fiquei contente quando soube que seria o treinador principal do clube.
Apesar disto, o Ricardo tem todas as condições para fazer um bom trabalho, assim tenha tempo.
Um abraço para o Ricardo e para o Nuno ... no futebol como na vida as derrotas tornam-nos mais fortes.

472 - de facto e gravata

Um filme que nos fala de renúncia.
A renúncia de Khaled a um diálogo sem sentido que termina com um pára-choques partido e Khaled desempregado.
A renúncia de Said ao amor.
A renúncia da mãe de Said à sua feminilidade.
A renúncia de Said ao sorriso (recusou-se a sorrir para a fotografia).
A renúncia de Khaled e Said às barbas e cabelos compridos.
A renúncia de Khaled e Said às «t' shirts» e calças de ganga.

Renúncia, renúncia, renúncia...
Quando renunciamos ao diálogo, ao trabalho, aos sentimentos, ao nosso aspecto físico, à nossa roupa... o que restará de nós?

Um fato, uma camisa branca, uma gravata e um cinto feito de bombas...

sábado, setembro 23, 2006

471 - onze de setembro, ainda

palestinianas em Jerusalém, solidárias com as vítimas do 11 de Setembro

Só podemos comparar coisas comparáveis, meter tudo tudo no mesmo saco, normalmente. não dá bons resultados.
Isto a propósito dum comentário que efectuei a este «post» do abranteimas, este é um daqueles «blogs» que utiliza o lápis azul (com toda a legitimidade) para censurar os comentários.
Como o comentário que efectuei (dia 13) me parece pertinente e tudo indica (ou não) que foi azulado, cá vai (ler primeiro o «post» original):

«O que se passou no WTC repetiu o que se passou nas cruzadas, nos campos de concentração, em, Desden, em Guantanamo»

1. As cruzadas tinham um objectivo, ideologicamente, sustentado. Recuperar locais, lugares que os cristãos consideravam como seus para a cristandade

2. Campos de concentração (neste contexto justificativo e quase descupabilizante) remete-me para os campos de concentração do partido nacional socialista, socialista, repito. Ora para os socialistas alemães (também conhecidos como nazis) os fins justificavam os meios. Parece-me de sublinhar que o P.N.Socialista de Adolf Hitler foi eleito democraticamente. Os campos de concentração estavam integrados numa política dum governo democraticamente eleito.

3. Dresden. Episódio sangrento de uma guerra, apenas. Morreram civis, mulheres e crianças, certamente, mas, viviam num país em guerra e sabiam-no.

4. Guantamano? Fará algum sentido comparar com o atentado ao WTC? Na minha opinião a matança do WTC não é comparável com nada. Foi o primeiro assassínio em massa, não sustentado ideologicamente, cometido contra um país que não estava em guerra por pessoas que não representam nada nem ninguém. O que pretende a Al-Quaeda? Quais são as suas (dela) reinvidicações? No WTC, morreram árabes, brancos, negros, mulheres, crianças... gente que trabalhava.

quinta-feira, setembro 21, 2006

470 - o caminho

Por vezes não sabemos por onde vamos, outras vezes não sabemos para onde vamos, às vezes nem sequer sabemos como vamos... vamos indo.
Ir, indo por um caminho que não conhecemos, para o desconhecido, com um veículo que não sabemos qual.
O dicionário diz que escabroso é:
do Lat. scabrosu
adj.,
que tem grande declive, escarpado, íngreme;
fig.,
árduo;
difícil;
melindroso;
que se opõe às conveniências ou ao decoro.
Um caminho escabroso será, portanto, um caminho que se opõe às conveniências, árduo, difícil e melindroso... um caminho meu, o meu caminho.

terça-feira, setembro 19, 2006

469 - eu ... um «blog» em santamargarida

domingo, setembro 17, 2006

468 - einstein, albert

«A human being is a part of the whole called by us universe, a part limited in time and space. He experiences himself, his thoughts and feeling as something separated from the rest, a kind of optical delusion of his consciousness. This delusion is a kind of prison for us, restricting us to our personal desires and to affection for a few persons nearest to us. Our task must be to free ourselves from this prison by widening our circle of compassion to embrace all living creatures and the whole of nature in its beauty.»
Este gajo ficou conhecido pela teoria da relatividade, gosto de pensar nele pelo pensamento acima, gosto do ver pelos olhos de Warhol.
Todos nós temos muitos ângulos para sermos olhados...


467 - o independente, eu

«O Independente» para além de ter sido um jornal importante num determinado período da minha vida (como mais tarde a revista K [capa]) permitiu-me mostrar o meu imenso talento fotográfico num jornal nacional.
Ambas as fotografias foram obtidas em Vila Franca de Xira.
A primeira mostra-nos os elos de uma corrente que estoiram, dois cravos, liberdade, enfim e a sinistra palavra: «vende-se» a encimar os amanhãs que cantam, como se fizesse algum sentido libertarmo-nos de uma ditadura de quase cinquenta anos para embarcarmos noutra que dura há mais de vinte.
A segunda é uma das minhas melhores fotografias, não há montagem, retoques, nada, umas placas de trânsito, uma noite escura, o preto, o branco e o fim.
A revista K referi-a, pois, foi onde publiquei o meu primeiro texto numa rúbrica chamada: «Cartas da Província».
As «Cartas» eram recebidas e comentadas por um homem que partiu cedo de mais, lembro-me da alegria que senti quando li as minhas palavras publicadas, um provinciano que inventara uma personagem e uma história onde Constância se cruzava com Punhete e com os «másculos quartéis» como lhes chamou Hermínio.


sábado, setembro 16, 2006

466 - expresso ou sol (duelo ao sol)

Qual o melhor?
Vou começar a análise pelo princípio - o saco plástico.
O saco plástico do Expresso, é mais formal e não possui publicidade (excepto a ele próprio), o do Sol possui publicidade, aos gelados Magnum protagonizada por uma miúda com ar de boneca insuflável.
No que respeita aos brindes, o Sol diz: «este semanário não oferece brindes nem faz promoções», o Expresso vence, pois, para além do saco plástico oferece um DVD.
Salvo melhor opinião um saco plástico com o logotipo do jornal é um brinde ou não?
O Sol começa, portanto, a mentir logo na primeira página, assim tipo, para princípio de conversa.

465 - gostaria...



Gostaria que não tivessem passado 23 anos
Gostaria de ter conseguido abandonar as estradas já trilhadas
Gostaria de conservar o tal sorriso...

sexta-feira, setembro 15, 2006

464 - vida de cão

Ok, Fernando eu, também, gosto de cães (hoje toda a gente fala de cães) principalmente (exclusivamente) do barril.

463 - sempre que um homem cegonha o mundo pula e avança

462 - tiro aos p(r)atos

Está por ali um prato que tem uma imagem da Junta de Freguesia, foi toda remodelada, milhares (milhões?) desperdiçados com alterações interiores e tal.
A acessibilidade continua igual...
Patos, nós.

461 - a história verdadeira

O que é a verdade?
As escolas, as pessoas vão mudando, vão-se mudando.
No «meu tempo» chamava-se: Escola Secundária do Tramagal, simples, perfeito ... agora com a mania de complicar, chama-se: Escola E.B. 2.3/S Octávio Duarte Ferreira.
Fui muito feliz ali (há 23 anos, já passaram 23 anos?).
Tempos de tactear corpos e livros, tempos para aprender.

quinta-feira, setembro 14, 2006

460 - a entrevista, parte dois




Esta reportagem foi publicada neste número da revista Focus.
Na entrevista que temos vindo a acompanhar é questionado ao actual presidente da câmara de Constância se há alguma obra que lhe tenha dado especial gozo ... responde qualquer coisa banal do tipo «uma manilha (...) pode ser extraordinária e custou dois ou três euros».
Eu teria respondido:
O momento mais importante de todos estes anos foi o dia em que me tornei padrinho de Adnan Nevic, uma criança muçulmana, como símbolo de entendimento entre os povos...

quarta-feira, setembro 13, 2006

459 - parabéns, não perderam

Futebol sem alma e com metade das calorias.
Há clubes que nem no dia em completam 98 anos (está-se a aproximar a comemoração do centenário em 2008) se esforçam... apesar destes três espantosos elementos.

terça-feira, setembro 12, 2006

458 - mouriscas



Mouriscas.
Mouriscas?
Se pesquisarmos e nos sentirmos com sorte encontramos este «blog», oficialmente:
isto...

Ao olharmos, as fotos, provavelmente, pensamos:
- Desta é qu' o gajo se passou, o qu'é qu'as fotografias têm a ver (ou «a haver» se pensarmos como certas pessoas falam) umas qu'as outras?
Foram todas obtidas no mesmo dia (2006.09.10) na estação das Mouriscas.
Uma estação abandonada, uns azulejos que me chamaram - a palavra - «senho», senhoras, incompleta ou a palavra sonho escrita incorrectamente?
Senhoras e sonho?
Travessas de madeira e parafusos másculos
Sombras ajoelhadas...
Pássaros (na verdade é só um) que cantavam olhando o Tejo

457 - a entrevista, parte um

«António Mendes (...) exerce o sexto mandato à frente do município de Constância. Esta longevidade já permite incluir o edil no selecto grupo dos chamados "dinossauros". Há os bons e os maus. Nós, em Abarca, acreditamos que faz parte dos primeiros e desafiámo-lo para uma entrevista intimista, vagamente provocatória, em que Mendes revela um pouco mais de si»
p.2
Justiça seja feita que os jornalistas disseram ao que iam, previnem-nos que o consideram um "dinossauro" bom, julgava eu que os políticos eram julgados pelos eleitores...
Algumas afirmações do "dinossauro" bom (as palavras não são minhas) fizeram-me lembrar Júlio Verne:
«Os investimentos feitos na área do urbanismo fazem-me ter fundadas convicções que, daqui a meia dúzia de anos a população de Constância passa de mil para duas mil pessoas»
Em 2012, dir-lhes-ei qual a população de Constância, palpita-me que esta «blog» tem mais visitas num mês que a população de Constância em 2012.
Algumas perguntas e respostas avulsas que depois comentarei:
- O Mendes também é poeta?
- Eu não
- Mas sempre foi comunista?
- Não sei se sempre fui comunista ou se alguma vez o fui. Estive ligado e fui militante do PCP.
- Em que partido votou nas últimas legislativas?
- No PCP
- E nas presidenciais?
- Votei Cavaco Silva
- É católico?
- Sou mas só de vez em quando vou à igreja
- Até que ponto a celulose do Caima é essencial para o concelho?
- É um mal necessário.
Não sei se será por muito tempo... será que esta rapaziada se orgulha muito de um dos seus dizer «à boca cheia» que votou Cavaco Silva?

segunda-feira, setembro 11, 2006

456 - capa? (nem sempre escapa)

455 - capitalistas, pois

John Resta, Sylvia San Pio
40, 26 anos
trabalhavam na Carr Futures
Sylvia carregava, de facto, o futuro nela
o futuro em forma de amor
uma criança
o primeiro filho de ambos
John e Sylvia, dois números nas estatísticas
(a criança não conta, não tinha nascido, crescia, apenas)
John e Sylvia...
capitalistas, pois (a criança não conta)

domingo, setembro 10, 2006

454 - avó...






... sabe acordei a pensar em si, estava noite, era de noite.
Lembrei-me dos terços que rezávamos (quase sempre fingia que já estava a dormir) gostava de a ouvir, a ladainha toda... «gemendo e chorando neste vale de lágrimas»... se calhar é por isso que as pessoas hoje se dizem católicas mas não vão à igreja, não querem gemer, nem chorar...
Sabe avó, quando penso em sofrimento penso em si, eternamente, vestida de negro, um marido e dois filhos que partiram cedo, cedo demais (é sempre cedo demais).
Quando penso em trabalho, também, penso em si, o trabalho começava de manhã, bem cedo, com o pentear, o enrolar os longos cabelos num carrapito, fixar tudo com ganchos... continuava, semear ou plantar, mondar, regar, cavar, sachar, «encanar» (refiro-me às canas por onde trepa o feijão), o trabalho do campo, não acabava, pois não, avó?
Nada acaba, nem o trabalho, nem o sofrimento, nem o sol, nem a lua.
Aquele sol, aquela lua foram fotografados hoje, avó.
Já que estava acordado...
A lua e o sol andam, como nós, têm estradas caminhos, pontes, cores, riscos brancos, céu azul
Sabe avó, há pessoas que pensam que sabem tudo, aquilo que sei, aprendi consigo, com pessoas sábias, que sabem ver o sol e a lua, que sentem o cheiro da terra... que sabem que nada acaba, mas, tudo é efémero.
Actualizado em 2008.09.10
Foi há dois anos.
Fotografias, reveladas.
A vida e a morte não são tão fáceis de captar.
Avó.
A minha avó.
Avó de quatro netos.
Mãe de dois filhos mortos.
Filha de um pai morto e de duas mães mortas.
Irmã de uma irmã e dum irmão mortos.
Às vezes penso em mesquinhices.
Depois penso na minha avó.
Viúva com trinta e poucos anos, eternamente, vestida de negro.
Lembro-a com carinho (estou a sorrir).
Os longos cabelos negros que penteava, a travessa e os ganchos... o trabalho, o sorriso.
Três ovinhos que desovou (avó e avô derivam de ovo) dois meninos e uma menina.
Os meninos morreram novos (um com 16, outro com 30 e poucos) a menina felizmente não, caso contrário não estaria aqui a empurrar teclas melancólicas.
Uma mãe que perdeu, nova, outra mãe que ganhou dum segundo casamento do pai (meu bisavô)... todos partiram.
Dois irmãos que partiram também.
Às vezes, muitas vezes escrevo palermices.
Depois penso na minha avó.
Nas tromboses.
(as pessoas importantes têm avc's)
A minha avó teve tromboses, muitas.
Não era importante. Era/é importante para mim.
Era/é importante para muitas pessoas que a viram sorrir.
(continuo a vê-la sorrir, aquele título... se fosse viva... era a brincar, as pessoas que amamos nunca morrem em nós).
Farias 96 anos, avó... quando estamos vivos a idade não importa.

453 - maria lopes de oliveira

* 10 de Setembro de 1912
+ 25 de Julho de 1993

sábado, setembro 09, 2006

452 - pôr santamargarida no mapa

O narcisismo é como a presunção e a água benta, cada um toma o que quer.

451 - capas (quem tem capa, sempre escapa)



450 - viriato dois


O passado é sempre um local onde regresso.
Um herói ibérico com uma espada.
Um cidadão (eu) com palavras.
Cada um a sua luta.
Não gosto quando os jornalistas se enrolam com os políticos (analisarei esta entrevista pormenorizadamente).
P.A.S.M (parque ambiental de santa margarida) ou P.A.C. (parque ambiental de constância), na placa elaborada pelo consórçio (ampliar) parece que é um pac ambiental.
Santa Margarida da Coutada, Almourol, lugares de mouras encantadas, de corações quentes e noites refrescantes, lugares onde os cavalos galopam e os touros tentam teimosamente mudar o mundo.

449 - caminhos


«oxalá, o passo não me esmoreça
ninguém sabe onde é que andou
haja o que houver eu estou aqui
adormeci
com a sensação
que tínhamos mudado o mundo
oxalá eu não faça tudo à pressa
ai quem me dera também voar
que bom que era
quebrando as leis do medo
mostrando caminhos»
Caminhar é andar às vezes, muitas vezes, ao contrário da normalidade.
Com a cabeça para baixo, sem cair, caminhando, partindo de centros culturais em belém, não velhos, não do restelo, partindo para o futuro, como outros no passado... afuturar-se por mares à espera de serem navegados...
[As palavras vermelhas e negras são de Pedro Ayres Magalhães, poemas cantados por Teresa Salgueiro, Madredeus]

quinta-feira, setembro 07, 2006

448 - ABARCA IV


quarta-feira, setembro 06, 2006

447 - fenda aberta

O amor arde demoradamente
Amar é paixão na quantidade certa
É semente na fenda aberta
É semente na terra fértil
No amor (na vida)
Morre-se
Para nascer de novo
As palavras, as mesmas palavras podem-nos falar de estrume ou de amor.
A farinha, a mesma farinha pode servir para fazer pão ou bolos.
As mãos, as nossas mãos podem servir para acariciar a paz ou para amassar a guerra.

terça-feira, setembro 05, 2006

446 - dinheiro e estrume

«O dinheiro é como o estrume. Tem de ser bem distribuído»

Brooke Astor
O engraçado é que pensamos que percebemos muito mais de dinheiro que de estrume.
Talvez não o admitais, pela minha parte confesso ... percebo muito mais de estrume.
Sei empilhá-lo com mestria, sei quanto tempo demora a «arder», sei colocá-lo na quantidade certa, na fenda aberta, na terra fértil, sei encostar-lhe a batata de semente (com o grelo virado para o céu).
Sei que no campo, como na vida é necessário morrer para nascer de novo.

sábado, setembro 02, 2006

445 - escolhas

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio