domingo, março 26, 2006

251 - a toalha, uma toalha


[imagem... aqui]
nota: a imagem, apenas, serve de ilustração, oportunamente, publicarei uma fotografia da toalha... a verdadeira

Os leitores, assíduos, terão notado a minha ausência.
Estive.

Para aqueles que alicerçam a fé em imagens, contrariando aquilo que Deus terá condenado:
«Ex 32; Lv 26.1; II Rs 21.11; Si 115.3-9; 135.15-18; Is 2.18; At 15.20; 21.25; II Co 6:16»
tendo, igualmente, criticado as imagens para adoração:
«Ex 20.1-6, Nm 33.52; Lv 26.1; Dt 27.15; Is 41.29; Ez 8.942».
Era expressamente proibido ao povo de Israel fabricar imagens esculpidas ou fundidas para adoração:
«Ex 20.4; Dt 5.8»
... foi bom e gratificante o contacto com a Virgem Peregrina.

Para aqueles que como eu acreditam em: "Amar ao próximo, como a ti mesmo" foram dias, igualmente, gratificantes e bons.

Desde logo, pela mobilização, um povo, uma freguesia que não se mobiliza para nada (excepto nas eleições autárquicas para assegurar os empregos, próprios ou dos familiares) mobilizou-se.
A minha freguesia é composta por vários lugares que dum modo geral vivem de costas voltadas, uniram-se (unimo-nos)... à volta duma imagem.

Bem, a ideia era falar da toalha.

A toalha que refiro foi iniciada pela prima Anita há muito tempo... há quanto tempo, mamã? (sim, trato a minha mãe, assim)

Há muito tempo, filho... a prima Anita morreu quando tu tinhas cinco anos, já tinha começado a toalha há algum tempo, coitada, morreu sem ter tempo de a acabar...
?!?? ... foi a prima Beatriz que a terminou, lembras-te da prima Beatriz?...
(claro que me lembro da prima Beatriz... para quem não sabe a prima Beatriz era irmã da prima Florinda costureira [para distinguir da prima Florinda dos óculos]) ...
pois, foi a prima Beatriz que acabou a toalha.

É, então, uma toalha iniciada há mais de quarenta anos, trabalhada pelas mãos de duas mulheres diferentes... uma toalha estreada pela imagem peregrina, uma linha enlaçada pelo sonho.

Quem foi a prima Anita, mamã?

A prima Anita era irmã do marido da tia Laurinda ... gostava muito dela, aquela família deu-me muito mimo...

Enfim, nunca nos esqueceremos de quem nos mima.

Uma menina com sessenta e tal anos, a recordar a menina que foi... uma menina de cinco anos sem pai, uma menina que não foi mimada pelas mãos calejadas da mãe (minha avó) que com vinte e poucos anos, cavava na terra o sustento de três filhos... uma menina (minha mãe) que fez de mim um homem feliz ao dizer-me: Filho, só me dás alegrias... (ao ver-me aparecer de surpresa na missa de quinta-feira)... era tão bom que fosse sempre,assim, mamã.

Afinal... um "post" sobre toalhas, veio a revelar-se sobre o sentido da vida, das mãos que trabalham sonhos, sonhos construídos... com linha sessenta.

[a bold as palavras da mamã]



4 Comments:

Blogger Alien David Sousa said...

Pedro,ainda bem que desfrutaste do acontecimento.

segunda-feira, março 27, 2006 1:53:00 da manhã  
Blogger psac74 said...

Pedro, é curioso! Através de uma toalha, pudeste reviver momentos e entes queridos!

Abençoada toalha...

Um grande abraço

segunda-feira, março 27, 2006 2:17:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Fizeste-me, lembrar as tardes em Fataunços, a mexer, não nos trapos velhos, mas nos trapos com história como diz a minha querida Tia Bibi. É bom sentir o cheiro do linho e da estopa fiada por parentes que nos deixaram estas recordações. Assim como dormir em lençóis "casquinha de ovo" (meio linho meio algodão)que por mais antigos que sejam proporcionam o melhor sono de todos es tempos.... nem que seja pelo cheirinho a alfazema que têm.

Adoro essa sensação de trazer até hoje as coisas de ontem!

segunda-feira, março 27, 2006 9:50:00 da manhã  
Blogger António Almeida said...

de certeza que lhe dás (darás) muitas alegrias além desta...

segunda-feira, março 27, 2006 10:39:00 da tarde  

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