quarta-feira, maio 09, 2007

734 - fardas, uniformes... [2/2]

as RegRas não goveRnam os homens, estes é que goveRnam as regRas
Por vezes (às vezes) [não] agimos de acordo com aquilo que os outros esperam de nós.
Tudo tem um tempo, um ritmo, uma razão.
O «post» anterior não permite comentários (pois, não) é aborrecido e tal...
Há uma explicação para tudo (excepto para o inexplicável) não permiti comentários no «post» anterior, pois ele era, apenas, o primeiro de dois ... tipo não mexer nos produtos da montra.
Agora tenho um desafio para todas as minhas amigas (e todos os amigos) ... para que servem as fardas (se é que servem para algo)?
O meu pai foi militar profissional (acho que já tinha dito) o meu avô [o único que conheci] ferroviário (acho que já tinha dito) dois homens, duas fardas.

Curiosamente, a primeira farda que me lembro é da Dona Lucinda (a minha professora da escola primária) com uma bata branca [ela quase nunca usava bata].
Há fardas para todos os gostos, este senhor escreveu um livro que jamais esquecerei: Farda, Fardão, camisola de dormir...
As fardas não são de direita nem de esquerda, a palavra farda e fardo têm a mesma raíz etimológica: fard (árabe) numa tradução muito livre diria que farda é sinónimo de responsabilidade.
Ortega y Gasset dizia que o homem é o homem e a sua circunstância, eu diria que o homem é o homem e a sua farda ou se preferirem o homem e a sua máscara.
Uniforme é uma palavra romana, obviamente, duns gajos que chamam sinistra à esquerda, elegem Berlusconi (rir) e esta senhora, não podemos esperar grande coisa ... uniforme não é sinónimo de farda, uniformizar é tornar igual, tornar um, uniformizar é ter alguém que pense por nós.
Entre igualdade e liberdade prefiro esta última.
Comentem ou «mailem», digam-me...
O que acham, há diferenças entre uniformes e fardas?
Lembram-se da primeira farda que viram?
Haverá liberdade uniformizada?
Haverá igualdade fardada?
Porque não um deputado ou um bancário de ganga?
Porque não um mecânico de fato e gravata?
O hábito faz o monge?

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uniforme,que tem só uma forma ex:bata escolar ,bibe etc.
Farda, vestuàrio com características próprias utilizado por uma classe de individos,ex:militares.
Primeira farda que me recordo,talvez exèrcito ou força aèrea, pois em toda a periferia de Constância hà quartèis.
A primeira que usei recordo-me perfeitamentecamisa verde e calçanito castanho claro (MP).
Em relacção à liberdade, eu nunca a senti.Fui militar alguns anitos ,vesti a farda desde segundo grumete aluno ,atè ao posto de primeiro sarg.Hoje visto uniforme(fato de macaco)
Deputados ou bancàrios desde que exerçam com profissionalismo as suas funções,a ganga è irrelevante.
Mecânicos com as novas tecnologias porque não?
O hàbito não faz o monge ,mas fà-lo parecer de longe.

quarta-feira, maio 09, 2007 6:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

um mecânico* de fato e gravata só se fosse Armani, tipo os do Mourinho.

um bancário de fato-de-macaco seria interessante. o modelito:

http://macua.blogs.com/photos/uncategorized/macaco_capa.JPG

um bancário de calça de ganga ou blusão de ganga (neste caso sem gravata, senão parece um bimbo-parolo)também ficava bem. experimente e conte-nos o efeito.


*falou em mecânico, não em engenheiro mecânico, certo?

gostei de saber sobre Mathias Aires*. desconhecia.

*claro que catei o link.

se apagar este cometário com o fundamento de que não é pertinente, faça o favor de ficar os próximos dias a apagar mais uns quantos que tem por aqui. apenas para ser coerente, claro.

xau*
jocas*
* podia ter dito só isto.o efeito era o mesmo.

a sério: vou pensar e se chegar a alguma conclusão pertinente, logo lhe direi.

não faço login, porque é cansativo e já pensei muito hoje. e nunca usei farda mas há quem teime em dizer-me que usei...

quinta-feira, maio 10, 2007 12:58:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ora, ora, não soubesse eu, tratar-se de trabalho voluntário, diria que tens uma maneira extraordinária de planificar aulas. Seria capaz de a adoptar.

Fardas e uniformes?

Às vezes fazem as pessoas comportar-se como irracionais, outras vezes não...

quinta-feira, maio 10, 2007 1:31:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem, a farda, poderá corresponder à vestimenta que se usa de uma certa profissão. Já que sou um Históriador da Academia e da História da Universidade de Coimbra, talvez, dissertar um pouco sobre os fatos académicos e os trajes doutorais desta Universidade.
Começaremos pelos fatos académicos.
Nem sempre foram como são agora, pois até à República era usada batina do género clerical, mas havia elementos que já estavam impregnados nos de hoje, desde a idade média, por exemplo o gorro (que ainda hoje faz parte da indumentária do Estudante de Coimbra, embora poucos o usem, já vem da idade média e o gorro servia para levarem o material de esctita: lápis, caneta, etc. Quanto ao fato académico de mulher, a História já é outra, embora as primeiras mulheres tenham começado a estudar na Universidade de Coimbra na secunda metade do Século XIX, caso de Domitila de Carvalho ou mesmo da primeira mulher na Faculdade de Direito (a mais conservadora em todos os aspectos), Regina Quintanilha, que teve a 1 ª Matrícula em 1914 e se viria a formar em Direito, tendo sido muitos anos Conservadora de Registo Civil. Só muito tardiamente as mulheres puderam usar o fato académico.
Há ainda a referir que em certos periodos foi proibido o uso de fato académico, de destacar, de 1910 a 1919 (com a República) e de 1969 a 1979 (Crise Académica e 25 de Abril).
Um facto importante a registar é que o fato académico será como que uma farda da "profissão" de estudante, por isso, quando o estudante termina o curso, há o cerimonial do rasganço, em que todos os colegas "atacam" o recém licenciado rasgando-lhe completamente o fato (inclusivamente às licenciadas), sendo que a única coisa que não se rasga é a capa que fica para "proteger".
Quanto à indumentária dos professores da Universidade de Coimbra, pode diferir consoante o grau universitário e a Faculdade, no entanto algi é semelhante em todos: fato preto, com gola muito alta de que sai uma espécie de cordel duplo até ao meio do peito (parecido quase com a toga de advogado)este cordel segura uma capa. Isto para o professor de qualquer grau, no entanto os professores apenas Doutorados só se podem vestir assim. Se o professor for associado com agregação ou catedrático já usará borla e capelo da cor da sua Faculdade: Medicina (Amarelo), Direito (Vermelho), Letras (Azul Escuro), Ciências (Azul Claro), Economia (Vermelho e Branco), Farmácia (Roxo). Para mais, em cerimónias para a sala dos capelos, tudo tem regra consoante o grau do professor, sendo que os de menor grau vão à frente do cortejo e os de grau mais elevado atrás e no final do cortejo vai o Reitor.
Também na sala dos capelos há ordem para se sentarem, pois pela ordem de antiguidade é que estão sentados, sendo que têm de estar sem a borla na cabeça e certas ocasiões e em outroas, por exemplo se tocar o Hino Académico, têm de se levantar e por a borla na cabeça.
Tudo isto tem um cerimonial a que está associado o uso dos fatos académicos e trajes de prof. Universitário que podem variar de Universidade para Universidade.
Caro pedro,
Espero que te tenha resolvido as dúvidas quando me solicitaste para um comentário acerca das vestimentas na Universidade de Coimbra.

sexta-feira, maio 11, 2007 4:06:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Obrigado, Rui.
As dúvidas nunca ficam todas esclarecidas (ainda bem).
Tive um mestre - Jorge Borges de Madedo - que dizia que «ser historiador não é dar respostas é colocar perguntas».

sábado, maio 12, 2007 12:28:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Borges de Macedo não foi meu mestre, esse era prof. de Lisboa e foi um dos saneados no 25 do 4 ... além disso, segundo já me disseram era uma peste a reprovar toda a gente. Contaram-me que num exame oral dele apareceu uma religiosa com o seu hábito e começando o exeme o Borges Macedo perguntou-lhe com que nota é que ela ia à oral, ela respondeu que ia com 10, ao que ele disse, Minha Sr. ª Você é virgem de alma como de pensamento! Pois era mesmo preciso ir à oral com 10, é que a nota da oral é que é definitiva, isto é, estava-lhe mesmo a dizer que ia reprovar. Em Coimbra já aconteceu o mesmo, um foi à oral com 12 para subir nota e teve 9 na oral, pelo que tinha a cadeira feita e depois ficou reprovado: A NOTA DA ORAL É A DEFINITIVA: pode subir ou baixar a nota que já se tem!

sábado, maio 12, 2007 2:40:00 da tarde  

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