segunda-feira, novembro 29, 2010

428/2010 - um buraco (hole) chamado zé (tuga)

Assisti ao jogo do Barcelona com o Madrid num restaurante cheio de «zés» inchados pela «tugalidade».
A «tugalidade» é a a identidade do «tuga», é identificarmo-nos com o pior de nós.
José Mourinho será, provavelmente, um «tuga» elevado ao seu expoente máximo, uma mistura entre o pior do Prof. Queiroz e o dispensável do Catedrádico Jesus com um cheirinho de Figo (papa pequenos-almoços).
Assisti ao golo de Xavi, comemorei deliciado o golo do meu Pedro... o senhor Américo dizia-me: está pelo Barcelona ; sorri-lhe e disse: estou pelo futebol (o Barcelona acabou o jogo com cerca de 70% de posse de bola contra cerca de 30% do Real, realmente).
Dum lado tínhamos uma equipa de miúdos que passavam a bola uns aos outros e tentavam marcar golos; do outro tivemos um conjunto de vedetas arrogantes que agrediram o treinador adversário, que agrediram os colegas de selecção (uma equipa desanimada à imagem do «tuga» que os treinava, envergonhadamente, sentado na profundeza da humilhação que sentia) que se atiravam para o chão dentro da área, que faziam tudo... excepto jogar futebol.
Barcelona 5 - Arrogância 0, por outras palavras: Pim, Pam Pum, Pum e Pum
Ver também:

domingo, novembro 28, 2010

427/2010 - nacional cento e dezoito

quarta-feira, novembro 24, 2010

426/2010 - em dia de greve, vermelhos humilhados

A Tailândia de amarelo vence os vermelhos da Malásia na final dos jogos asiáticos de sepaktakraw.
Podemos ver aqui algumas imagens deste espectacular desporto (as imagens vídeo não se referem a esta final).

425/2010 - um poeta a metro

Hoje não houve nem rimas nem Metro (devido à greve)

terça-feira, novembro 23, 2010

424/2010 - uma equipa de formigas contra um conjunto de cigarras

Quando segunda-feira à noite estiverem alinhados no tapete mágico de Camp Nou, dum lado estarão os meninos fruto de um trabalho de base, um trabalho de décadas, paciente e sacrificado; do outro lado estará uma constelação de estrelas fruto do dinheiro; uns são uma equipa solidária (ostentam, orgulhosamente, no peito o símbolo da UNICEF ) outros são um investimento desportivo que venderam o espaço no peito a uma casa de apostas - BWIN -.
O Barça vs. Madrid será mais que um jogo de futebol, é um confronto entre duas formas de estar na vida, de encarar a realidade; dum lado o trabalho e a humildade; do outro o esbanjamento e a arrogância.

domingo, novembro 21, 2010

423/2010 - el eterno conflicto entre los deseos y la realidad, entre la voluntad y la renuncia

(fica o cheiro a amoras para o «post» que se seguirá...)
As imagens são na vila mais central de Portugal - Vila de Rei - vila de pedra, de conheiras, de trabalho, de céu azul e de sonho evaporado em branco. 
Em Vila de Rei, as amoras enviuvam virgens.
Enviuvam selvagens e virgens.
Posto isto passemos ao importante, às palavras de Ana Maria (traduzidas por Luís Filipe Sarmento, Difel 2001, p. 96):
foi então quando uma velha que andava a colher amoras silvestres (...) sorriu levemente e convidou-os a comer amoras com ela. Ao reencontrar o gosto ácido das amoras (...) começou a chorar em silêncio (...). Comia amoras (...) desfrutando o seu sabor. Então a velha (...) disse:
- (...) Os jovens não devem chorar. Já chegará o tempo das lágrimas (...) deves alegrar-te pela tua juventude. 
fontes & alambiques

quarta-feira, novembro 17, 2010

422/2010 - estatística 4 - mourinho 0

O dia em que o guarda-redes de Mourinho - Casillas - empacotou quatro embrulhos; no final do mês (dia 29) talvez empacote mais uns quantos.

terça-feira, novembro 16, 2010

421/2010 - rossa e brociante come il colore di una passione

A Ferrari não foi (nem é) a minha marca preferida [sou Lotus] mas é impossível ficarmos indiferentes às paixões que desperta.
Não é nas vitórias, é nas derrotas que conhecemos os grandes homens e os grandes clubes (voltarei a este tema a propósito dum jogo de andebol).

domingo, novembro 14, 2010

420/2010 - quando ineficácia barbeada e cheirosa defronta o querer com pêlos na venta e cheiro a suor

sábado, novembro 13, 2010

419/2010 - o dia em que o kiwi voou como as gaivotas


A reportagem do santamargarida esteve lá.
Lá onde Errol Brain, cerebralmente, se estreava como treinador de Portugal.
Um kiwi a liderar uma alcateia.
Um jogo de cavalheiros, uma bola que parece um melão e o melão, meus amigos, esteve quase a calhar aos compatriotas de Obama.

418/2010 - as sombras, o jaguar

quinta-feira, novembro 11, 2010

417/2010 - tinta que permanece, sessenta e sete anos passados


Quinta-feira, 11 de Novembro de 1943
Ode à minha caneta de tinta permanente
«In memoriam»
A minha caneta foi para mim, sempre, uma coisa preciosa. Apreciava-a imenso por ter um bico grosso e redondo, porque só escrevo com bicos assim. Ela viveu uma vida de caneta bem longa e interessante, que vou aqui descrever.
Quando fiz nove anos, chegou (embrulhada em algodão em rama) como «amostra sem valor». Foi a avòzinha que, nessa altura vivia em Aachen, que me enviou uma prenda tão generosa. Estava eu precisamente deitada na cama, com gripe, e lá fora uivava o vento de Fevereiro. A gloriosa caneta vinha num estojo de couro vermelho. Mostrei-a, logo que pude, a todas as amigas e conhecidos.
Eu, Anne Frank, possuidora orgulhosa de uma caneta de tinta permanente!
Quando fiz dez anos, recebi licença de a levar para a escola , e a professora deixou-me escrever com ela.
No ano seguinte o meu tesouro teve de ficar em casa porque a directora de ciclo, no liceu, só permitia canetas vulgares.
Quando aos doze anos entrei no Liceu judaico, deram-me um estojo novo com duas divisões. Uma era para a lapiseira. Esse estojo tinha um fecho «èclair» e era muito vistoso.
Quando fiz treze, a caneta veio comigo para o anexo e foi a minha companheira fiel quando te escrevia a ti ou quando trabalhava. Agora que tenho catorze, chegou ao fim da existência. Na sexta-feira saí do meu quarto para escrever junto dos outros na mesa da sala. Mas afastaram-se sem piedade, pois a Margot e o pai estavam a estudar latim. A caneta ficou em cima da mesa. A Anne teve de contentar-se com um cantinho onde a fizeram «dar lustro» aos feijões, quer dizer, limpar feijão vermelho que tinha bolor.
Às seis menos um quarto varri o chão e deitei o lixo com os restos dos feijões no fogão. Ergueu-se uma chama colossal e eu fiquei satisfeita com isso, porque o fogo tinha estado quase apagado. «Os latinos» acabaram de estudar e eu recebi licença para voltar à mesa e continuar o meu trabalho. Mas a caneta não estava lá. Procurei-a por todos os lados, a Margot ajudou-me, depois também ajudou a mãe, o pai e o Dussel, mas a minha amiga fiel tinha desaparecido sem deixar vestígios.
- Se calhar, deitaste-a ao fogão com os feijões - disse a Margot.
- Não posso acreditar - disse eu.
Mas quando a hora do jantar chegou sem a caneta ter regressado, já não tínhamos dúvidas: ardeu! E o celulóide que arde tão bem! A triste suposição confirmou-se, quando na manhã seguinte o pai encontrou o «clip» na cinza. Do bico de ouro não restava nada.
- Provàvelmente derreteu com o lixo - disse o pai.
Só me resta uma consolação: a minha caneta foi cremada, precisamente como eu queria que um dia me fizessem.

416/2010 - a pele e o sangue

Dar.
Darmo-nos... dermo-nos.
Derme.
A Nature mais recente fala de sangue que se consegue a partir da pele, podemos ler aqui e, também, ali.
Amanhã, pessoas como nós vão estar no Parque Ambiental em Santa Margarida a recolher sangue, sangue como o meu ou o seu... sangue que pode ajudar a salvar vidas.
Enquanto da pele não se faz sangue... deixemos que um simples furito da nossa pele seja o sangue e a vida de outros.
Participe, sorria  e faça alguém feliz. 

quarta-feira, novembro 10, 2010

415/2010 - mourinho, el molinón, cagón... la mala educación

A Marca é o jornal oficioso do Real Madrid, está para o Real Madrid como A Bola está para o Benfica, as castanhas para  o São Martinho ou o Bibi para os miúdos da Casa Pia; gostam uns dos outros, são solidários uns com os outros e, normalmente, aparecem associados.
Dito isto, podeis ler acima aquilo que em Espanha se pensa do idolatrado Mourinho, são palavras da Marca, não minhas.
É triste, muito triste que tenham de ser os espanhóis a gritarem-nos o óbvio: mourinho não presta.
É com tristeza que constatamos que Mourinho tem mais expulsões, oito, que títulos internacionais, três... muitas expulsões; poucos títulos.
Hoje, o Real Madrid teve dois treinadores o primeiro foi expulso quando a sua equipa se arrastava em campo com a mínima vantagem de 1-0; felizmente, fez-se expulsar e o Real, começou, realmente, a jogar, cilindrando o Murcia com 4-1 [AM 1-0; PM 4-1].

414/2010 - quando literatura rima com ditadura

Fotomontagem (em paint) a partir dos jornais I, Público e Diário de Notícias de hoje
Não é o prémio que me interessa, interessam-me os interesses que condicionam o atribuição dum prémio interesseiro ou interessante, depende de quem dá, de quem recebe.

segunda-feira, novembro 08, 2010

413/2010 - sou, apenas, um puto do campo

Diz ali em cima: sou um puto do campo.
Sou-o, sem vaidade nem orgulho.
Sou um misto de Ortega y Gasset e António Aleixo, nem esperto, nem bruto, nem bem, nem mal; educado, simplesmente um homem, produto duma circunstância... único e irrepetível.
Inebria-me o cheiro da azeitona recém colhida.
Gosto do cheiro, da forma, das cores; adoro o pano que se lhe estende... quem boa cama fizer nela se há-de deitar.
Gosto da azeitona escolhida para a água.
Uma azeitona é igual a outra azeitona mas tal como os animais de Orwell, há umas mais iguais que outras.
Umas serão moídas, esmagadas, sofridas; outras serão endeusadas, tratadas, amadas; uma colher de sal por cada litro de água e viverão para sempre... até que uns lábios as toquem, até que uma língua lhes sinta o sabor a vida e a mar.
Sou um puto do campo... sinto prazer com as pequenas, grandes, coisas.

412/2010 - esta tristeza que trago foi de vós que recebi

agora é que eu percebi

quarta-feira, novembro 03, 2010

411/2010 - até o barack obana

Quando hope passa a nope.
fontes & alambiques

terça-feira, novembro 02, 2010

410/2010 - ir à berd(a)

Uma solução inovadora.
A ponte como uma estrutura mutável, menos «pesada» mais flexível... uma solução de Berd

segunda-feira, novembro 01, 2010

409/2010 - aventar sondagens

Num blog - dito de esquerda - onde há muito avento comentários, surgiu a interessante sondagem que podeis ver ali em cima.
Segundo aquela sondagem, no país mais republicano do mundo - a república portuguesa - o actual e futuro presidente tem 5.46% das intenções de voto; o legítimo chefe de estado (se não lhe tivessem assassinado os antepassados) tem 70.40%, repito, 70.40% das intenções de voto.
Viva Portugal... iva a república portuguesa. 

408/2010 - punhete e aldeia de santa margarida

Podeis entreter-vos, também.
Uma óptima forma de recordar aquilo que se passou há, precisamente, 255 anos.
Entrai na Torre e procurai em Memórias Paroquiais.

407/2010 - o lado alegre do fado que não é fado

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio