domingo, março 26, 2006

250 - As pessoas grandes estão sempre a precisar de explicações

«Hoje, quando encontro uma pessoa que me pareça um pouco esclarecida mostro-lhe o meu primeiro desenho e pergunto o que ela vê, esperando encontrar uma pessoa realmente inteligente.
Mas elas respondem, sempre, “é um chapéu”, então eu não falo de nada, nem de jibóias, nem de aventuras nas florestas, nem de estrelas... Ponho-me no nível delas, falo de bridge, de golfe, de política e de gravatas e as pessoas ficam encantadas por conhecer um homem tão versátil...»
Uma sala quase cheia, muitas crianças, muitas meninas de todas as idades, poucos homens...
Uma organização irrepreensível.
A peça foi excelente, muito bem encenada e representada.
Esqueci-me, completamente, que alguns dos actores tinham limitações.
Os limites, os nossos e os dos outros são uma construção.
Eles não se sentiram limitados, eu sim.
Limitado por pensar que ia assistir a uma peça de pessoas diferentes.
Como disse atrás:
Esqueci-me, completamente, que alguns dos actores tinham limitações.
Pude apreciar a peça... divertir-me com a ovelha dentro da caixa, abrir os olhos espantado, pois, afinal, aquilo não era um chapéu, era uma jibóia a digerir um elefante...

3 Comments:

Blogger Maria Romeiras said...

Ainda bem que há quem veja com o coração.*

domingo, março 26, 2006 10:47:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Não sei se o meu coração vê grande coisa, Maria.
Sei que procura sentir o essencial (o tal que é invisível aos olhos).

domingo, março 26, 2006 11:08:00 da tarde  
Blogger Alien David Sousa said...

Já tinha ouvido falar da peça Pedro, com a correria que é esta vida muitas vezes perdemos momentos mágicos. Tu abraçaste um. Boa.

segunda-feira, março 27, 2006 1:56:00 da manhã  

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