terça-feira, maio 16, 2006

345 - edadrebilliberdade

Voltei, voltei... voltei de lá
Voltei, mais cedo que as previsões efectuadas.

A minha aula de sexta-feira será sobre a liberdade.

Gostaria que comentassem estas reflexões (se estiverem para aí virados).

Liberdade é fazer o que quero ou o que devo?
Quem limita a minha liberdade, eu ou os outros?
Faz parte da minha liberdade não usar capacete, fará parte da liberdade dos outros varrerem-me os miolos para a valeta e deixarem-me ficar?

[este último exemplo é um bocadinho chocante, mas, estou a utlizar a minha liberdade de chocar (nos vários sentidos)]

Podem utilizar o e-mail: pedrolliveira@gmail.com se pretenderem efectuar comentários longos, anexar textos, poemas, fotos ou comentários onde relatem experiências pessoais [a confidencialidade será, obviamente, respeitada].

9 Comments:

Blogger ANTONIO MELÃO said...

Para mim que já levo 32 anos de liberdade, acho que a LIBERDADE é fazer o que se gosta realmente sem ferir a liberdade de mais ninguém.
Por exemplo pintar paredes não é liberdade, atirar pedras à policia também não, ofender os vizinhos idem, tanta cena...
Liberdade sobretudo é não haver Pides, poder votar no PC ou no PS... ter escola para os filhos (devia ser gratuita), ter melhor serviço de saúde... e muito importante ter um salário ao fim do mês.
Perguntei ao meu filho de 10 anos o que era para ele a LIBERDADE...
Resposta pronta... TODA A GENTE DEVIA SEPARAR O LIXO DA COZINHA...
Toma que já almoças-te!
CM

terça-feira, maio 16, 2006 10:52:00 da manhã  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Por definição, «Liberdade é a POSSIBILIDADE de se fazer o que se deseja».

Outra coisa, são as limitações a que ela é sujeita pelo facto de a pessoa viver em sociedade.

Neste caso, dada a evidente possibilidade de conflitualidade com a liberdade dos outros, há regras, de certa forma estabelecidas "de comum acordo" - se não agora, pelo menos no tempo em que foram criadas.

Outra coisa ainda é "dever respeitar isto ou aquilo":
Há o dever imposto pela moral de cada um e o dever imposto pela sociedade sob a forma das regras estabelecidas.

terça-feira, maio 16, 2006 1:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pedro,

Seguindo a ordem das perguntas, aqui vai:
1ª As duas coisas.
Em algumas situações Liberdade é fazeres o que tu queres, de forma desmedida se o entenderes. Ou seja, em determinados aspectos gozas de uma liberdade absoluta, total (pensa e encontrarás muitos exemplos).
Noutros casos, liberdade é poderes optar pelo dever e pelo não dever. É, convenhamos, uma liberdade limitada, parcial. Mas é uma liberdade: a de optares por cumprir ou não os deveres legais, morais, sociais, cívicos, etc.
Como disse noutro sitio, é o preço de vivermos em sociedade.

2ªNovamente, os dois: tu e os outros.
Tu, pela maior ou menor consciência moral, legal, social que possuis a cerca da vida.
Os outros, porque tu não podes isolar-te da sociedade, do país, da cidade, do bairro onde vives, onde comes, onde trabalhas... e
onde existem um conjunto de regras (legais, morais, rotineiras, costumeiras) que te são impostas e que, a não ser que queiras ser "marginalizado", deves cumprir/respeitar.

3ª É obvio que faz parte da tua liberdade não usar capacete. E é, igualmente, óbvio que não faz parte da liberdade dos outros varrerem-te os miolos para a valeta e deixarem-te (a ti ou aos miolos?) lá ficar. Como deves saber, falas dum comportamento que face aos olhos da sociedade é inadmissivel e à letra da lei é tificado como crime (homícido, violação da obrigação de auxílio, etc).
Logo, não pode enquadrar-se em nehum conceito de liberdade, quer o socialmente aceite quer o legalmente instituído.

Mas admito que possa haver quem pense ter essa liberdade... Há loucos para tudo.

Olha, e por falar nisso, o direito de ser louco é ou não uma forma de liberdade?
E a decisão, no dia a dia, de nos posicionarmos no caminho que leva à loucura...é tb uma forma de liberdade?

Bem, bem é melhor ficar por aqui..

terça-feira, maio 16, 2006 3:27:00 da tarde  
Blogger José Carlos Gomes said...

Ninguém é totalmente livre, porque está condicionado pelo ambiente que o rodeia. Partindo deste condicionamento de base, há aqueles que são mais livres do que outros.

Pegando na tua primeira questão. Se eu estou claramente convicto de que fazer o que devo é o melhor, então eu quero mesmo fazer o que devo. Nesse caso, sou livre fazendo aquilo que devo. Mas se eu souber o que esperam de mim e o fizer por achar que devo fazer sem que isso seja o que eu acho mais correcto, então não sou livre.
Logo, a liberdade de cada um é sempre limitada pelos outros. Quando alguém faz uma opção que considera que é mesmo a melhor está a ser livre ao tomar esse caminho. Embora, voltando atrás, não haja ninguém cem por cento livre, porque está condicionado de base.

quarta-feira, maio 17, 2006 12:44:00 da manhã  
Blogger r said...

Em pleno exercício da minha liberdade, respondi-te, lá em casa.

quarta-feira, maio 17, 2006 1:34:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não gosto muito de discutir o conceito lato de liberdade, prefiro pensar na minha liberdade ou falta dela. Posso dizer que sou livre? Bem não sou livre de comprar as sandálias que estão na montra na sapataria do Senhor Gomes porque a esta altura do mês o dinheiro já anda contado. Não sou livre para ir (como estava planeado) à Holanda nas férias porque o dinheiro das férias vai para substituir o "chaço" roubado. No entanto sou livre de escolher não comer carne até ao final do mês para comprar as sandálias. Não sou livre de trabalhar naquilo que passei 5 ano das minha vida a estudar, mas sou livres de escolher qual a empresa de trabalho temporário que me vai explorar. Não sou livre para ir trabalhar com os meus calções e as "havaianas" no pé, mas posso sempre tentar levar os calções por baixo das calças de ganga.

Não sou livre para fazer o que acho que está certo, mas nada me impede de continuar a tentar mudar! No entanto sou livre de dizer isto tudo, posso dizer M**** em voz alta na rua, posso chamar porco ao homem que deita o papel para o chão, posso dar um beijo na boca no meio da rua e posso ainda andar nua na praia. Agora, será isto a Liberdade? Resposta: também, mas a mim não me chega!

quarta-feira, maio 17, 2006 10:53:00 da manhã  
Blogger Alien David Sousa said...

Pedro, este assunto é bastante complexo. Eu se fosse ati, limitava-me a dizer que " a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros"
É se começares a aprofundar o assunto e a falar no Bush etc, vai dar merda. Boa sorte.

quarta-feira, maio 17, 2006 4:01:00 da tarde  
Blogger António Almeida said...

Para mim, a liberdade é uma noção/conceito que designa a ausência de submissão a (uma coisa, ideia, pessoa...), de servidão, ou seja permite a independência.
Tenho assim autonomia para... escolher entre as diferentes possibilidades que me são dadas.
Já Descartes (?), dizia que quem compreendesse as alternativas de escolha tinha mais liberdade. Quanto mais claramente uma alternativa se afirmar como boa (porque possuo mais informação sobre ela), mais facilmente a escolho.
Ora, sendo uma pessoa esclarecida, posso escolher melhor, tendo por isso mais liberdade.
O facto de (pensar) ser livre, dá-me mais reponsabilidades, pois assim tenho de assumir tudo o que faço (mal ou bem) e declarar-me responsável por isso.
Sendo livre (ou achando que tenho liberdade)quem me controla?
Eu!!! num acto de auto-controlo!
Assim... perdi a liberdade!

quarta-feira, maio 17, 2006 11:57:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

«este último exemplo é um bocadinho chocante, mas, estou a utlizar a minha liberdade de chocar (nos vários sentidos)»

Liberdade é como uma finta de Cristiano Ronaldo, finge que vai pala direita, ameaça que vai pela esquerda e, normalmente, perde a bola, às vezes não a perde.
São essas raras vezes que não a perde que perduram.

Lá em cima falei em chocar (no sentido de ninho de ideias) posso afirmar sem falsas modéstias que esta iniciativa está a ser um sucesso...

A cada um dos que colaboraram enviarei por «e-mail» a planificação da aula. Para poderem apreciar/criticar como é que um «professor» que nunca fez pedagógicas, nem tem nenhum programa para seguir prepara «duas horas de tortura» para "meninos" que em alguns casos podiam ser meus avós.

quinta-feira, maio 18, 2006 5:46:00 da manhã  

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