sexta-feira, junho 15, 2007

804 - sande

Cirurgião de Brigada Luiz Augusto Pedro de Sande (1875 a 1885)
§ 1ºSANDE
Que tiveram a mercê de Dom Alcaides-mores e Comendadores de Punhete
De Estevão Lopes de Sande e de sua mulher D.Catarina Freire foi filho entre outros:
IV RUI DE SANDE que depois se chamou D.RODRIGO DE SANDE
Teve o foro de Moço da Câmara de El-Rei D.João II o qual depois lhe deu o ofício de Moço da Escrevaninha.Foi mais tarde membro do Conselho de El-Rei D.Manuel e seu Embaixador aos Reis Católicos incumbido da missão de ajustar o casamento do Príncipe D.Afonso com a Princesa D.Isabel,e teve a Alcaidaria-mór e a Comenda de Punhete,na Ordem de Cristo,e mais uma outra Comenda em Castela por ter tomado parte na conquista de Granada.Em 1491 recebeu de D.Manuel a mercê da Alcaidaria do Castelo Real e o título de Dom, para si e sua descendência em paga dos seus muitos serviços.
Para além dos seus méritos militares e diplomáticos foi ainda bom poeta, hábil político e muito cortezão.
Iniciou muito novo a sua carreira das armas alistando-se na armada de socorro Ilha Graciosa onde foi ferido num recontro.
Tomou depois parte em todas as acções no Norte de Africa -Arzila,Tânger,Alcácer,Ceuta e na conquista de Targa.
Encontrando-se casualmente em Espanha na ocasião da conquista de Granada obrou tão brilhantes feitos e recebeu tantos ferimentos nos combates que antecederam a queda do último reino mouro da Península que os Reis Católicos lhe concederam, entre outras mercês,uma Comenda grande de Espanha.
Personagem de inteira confiança dos nossos reis D.João II e D.Manuel por eles lhe foram confiadas as mais delicadas missões diplomáticas que levou a cabo com total zelo e grande habilidade.Como corolário de tudo isto e demonstrando uma autêntica formação renascentista deixou fama a sua vasta cultura e obra poética grande parte escrita em espanhol e que se encontra compilada no Cancioneiro Geral de Espanha.
Casou este insigne português na vila de Punhete,actual Constância, com D.Guiomar Pereira,filha de Nuno Fernandes Freire, de Beja,e de sua mulher D.Isabel de Almeida (filha natural de D.Alvaro de Almeida, Comendador de Entradas).
Após enviuvar casou novamente sua mulher com Estevão de Brito,Alcaide-mór de Beja,de quem não teve filhos,e após este ainda contraiu terceiro matrimónio com .Bernardim de Almeida e houve deste geração.
De D.Rodrigo de Sande e de sua mulher foram filhos:
1(V) D.João de Sande Alcaide-mór e Comendador de Punhete e herdeiro da grande Casa de seus pais.
Serviu numa Comenda no Norte de Africa entre 1524 e 1529
Casou com Dona Inês Madalena de Lafetat,filha de João Francisco de Lafetat,mercador italiano muito rico,e de sua amiga Maria Gonçalves, cristã-nova e pessoa de baixa condição,facto que não impediu D.João de Sande de ser nomeado Notário da Inquisição, como se verifica através do seu testamento redigido em Lisboa em 1556. Deste casal foram filhos:
1(VI) D.Luis de Sande Alcaide-mór e Comendador de S.Julião de Punhete na Ordem de Cristo. Serviu uma comenda em Tânger sob as ordens de Lourenço Pires de Távora no ano de 1564,vindo a morrer sem estado e sem geração.
2(VI) D.Rodrigo de Sande
Recebeu uma tença em 1572 pelos serviços de seu irmão Luis, não chegando,no entanto,a suceder na Casa por ter morrido na jornada de Alcácer-Quibir. Sem geração.
3(VI) D.Francisco de Sande
Instituidor do Morgado de Punhete em 1620 chamando para o administrar seu primo Diogo de Saldanha de Sande.
Morreu a 24-IX-1628.
Destinado carreira eclesiástica foi clérigo e licenciado em Cânones pela Universidade de Coimbra,opositor no Colégio de S.Paulo, Desembargador dos Agravos e da Casa da Suplicação e Provedor da Misericórdia de Punhete.
Teve bastarda:
(VII) Dona Luisa de Sande
Que foi mulher de Nuno Coelho Torresão, Fidalgo da Casa Real,irmão de Sebastião Coelho Torresão e filhos de Simão Torresão Coelho.
Tiveram:
1(VIII) João Coelho de Sande Contador de Tomar.
2(VIII) Francisco Coelho de Sande
Que foi pai de:
(IX) António Coelho de Sande
Fidalgo Cavaleiro, por Alvará 7-VII-1643, confirmado por outro de 15-V-1655.
4(VI) Frei Cristovão de Sande
Que professou em 1533 no Convento de S.Domingos de Benfica.
5(VI) D.Fernando de Sande
Colegial e depois Opositor do Colégio de S.Paulo de Coimbra.
6(VI) Dona Joana de Andrade
Mulher de João Alvares. Dizem alguns ter sido filha destes a já referida Dona Luisa de Sande o que parece ser erro manifesto pois assim sendo ela haveria de suceder no Morgado de Punhete,o que não se verificou.
7(VI) Dona Isabel de Sande Freira no Convento de Celas,em Coimbra.
8(VI) Dona Antónia Idem.
2(V) D.Jorge de Sande
Serviu em Arzila em tempo do grande Capitão António da Silveira e morreu num recontro contra os mouros,como se diz nos "Anais de Arzila" de Bernardo Rodrigues.
3(V) D.Diogo de Almeida
Que foi para a Índia ali se distinguindo pela sua bravura, sendo-lhe confiado por D.João de Castro o governo interino de Goa quando o Vice-Rei foi em socorro de Diu durante o cerco daquela praça. Morreu sem geração.
4(V) Dona Joana Freire
Que segue.
V DONA JOANA FREIRE Que casou com Francisco Leitão e tiveram:
1(VI) Pero Leitão
Que segue.
2(VI) João Lopes Leitão
Pagem da Lança do Príncipe D.João,depois D.João III.
Homem irrequieto e de hábitos libertinos ordenou-lhe El-Rei que se mantivesse recluso em casa por ter forçado os apartamentos das damas do Paço.
Em 1554 encontrava-se na Índia onde servia com o posto de Capitão, fazendo parte no ano seguinte da guarnição de Diu na altura sob o governo de D.Antão de Noronha.
No Oriente terá conhecido Luis de Camöes de quem ficou amigo,e António Ferreira que lhe dedicou algumas rimas,e de Pedro de Andrade Caminha.Ele próprio não desdenhou as musas compondo alguns sonetos,um dos quais dedicado a Camöes e que se encontra nas "Rimas" de 1595.
VI PERO LEITÃO
Comendador de S.Paio de Fragozo,na Ordem de Cristo.Casou com D.Joana de Castro de quem teve:
1(VII) Francisco Leitão 1ºAdministrador da Capela instituida por D.Rodrigo de Sande.
Morreu sem geração na jornada de Alcácer.
2(VII) D.Isabel de Noronha
Com quem se continua.
VII D.ISABEL DE NORONHA Sucessora na Casa de seus maiores.Casou com António de Saldanha,"O Gato",e tiveram:
VIII D.DIOGO DE SALDANHA E SANDE
1º Senhor do Morgado de Punhete, Comendador de Vaqueiros,Casével e Pernes e Senhor do Morgado da Taipa pelo seu casamento,Governador da Torre de Belém.
Alem da Casa dos Sandes sucedeu igualmente na de seu avô paterno Diogo de Saldanha,Comendador de Vaqueiros,casado com D.Inês de Távora.
Morreu a 15-VII--1662.Recebeu-se com Dona Catarina Pereira,Senhora do Morgado da Taipa e filha de D.Manuel Pereira,"O de Murça",Governador de Angola,e de sua mulher Dona Maria de Távora.
Tiveram:
1(IX) D.Manuel Luis de Saldanha Pereira de Sande 2ºMorgado de Punhete e da Taipa,Procurador às Côrtes de 1674.
Morreu solteiro a 3-VIII-1686.
2(IX) D.José de Saldanha
Que morreu em 1646 nas campanhas do Alentejo.
3(IX) Dona Isabel de Noronha
Com quem se continua.
4(IX) Dona Violante
Freira em Stª.Clara de Santarem.
5(IX) Dona Maria Madalena Idem.
IX DONA ISABEL DE NORONHA E SANDE
Herdeira da Casa dos Sandes e do Morgado das Taipas. Foi casada com D.Luis Gonçalves da Câmara Coutinho e Ataide, Senhor das Ilhas Desertas e de Regalados, Alcaide-mór de Torres Vedras, filho de D.Francisco Gonçalves da Câmara e de sua mulher Dona Filipa Coutinho,de quem houve:
X D.GASTÃO JOS DA CÅMARA COUTINHO E ATAIDE PEREIRA DE SANDE Senhor das Ilhas Desertas e do Morgado da Taipa.
Casou e deixou geração que sucedeu nas duas Casas mas que não merece seguir por ser sobejamente conhecida.

Há pessoas que almoçam e jantam outras que se contentam com sande. Gosto de pão e gosto de vinho, gosto de pessoas para quem a História não serve de funda para arremessar argumentos políticos.
Infelizmente para alguns basta uma capa de pele fingida e umas letras a imitar ouro para se ter uma refeição. Prefiro Sande a muitos repastos que me querem impingir (cf. com post 1.)

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Bibliografia

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não «apanhei» a cf. com o post 1, mas se fosse «loira» fazia o seguinte comentário:«Vitória! Vitória! Acabou-se a história!!!» como tenho o cabelo pintado de roxo (mais ou menos) agradeço a narrativa histórica e pode ser uma «sande» de presunto e um sumo de laranja natural e gosto, especialmente, do uso triplo do ponto de exclamação.

sexta-feira, junho 15, 2007 8:24:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mais uma vez grato por informações relacionadas, ou que digam algo sobre Punhete,genealógicamente falando.

sexta-feira, junho 15, 2007 8:41:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

O cf. com «post» . era tipo isto:
18- Se há memória de que floreciam, ou dela saíssem alguns homens insignes de virtude, letras ou armas.

Em virtudes e Armas não ha memoria que florecessem pessoas algumas. Em letras floreceram D. Francisco de Sande que foi Desembargador da Relação, e Mesa dos Agravos Senhor de hum nobilissimo palacio chamado da Torre, fabricado entre os dois mencionados Rios, o qual hoje se acha arruinado, mas nos vestigios se deicha conhecer muito bem a sua magnificiencia. Instituio o morgado que tem nesta Villa a casa de D. Gastam Coutinho. D. Fernando de Sande seu irmão que foi apositor em a Universidade de Coimbra, e Colegial em o Colegio de São Pedro. O Dezembargador João Pinheiro que foi apositor em Coimbra e Colegial em o Colegio de São Paulo, e Dezembargador do Paço que assistio em Madrid, no tempo em que Felipe 1º deste Reino, e 2º de Castella, era Rei e Senhor deste Reino. O Dezembargador Juze Pinheiro que foi Conselheiro do Concelho da Fazenda. O Dezembargador João Pinheiro filho do immediato assima que foi Conselheiro da Fazenda. O Dezembargador Manoel Velho de Miranda que foi Dezembargador da Relação. O Dezembargador André Ferreira Lobato Lobo, que foi Corregedor da Civel da Corte. Manoel da Costa de Oliveira que foi Dezembargador da Relação Eclesiastica da Se de Lisboa, antes da divizão; Ouvidor da Capella Real, Prior das Igrejas de São Mamede, e São Cristovão, e Prelado da Prelaria de Thomar.

Manuel não tem de quê.
Tudo o que faço pelo meu concelho é desinteressadamente.

sábado, junho 16, 2007 11:22:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Hoje pode ser uma sande de torresmos e uma mini sagres fresca.
Já não há?
Então pode ser um caldo verde e quatro (como pouco) rabos (o lombo tem muitas espinhas) de sardinhas assadas.

(um post fantástico e um comentário tão foleiro...é o que faz ter um blogue sem aprovação de comentários

sábado, junho 16, 2007 2:44:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pedro, o que se entende aqui por virtudes?...diferenciam entre virtudes, armas e letras...
(pergunto a sério [mesmo])

domingo, junho 17, 2007 1:11:00 da manhã  
Blogger pedro oliveira said...

Homens insignes de virtude presumo que se refira aquilo a que hoje chamaríamos solidariede, voluntarismo e assistência social, gajos como eu, basicamente.

domingo, junho 17, 2007 11:25:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

«gajos como eu, basicamente.»
está esclarecido... claro,gajas como eu não escolhem amigos à toa.

domingo, junho 17, 2007 7:38:00 da tarde  
Anonymous Ricardo P said...

No decurso dos meus estudos genealógicos descobri ser descendente de um Manuel Ferreira de Oliveira, natural de Punhete, foi desembargador, casou a 20-09-1739 em Santo Varão-Coimbra com D. Marianna Thereza de Noronha e faleceu em 1784.
Tem quaisquer informações sobre este natural de Punhete e sobre os seus pais e avós?

sábado, fevereiro 23, 2013 7:44:00 da tarde  

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