domingo, setembro 17, 2006

467 - o independente, eu

«O Independente» para além de ter sido um jornal importante num determinado período da minha vida (como mais tarde a revista K [capa]) permitiu-me mostrar o meu imenso talento fotográfico num jornal nacional.
Ambas as fotografias foram obtidas em Vila Franca de Xira.
A primeira mostra-nos os elos de uma corrente que estoiram, dois cravos, liberdade, enfim e a sinistra palavra: «vende-se» a encimar os amanhãs que cantam, como se fizesse algum sentido libertarmo-nos de uma ditadura de quase cinquenta anos para embarcarmos noutra que dura há mais de vinte.
A segunda é uma das minhas melhores fotografias, não há montagem, retoques, nada, umas placas de trânsito, uma noite escura, o preto, o branco e o fim.
A revista K referi-a, pois, foi onde publiquei o meu primeiro texto numa rúbrica chamada: «Cartas da Província».
As «Cartas» eram recebidas e comentadas por um homem que partiu cedo de mais, lembro-me da alegria que senti quando li as minhas palavras publicadas, um provinciano que inventara uma personagem e uma história onde Constância se cruzava com Punhete e com os «másculos quartéis» como lhes chamou Hermínio.


não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio