quinta-feira, outubro 13, 2005

32 - despoletar?

Começo por reproduzir uma carta enviada para o DNA (suplemento do Diário de Notícias, à época, publicado ao sábado) em 2002.Novembro.24, salvo erro, não foi publicado no número seguinte, terá, assim, sido publicada no primeiro ou segundo sábado de Dezembro de 2002.

" Caro Miguel Esteves Cardoso
Escrevo-lhe, pois, eu, também, vivo As minhas aventuras na república portuguesa.
Uma das minhas aventuras é ler jornais e tentar encontrar neles A causa das coisas.
Os meus problemas começaram ao ler no DNA o texto que marca o seu regresso à imprensa. Deparei-me com um erro que embora muito comum importa corrigir.
Na frase: «À medida que a ideia de tirar a segurança despoletasse, no sector masculino, as respectivas energias», o verbo despoletar aparece como sinónimo de desencadear, quando na realidade significa: impedir o desencadeamento de; impossibilitar a acção de; travar.
Fernando Assis Pacheco, num poema chamado A Epopeia usa uma palavra derivada de espoleta mas aqui no sentido correcto: «(...) dentro da bota uma granada espoletada. Ou seja/ Pronta a mandar hein?/ Tudo para as malvas».
Miguel, acredite não pretendo dar-lhe Explicações de português (sem recibo, para não pagar impostos, como a mãe do outro) mas passei a Vida inteira a amar a língua portuguesa para chegar à conclusão que O amor é fodido.
Constância, 24 de Novembro de 2002
Pedro Oliveira"

Fim da, longa, citação, queria chamar a atenção para as palavras em itálico e "bold" correspondem a títulos de livros de Miguel Esteves Cardoso, as palavras só a "bold" correspondem ao célebre caso Moderna em que o dr. Paulo Portas se viu envolvido, concretamente a umas declarações da sua mãe (dra. Helena Sacadura Cabral) no "Herman Sic" onde a senhora (é uma maneira de dizer) se admirava do facto do filho ser questionado por efectuar pagamentos (a supostos estudantes universitários que fariam inquéritos) sem exigir recibos, quando ela (isto ao vivo e a cores, num programa de grande audiência, dito por uma "reputada" economista) tinha recebido muito dinheiro de explicações e nunca tinha passado nenhuns recibos.
Bem, para terminar, lembrei-me de "postar" isto a propósito do artigo de Miguel Sousa Tavares no Diário Económico de 7.10.2005, p.39 (quinta coluna) "(...) não apenas despoletar uma sensação de raiva" e destas palavras no Record de 11.10.2005, p.19 "(...) foram os dragões a espoletar o sumaríssimo".
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio