sábado, janeiro 06, 2007

572 - de cabeceira

-Está a ver, senhor pedro, esta mesinha não merecia isto, é tão linda... está a ver... esmordaçada por um cão qualquer, uma mesinha destas
- Deixe estar, senhor (...), não faz mal...
- Não faz mal? Uma mesinha destas... enchi-a toda com serradura e cola nos sítios que aquele safardana roeu, lixei, passei com dioxene, encerei-a toda...
- Pois, pois, fez bem... está perfeita, nem se nota...
Encontrei, provavelmente, o único arrendador de casas perfeccionista do mundo, quando digo perfeccionista é perfeccionista mesmo.
- Ó senhor pedro, chegue aqui, acha que ficam bem as gavetas forradas com este papel? Aqui nos armários coloquei papel autocolante, diz que isto é lavável... fica bem não fica? Ah, venha cá está a ver estes azulejos, passei com uma chave de fendas, embrulhada num pano, claro!
- Claro!
- Ficou bom, não ficou?
Ficar ficou, mas com tanto perfeccionismo como é que uma pessoa se pode sentir à vontade... o senhor (...) pode tirar o cavalinho da chuva que eu não vou andar a limpar azulejos com chaves de fendas, enfim
[a mesa da imagem é meramente ilustrativa]

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hà muita coisa útil e agradàvel que só aprendemos com os erros que cometemos.

No intervalo de um curso sobre informàtica encontram-se na casa de banho o Sr.Linus,Bill Gates e Steve Jobs.
O Sr. Linus estava a lavar as mãos cuidadosamente e de repente ,vira-se para o Bill Gates e diz :
-Nós na Linux ,somos Prefeccionistas.
Bill Gates tambèm lavava as mãos,tomando o cuidado de esfregar bem entre os dedos e por debaixo das unhas.Lança um olhar deseafiador para o sr.Linus e exclama.
-Nós da Microsoft,somos prefeccionistas e detalhistas!
Nesse momento ,Steve Jobs que estava virado de costas para a redícula cena,dirige-se para a saída da casa de banho.Simultaneamente,Linus e Gates perguntam-lhe.
-Steve, não vai lavar lavar as mãos?
E Steve Jobs respondeu secamente:
-Nós,da Apple,não mijamos nas mãos.

Posted in Humor,informàtica/Tecnologia.

domingo, janeiro 07, 2007 1:27:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

É isso mesmo, o nosso corpo é um todo, esta mania das lavagens é muito recente.
Vigarello neste livro:
http://www.martinseditora.com.br/detalhes.asp?ID=92275
refere: ««depois do banho, a carne e o hábito do corpo amolecem e os poros abrem-se e, assim, o vapor empestado pode entrar prontamente no corpo e provocar a morte súbita».
Sobre o perfeccionismo as únicas palavras que ne ocorrem é que perdemos demasiado tempo com o acessório e esquecemos o fundamental.

domingo, janeiro 07, 2007 1:42:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já não é necessário lavar as juntas dos azulejos com chaves de fendas embrulhadas em panos. Existem, no mercado, esponjas próprias para o efeito. O senhor, desconhece, provavelmente, esse facto.
A gordura como efeito decorativo ou a humidade não são agradaveis.

Deixar um cão (se bem percebi)roer uma mesa de cabeceira do género da que está na imagem, é,qualquer coisa de profundamente obsceno.
Não é comentário de gaja. É paixão por mobiliário antigo.

Perfeito só Deus, mas esse, está morto.

A fronteira entre o acessório e o fundamental é simples. Acessórios, são meras coisas. Fundamental, são as pessoas. As coisas, coisificam-se, as pessoas, não.

O outro Oliveira, o Daniel, sabe a diferença, exposta no ponto anterior.

O banho, é fundamental, por razões óbvias. E, já agora, levantar a tampa e lavar as mãos após, também.Este, sim, é comentário de gaja.

domingo, janeiro 07, 2007 2:07:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Óbvio, nada é óbvio como escreveu Vasco Pulido Valente no Público, ontem.
Levantar a tampa é mais um dos facilitismos da sociedade contemporânea, todos nós devemos arriscar e assumir as responsabilidades quando falhamos.
Não levantar a tampa é ou mesmo tempo um acto de rebeldia e responsabilidade, rebeldia por contrariar o estabelecido, responsabilidade (se necessário) pela limpeza do pingo fortuito.

domingo, janeiro 07, 2007 2:45:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meu querido amigo, é óbvio que existem coisas óbvias(pleonasmo intencional), mas não me apetece filosofar ao domingo...

Essa visão do «pingo fortuito» está original...rebeldia e responsabilidade, pois sim...talvez seja simplesmente uma questão de medida(altura). Perspectivas.
Era capaz de dar um ensaio interessante:Da estética à ética do pingo fortuito.

domingo, janeiro 07, 2007 3:19:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio