terça-feira, junho 19, 2007

806 - voar

O que será a beleza?
Alguns acham-na objectiva, normalizada*
Outros procuram-na na sabedoria intemporal

* lembro-me de escrever isto:
Prefiro Norma a Marilyn.
Goodbye Norma Jean
From the young man in the 22nd row
Who sees you as something as more than sexual
More than just our Marilyn Monroe (post 138)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a beleza?
tem andado distraído?...existem imensos tratados no mercado sobre o tema.
...história, filosofia, sociologia, psicologia, antropologia, teologia e outras «ias», a pintura, a poesia, a literatura, o cinema, blá...blá... blá...tratam o tema...a economia, a política...

há mulheres belas. muito belas. penso-as belas, porque tenho o «cortex cerebral» cheio de estereótipos do cinema, da publicidade... há homens belos. muito belos. Também ai, estão presentes os estereótipos, ou se quisermos os cânones do mundo em que vivemos...
o que é belo para mim, pode não ser belo para outro(a).
«belo em si»?...não gosto desse(s) «gajo(s)».

normalmente falamos da beleza como algo material e não vou perder tempo com isso... são padrões culturais e não há mais a dizer...o efémero e o eterno...
as sociedades, as culturas, impõem códigos de beleza, tipo: «as gajas boas» e os «gajos bons». enquanto historiador está cansado de saber tal coisa, basta compararmos os padrões de outrora com a actualidade.

o conceito de beleza ocidentalizado, tal como o da juventude eterna que se lhe associa é um mito! um MITO!

e também temos o ditado popular."quem feio ama bonito lhe parece", tipo "o amor é cego" e a bela princesa beijadora de feios sapos que, de repente, desencantam e se transformam em belos príncipes...ui, e os belos príncipes que depois viram sapos ou as belas princesas feitas sapas...sapas?... olhe, eu não beijava sapos, mas também não se me coloca essa possibilidade, só às princesas. eu sou campónia.

beleza?
as mãos
a boca
o sol na primavera
a chuva no outono
a lareira no inverno
o ventre grávido
o feto in utero
o brilho dos olhos (em certos momentos)
o nascer do sol
o por do sol
o piano tocado
o violino tocado
a guitarra portuguesa tocada
os pássaros em voo
a caminhada do pinguim imperador na neve
as flores
os frutos (alguns)
os sorrisos espontâneos
os quadros de Klimt(entre outros)
a poesia de Pessoa
«o queijo camembert»
o golo certeiro
o ouvir ler (para nós)
dançar
a coragem do(a) toureiro(a)
as descobertas dos cientistas
o aconchego do colo
as calças de ganga
o cozido à portuguesa
a madeira rústica
e tantas... tantas outras coisas... são belas. digo eu.

P.S.: o padrão estético da DREN não se insere, obviamente, no conceito estereótipado de beleza ocidentalizada do séc. XXI.

Nota final*: os chimpanzés partilham connosco 99.4% de ADN. retire conclusões em termos de beleza.

*algum exagero mas permite algumas divagações

quarta-feira, junho 20, 2007 1:12:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Vens do cèu profundo ou sais do precipício,
Beleza ?teu olhar divino mas daninho,
Confusamente verte o bem e o malefício,
E pode-se por isso comparar-te ao vinho,
Em teus olhos refletes toda a luz diuturna;
Lanças perfumes como a noite tempestuosa;
Teus beijos são um filtro e tua boca uma urna
Que torna o herói covarde e a criança corajosa.
Provens do negro abismo ou da esfera infinita?
Como um cão te acompanha a fortuna encantada;
Semeias ao acaso a alegria e a desdita
E altiva segues sem responder nada.
Calcando mortos vais,Beleza,a escarnecê-los;
Em teu escrínio o Horror è jóia que cintila
E o crime,esse berloque que te aguça os zelos,
Sobre teu ventre em amorosa dança oscila.
A mariposa voa ao teu encontro,ó vela,
Freme,inflama-se e diz:Ó clarão abençoado!"
O arfante namorado aos pè da sua bela
Recorda um moribundo aos pès do túmulo abraçado.
Que venhas là do cèu ou do inferno,que importa,
Beleza! Ó monstro ingènuo gigantesco e horrendo!
Se teu olhar,teu riso,teus pès me abrem a porta
De um infinito que amo e que jamais
desvendo?
De Satã ou de Deus, que importa?Anjo ou Sereia,
Que importa,se ès tu quem fazes-fada de olhos suaves,
Ó rainha de luz,perfume e ritmo cheia!-
Mais Humano o universo e as horas menos graves?

(Charles Baudelaire)

quarta-feira, junho 20, 2007 6:16:00 da tarde  

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