segunda-feira, janeiro 16, 2006

117 - (des) responsabilização I

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Este é, apenas, o primeiro de vários "posts" que irei dedicar a este tema.
Pedro Oliveira defende (ou parece defender) que o indivíduo é o que é e por isso, só ele é responsável pelo que é e faz.
Se esta tese é verdadeira... então vamos ser coerentes com ela. Fechem-se todas as escolas (...) mostre-se que todos os povos com menos instituições de ensino são mais desenvolvidos, mais ricos, apontem-se os grandes inventores e artistas e veja-se que não receberam instrução que os pudesse levar a fazer o que fizeram
Eu defendo que o homem é o que é , também, poderia ser (e é) outro.
Socorrendo-me de um poema do "rapper" brasileiro Gabriel, o pensador "seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo".
Ponto um: somos responsáveis pelas atitudes que tomamos.
Uma outra questão é: somos os únicos responsáveis ou o meio envolvente condiciona-nos?
Aquilo em que acredito é um misto entre Golding e Rousseau.
Um exemplo que ilustra aquilo que atrás refiro: Tarzan... de Rice Burroughs.
Tarzan é um menino branco (filho de lordes ingleses) sobrevivente enquanto bebé na selva africana.
Tarzan é criado por uma gorila e torna-se o rei dos macacos. Um exemplo perfeito de como o meio não condicionou o homem.
Tarzan aprende a ler sozinho, exprime-se num inglês perfeito, cobre-se com uma tanga e comporta-se, impecavelmente, na cidade (mais tarde, mais para o final da história). Não acredito em Tarzan, as atitudes que tomamos (que podemos tomar) são, necessariamente, condicionadas pela envolvência.
Ponto dois: as atitudes que tomamos (e as que podemos tomar) são condicionadas.
[No próximo "post" sobre este tema falarei sobre a imagem que o ilustra]

6 Comments:

Blogger António Almeida said...

andei a espalhar comentários pelo santamargarida e lomo-foto-grafia, desculpa, isto passa!

segunda-feira, janeiro 16, 2006 8:39:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

está tudo, devidamente, recomentado...um abraço.

segunda-feira, janeiro 16, 2006 9:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um filme como "Tarzan" é obra de pura ficção, logo contém o que o autor lá quis colocar. Não serve de argumento factual. Podia ser o oposto: por exemplo, veja-se "O planeta dos macacos". Ou então, "O ódio que gerou o amor", este num sentido contrário.
Mais factual, porque tenta reporduzir factos históricos, veja-se "A criança selvagem", de F. Trufaut. A este facto, dos finais do sec. XVIII, poderíamos juntar a "criança galinha", que há anos foi encontada em Portugal.
A verdade é que as crianças abandonadas por adultos e que aprenderam a viver com animais tornam-se o mais possível "iguais" a esses animais. Uma criança humana que não aprenda a viver com humanos nem sequer chega a andar apenas sobre as duas pernas (postura erecta ou bípede), muito menos chega a usar a linguagem ou a dizer "eu".
Não! por mais que nos esforcemos, tudo, no domínio dos factos, aponta para a importância decisiva da formação (formação=dar forma) do
homem.

quinta-feira, janeiro 19, 2006 2:28:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desta vez consegui. Tive dificuldade em publicar um comentário. Com ajuda... foi.

quinta-feira, janeiro 19, 2006 2:28:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Estou de acordo com o que refere e com os exemplos que aponta, aliás tinha escrito: "Não acredito em Tarzan, as atitudes que tomamos (que podemos tomar) são, necessariamente, condicionadas pela envolvência" esta frase pretendia ilustrar, precisamente, que os factos reais connhecidos p.e. a "criança galinha", apontam no sentido que o senhor muito bem alude.
Eu nunca disse que a formação não era importante, mais que em formação gostaria de falar em formações... mas deixemos isso para um "post".

[Agradecido por ter comentado, ultrapassando problemas de ordem técnica.]

quinta-feira, janeiro 19, 2006 7:57:00 da tarde  
Blogger r said...

Este comentário foi removido pelo autor.

domingo, janeiro 06, 2008 2:35:00 da manhã  

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