terça-feira, maio 22, 2007

757 - lol(a)

O nome perseguia-a.
Espanhola em Portugal.
Muito nova decidira que estudar seria o seu futuro, ajudar os outros era a sua vocação.
Era dura e sólida.
Raramente lhe víamos um sorriso na face emoldurada por cabelos de neve.
Hoje, dia 19 de Maio, sentia-se, especialmente, cansada, uma noite sem dormir (a farmácia estivera de serviço) telefonemas durante toda a noite de pessoas que sentiam falta, não de conselhos médicos, nem de medicamentos, sim de palavras de conforto.
Dormira, qualquer coisa, já depois do Sol raiar, por volta das nove teve de sair, o pai, o paizinho, que sobrevivera à guerra civil espanhola, estava entre a vida e a morte com um enfarte agudo no miocárdio ... ataque cardíaco, gritara-lhe Viriato para o telemóvel.
Saiu, colocou um aviso: Volto Já
Aplicou metoprolol, propranolol, esperou pela ambulância, beijou o pai (talvez pela última vez) e regressou à farmácia ... agora a vida do pai estaria nas mãos dos médicos, tal como o campeonato esteve na mão de Ronny.
Por volta das dez horas entram três tipos vestidos de lycra com uns capacetes pontiagudos na cabeça que lhe perguntam:
- Há possibilidade de arranjar material para desinfectar o braço de um colega?
Depois de uma noite sem dormir, de olhar o pai, provavelmente, pela última vez, Lola respondeu, apenas:
"aqui não fazemos curativos!"
"não tenho produtos abertos!"

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Io rido, rido,rido!

terça-feira, maio 22, 2007 11:40:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Conclusão; ela è mesmo uma besta.

quarta-feira, maio 23, 2007 7:48:00 da tarde  

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