domingo, novembro 26, 2006

530 - o que nos faz correr? (parte 1.)

Este livro de Shulberg levou-me de volta a um tempo em que as páginas se cortavam com uma faca (esta edição é de 1957, tradução de Francisco Mata). Um tempo em que o gosto da leitura se aliava ao prazer da descoberta, preparar o livro para ser lido, «esfaqueando-o» cuidadosamente, olhar as ilustrações da capa (esta deve ter sido a primeira nota de dólar que vi), curiosamente, lembrei-me desta ilustração ao ver este cartaz de Filipe Abranches.
O livro começa assim:
«A primeira vez que o vi, Sammy não podia ter mais que dezasseis anos. Era um rapaz franzino, espécie de fuinha, vivo e manhoso.»
Pág. 96:
«Só de vez em quando o pequeno dava a ideia de não ter passado ainda dos vinte anos. Assustava pensar no que viria a ser no estado completo de adulto.»
Termina desta maneira (pág. 296):
«A carreira fulgurante de Sammy Glick continuava, brilhante e vibrante como um meteoro. A sua vida era um documento maravilhoso e aterrador que explicava por que motivo ele corria. E um dia eu gostaria de ver esse documento publicado espécie de demonstração do modo como a vida na América pagou os seus dividendos da primeira metade do século XX.».

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Desconhecia o livro.De um breve investigação ficou-me na retina o seguinte:
Sammy Glick,imigrante pobre e inculto,era tudo aquilo que a sociedade de então, não gostaria de ver como simbolo de um lugar reservado às cabeças mais iluminadas da terra do tio Sam.

segunda-feira, novembro 27, 2006 6:40:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio