sexta-feira, abril 13, 2007

687 - brevemente

Em breve «postarei» sobre a escola.
A escola que temos e a escola que queremos.
Inclusões e exclusões.
Será a escola um parque onde se estacionam os putos de manhã e se vão buscar ao fim da tarde?
Instrução e educação.
Burocratas de gabinete e burocratas de sala de aula.
O papel do professor, ensinar ou reunir e preencher relatórios?
A importância de pensar a coisa, a obrigatoriedade de fazer a coisa.
Escolaridade obrigatória ou liberdade?
O ensino pela descoberta (Ana Benavente) ou a descoberta do ensino?
Queremos um ensino de pessoas para pessoas ou de engenheiros técnicos para outros engenheiros?

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Evidentemente...

“As coisas da educação discutem-se, quase sempre, a partir das mesmas dicotomias, das mesmas oposições, dos mesmos argumentos. Anos e anos a fio. Banalidades. Palavras gastas. Irritantemente óbvias, mas sempre repetidas como se fossem novidade. Uns anunciam o paraíso, outros o caos – a educação das novas gerações é sempre pior do que a nossa. Será?! Muitas convicções e opiniões. Pouco estudo e quase nenhuma investigação. A certeza de conhecer e de possuir “a solução” é o caminho mais curto para a ignorância. (…) Em educação, tudo são evidências. Definitivas. Crenças. Doutrinas. Dogmas. Ilusões. Palavras gastas. Inúteis. O que é evidente, mente. Evidentemente."
António Nóvoa, 2005.

sexta-feira, abril 13, 2007 9:25:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É lento ensinar por teoria,mas breve e eficaz fazê-lo pelo o exemplo.
(Sèneca)

"A escola è cada vez mais uma instituição financeira que vende diplomas,o aluno è o consumidor interessada em comprar e o professor è o tipo que quer atrapalhar as negociações."

sexta-feira, abril 13, 2007 6:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mais que evidente...
É para citar o Nóvoa?
Gosto dele.

«Os professores são, paradoxalmente, um corpo profissional que resiste à moda e que é muito sensível à moda. A gestão pessoal deste equilíbrio entre a rigidez e a plasticidade define modos distintos de encarar a profissão docente. Ora, quando se sabe que o adulto apenas retém como saber de referência o que está ligado à sua identidade (Dominicé, 1990), compreendemos a importância de conceder um estatuto ao saber emergente da experiência pedagógica dos professores. Paradoxalmente, a profissionalização do ensino fez-se à custa deste saber experiencial, podendo até adaptar-se a expressão de Anthony Giddens (1991) e denunciar a “confiscação da experiência”. Por isso, é fundamental fazer com que os professores se apropriem dos saberes de que são portadores e os trabalhem do ponto de vista teórico e conceptual (Courtois e Pineau, 1991).
O processo identitário passa também pela capacidade de exercermos com autonomia a nossa actividade, pelo sentimento de que controlamos o nosso trabalho. A maneira como cada um de nós ensina está directamente dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos o ensino: “ será que a educação do educador não se deve fazer mais pelo conhecimento de si próprio do que pelo conhecimento da disciplina que ensina?” (Laborit, 1992, p.55). Eis-nos de novo face à pessoa e ao profissional, ao ser e ao ensinar. Aqui estamos. Nós e a profissão. E as opções que cada um de nós tem de fazer como professor, as quais cruzam a nossa maneira de ser com a nossa maneira de ensinar e desvendam na nossa maneira de ensinar a nossa maneira de ser. É impossível separar o eu profissional do eu pessoal.»

Extracto de um texto de António Nóvoa na obra Vida De Professores. Porto Editora

Marcadores de Comentário: Chá de camomila e mel, bolachas, conversa e...

sábado, abril 14, 2007 1:04:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

«Um elemento importante no desencadear do mal-estar docente é a falta de apoio, as críticas e a DEMISSÃO DA SOCIEDADE em relação às tarefas educativas, tentando fazer do professor o único responsável pelos problemas do ensino, quando estes são problemas sociais que requerem soluções sociais.»

Extracto de um texto de José M. Esteve na obra Profissão Professor (Organização de António Nóvoa). Porto Editora. O uso de maiúsculas é meu.

Marcadores de comentário: e... mudanças sociais, evidentemente, etc, etc e etc.

Bons sonhos!

sábado, abril 14, 2007 1:21:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As questões que colocas são profundamente pertinentes. Passarei para ler a tua reflexão sobre a escola.
A escola enquanto organização educativa/formativa é um dos meus interesses de vida.
Por agora, permite-me comentar com um texto que escrevi já há algum tempo:
http://pequenoescrito.blogspot.com/2007/01/apologia-do-no-retorno.html

O que me entristece é que segunda-feira está tudo na mesma... Nóvoa di-lo de forma inteligente: a evidência é mentirosa.

Bom fim-de-semana.

sábado, abril 14, 2007 1:43:00 da tarde  
Blogger Alien David Sousa said...

É impressão minha ou já "postaste" sobre a escola?;)

Sinceramente acho que o nosso sistema de educação nunca esteve tão confuso como está neste momento.

A profissão de professor é das mais ingratas no momento. Isto para aqueles que conseguem ser colocados - e colocados nas suas respectivas especializações - porque em determinadas escolas parece que vão para campos de batalha.

Não existe, como deveria uma directiva de matéria para cada ano. A matéria vai sendo alterada, sem se saber muito bem porquê, nem sem serem apontados motivos coerentes.
Apetece, muda-se.

Não sei, acho tudo tão estranho. E muito sinceramente. Só falo do que oiço porque tenho amigos na área que me vão dando umas luzes.

O papel da escola é importantíssimo para o desenvolvimento dos miúdos, mas se esta não está equipada com as ferramentas necessárias para chegar até eles...não sei

Beijinhos

domingo, abril 15, 2007 7:36:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vinha em busca da tua reflexão sobre a escola e encontro Grandola. Está bem!

O sistema educativo não existe para "dar emprego". O seu propósito é outro.

A profissão de professor é das mais gratificantes.

domingo, abril 15, 2007 8:09:00 da tarde  

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