quinta-feira, janeiro 19, 2006

122 - ir (responsáveis)

Primeiro teleouvi mas não queria acreditar, afinal, nunca estou só [normalmente, estou a ler, a teclar, a engomar... depende] a teleouvir (este neologismo faz, algum, sentido, pois, ouço mais do que vejo televisão).
A propósito do senhor (do tipo) que desferiu um disparo de caçadeira contra o rosto dum miúdo de vinte e poucos anos, pai de uma menina de vinte e um dias (militar da GNR) e que em consequência desse disparo perdeu o olho esquerdo e encontra-se internado em estado grave, comenta o jornalista: «faz-me um bocado impressão como é que nesta situação - sobretudo numa situação destas - as autoridades vão notificar um indivíduo que tem cadastro, que já tinha cumprido pena por homicídio - não sei se é verdade se não - e não se tomem as precauções adequadas ao caso».
As palavras entre «» foram retiradas da edição do "Diário Económico" que consta na imagem ("clicar" para ampliar).
Depreende-se do comentário o seguinte:
a) o senhor (o tipo) que efectua o disparo não é responsável
b) o miúdo estava mesmo a pedi-las
c) não se vai notificar um indivíduo com cadastro sem tomar precauções
d) o sistema prisional não serve para integrar
e) talvez com a distribuição de preservativos e de seringas nas cadeias a malta regresse mais integrada.
Entretanto, assistimos à "cow-boyada" do sr. (o tipo) barricado em casa, das tropas especiais, da alegria porque os negociadores o convenceram a entregar-se, da passeata até Lisboa, do regresso a Torres Vedras para ser ouvido pelo juiz e (ou me engano muito) ou este caso vai morrer aqui... [alguém se lembra da pena dum fulano que se barricou num WC da RTP (ainda na 5 de Outubro) e manteve o país suspenso durante dois dias?]
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio