sexta-feira, agosto 28, 2009

2204 - qualquer dia apanho-te votando


Há pessoas para quem as palavras liberdade e igualdade são apenas dois terços do catecismo republicano, não compreendem a profundidade que os dois conceitos encerram.
Àquelas duas palavras, acrescentaria, dignidade.
Um país de pessoas livres, iguais e dignas, aquilo que a monarquia constitucional procurou construir e que o golpe de estado republicano destruiu.
Isso são coisas antigas... dir-me-ão.
Quem olhou para esta capa de revista reparou, certamente, que a senhora nem sequer tem direito ao nome, tem uma etiqueta com a idade -43 anos- e outra com a proveniência -mulher do treinador Mourinho. Como se fora um pedaço de carne pendurado num talho, vitela com um ano, proveniente das pastagens de Milão.
Naquela capa não é o sillycone valley que me interroga, como diz o cidadão abt (quanto muito seriam as sillycone mountains, eh, eh, eh) aquilo que me questiona é a falta de respeito, a indignidade a que se sujeita um ser humano, retirando-lhe a identidade, etiquetando-a.
Oliveira Martins (um eminente republicano que só perto do fim da vida trilhou o caminho do bem) via a mulher como uma fonte de problemas [para saber mais] como uma doente que tinha de se submeter , dócil e amoravelmente.
Curiosamente, em pleno séc. XXI há quem defenda o mesmo, que as mulheres têm de ser vergastadas por beberem uma cerveja ou usarem calças.
Cheio de boa vontade, tentei explicar que não, que não concordava, que defendia direitos e deveres iguais entre homens e mulheres... cairam-me em cima (salvo seja) se bem que o argumento mais forte que encontraram foi: «Pedro, podia ter dito que era monárquico que nós dávamos o desconto».
Acompanhar a interessante troca de argumentos: aqui.

2 Comments:

Blogger O Cidadão abt said...

A primeira cena de Real Violência Doméstica que deu origem ao nome de uma cidade portuguesa aconteceu em 1147 já Dom Afonso Henriques tinha dado uns açoites na mãe, e acabado de conquistar Lisboa aos mouros com aquela cena marada do Martim Moniz se espalmar no portão do castelo de São Jorge impedindo o seu fecho, em troca da própria vida!
Postos os Mouros a milhas, Dom Afonso Henriques resolveu passar umas mini férias do género “lua-de-mel” atrasada, com a sua amada Dona Mafalda, filha do Conde Amadeu II de Sabóia, com a qual tinha contraído matrimónio um ano antes, em 1146.
Passeavam então tranquilamente, Rei e Rainha pelas areias desertas de uma praia perto de Lisboa, vigiados por escudeiros e outros leais cavaleiros, quando de súbito, uma onda mais atrevida molhou os calcantes à Rainha Dona Mafalda...
Esta, instintivamente arregaçou ao de leve o seu longo vestido para não o molhar... deixando desnudados e expostos os seus reais artelhos... O Rei, desagradado ao assistir a tão ousada cena, levantou sua pesada mão, desferindo-lhe tamanho estaladão, exclamando:

"-Tomai lá que já almoçastes!"

A Rainha indignada com tanta incompreensão e tão poderoso sentimento de posse do seu Real esposo, questionou-o:

"-Senhor, meu Rei, porque meCascais??"

Realmente... a sua observação, caro Santamargarida, é pertinente e legítima, embora se constate que sejam muitas vezes as próprias mulheres a promoverem esse tipo de tratamento.
Atente à Playboy Portuguesa de Setembro!
Quantas não se produzem precisamente para alcançarem tais fins?
Salvo uma Brites de Almeida de pêlo na venta, ou um Dom Pedro, já ressalvado seu Real pai, supunha cá o Cidadão que a noção de mulher-objecto fosse prática corrente desde os tempos remotos das Monarquias com éne historietas de alcofa, enraizada na maioria dos povos falocêntricos!
Mas temos de reconhecer que elas são a mais bela obra de arte concebida pelo Criador disto tudo, um apelo aos órgãos sensoriais não surpreendendo tal tendência de posse, embora tudo o que seja demais, também enjoe... como por exemplo o espancamento como culto e castigo seja qual o motivo, e muito menos por situações banais como beber uma bjeca, fumar, sorrir, vestir calças, ou mostrar a pernoca e ponta do nariz.Sem dúvida de uma vil hipocrisia masculina!
A tendência da comunicação social, será de explorar tais vertentes, a par de outras, como empolar informação que desperte a libido, a curiosidade e o sadismo para agarrar os seus leitores!
Um leque de informação abrangente!
Ah!
O nosso José Mourinho é o "SpecialOne, não é?"
E qual a análise da visada esposa? Aceitará ela, ser a tal carne ao pendurão?

sábado, agosto 29, 2009 12:52:00 da manhã  
Anonymous Lux Subliminar said...

“A tendência da comunicação social, será de explorar tais vertentes, a par de outras, como empolar informação que desperte a libido, a curiosidade e o sadismo para agarrar os seus leitores!”

Vender é a palavra de ordem.
Vender papel e vender silicone (como no caso da mulher de Mourinho).

Reparem, a capa não é da Playboy, nem d’A Bola.
O público-alvo será feminino.

A mensagem é Mourinho-Esposa-Silicone como poderia ser Cristiano Ronaldo-Namorada-Silicone ou Santana Lopes-Amiga-Silicone.

Normalmente são as mulheres que vão ao talho.

sábado, agosto 29, 2009 4:48:00 da manhã  

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