domingo, novembro 09, 2008

1767 - o banqueiro gay

Esta é a história ficcionada (será?) de José de Pinto Burnay, conhecido por Pepe Burnay.
Lembram-se a semana passada dum misterioso acidente na segunda circular, Lisboa?
No dia anterior o filho duma branca tinha sido eleito 44.º presidente dos Estados Unidos da América (exceptuando todos os presidentes entre 1776 e 1789, claro).
Foi na quarta-feira, 5 de Novembro, o carro ia a alta velocidade, o condutor não levava cinto e o air-bag tinha sido desactivado, não travou e a causa de morte foi difícil de apurar, a autópsia foi inconclusiva.
A caixa torácica foi esmagada pelo violento embate no volante e a massa encefálica estava espalhada pelo tablier... na certidão de óbito consta paragem cardíaca.
A história de Pinto Burnay começara há 52 anos, tinha-os completado no dia 2.
José era dez dias mais velho que Francisco de quem tinha sido colega no Instituto Superior de Economia (ISE).
José, Zézito como era conhecido na república portuguesa, carregava consigo (com ele) o nome de duas famílias de banqueiros e um talento invulgar para a Economia, foi o segundo melhor aluno do ISE, apenas, Xico o superou.
Filho de peixe sabe nadar e Zézito nadava muito bem, contudo, o facto de gostar muito de enguias obrigou-o a ir nadar para outras águas para não embaraçar nenhuma das conhecidas famílias.
Assim em 1989, José de Pinto Burnay estava em Madrid, embrenhado em negócios, num pó branco que (o) inspirava e numa vida a alta velocidade, El Futre banqueiro, assinava contratos, comprava, vendia e movimentava-se entre activos e passivos (não me refiro só a negócios bancários).
Era um fenómeno nos loucos anos oitenta e conseguiria manter-se em grande durante mais vinte anos, era vice-presidente dum dos maiores bancos do Reino vizinho, muito inteligente e muito rápido a tomar decisões (os banqueiros portugueses chamavam-lhe: Pepe rápido).
Em má hora regressou à república e deparou com o cartaz que se encontra lá em cima.
Francisco sabia-o homossexual, José não lhe desculpou o acusatório cartaz cor-de-rosa que grita à beira das estradas que os banqueiros gay não são pessoas.
O banco espanhol divulgou um comunicado que refere que o «nosso vice-presidente esteve a acompanhar as eleições americanas e terá adormecido ao volante tendo falecido num trágico acidente de viação».
Na verdade suicidou-se, enterrando pela última vez o segredo.
Francisco, encolheu os ombros e disse: era, apenas, um banqueiro gay, não era uma pessoa... o Zé não faz falta.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Banqueiro: aquele que empresta o dinheiro dos outros e guarda os juros para si .

segunda-feira, novembro 10, 2008 8:48:00 da tarde  

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