sábado, julho 07, 2007

846 - albarda-se o povo à vontade do burro

O camarada Manuel Marques sabe que o aprecio, que respeito muito as opiniões que aqui publica, acho esta fantástica:
Em Constância (Santa Margarida) rasteja-se.
Sabe porquê? Porque enquanto houver filósofos baratos que tendo o dom da palavra, pensam que são os donos da verdade... enquanto assim for haverá cambadas, tanto em Santa Margarida, como em Malpique(...)
Somos ambos pessoas frontais, um com gosto em comentar, outro [eu] orgulhoso em ser comentado com assiduidade e qualidade.
Estando esclarecidos, ponto seguinte, concordo com todos os comentários?
Não.
«Albarda-se o povo à vontade do burro».
Não gosto de ataques pessoais, demasiado pessoais.
Gosto de atacar, políticas, projectos, ideias, opções, detesto atacar pessoas
Lembro, um miúdo com trinta e poucos anos, sem estudos, operário na escola da vida [marido da D. São, meu vizinho...] (a minha memória, falha-me, sei que era aluno da D. São na Telescola que a Babita [provavelmente Dra. Bárbara, hoje] era um projecto que crescia, lembro-me de estar doente, papeira ou varicela?, lembro-me de a minha mamã me dizer: «não podes fazer o teste porque a D. São está grávida, pode ser mau para o bebé...» lembro-me de me ter sentido injustiçado (até hoje).
Nunca meti um dia baixa (até hoje) já trabalhei com uma paralisia facial (o lado esquerdo) da face imobilizado) como o meu trabalho na altura era dar e receber dinheiro, como conseguia dizer:
- bom-dia
- boa-tarde
- obrigado
(embora com alguma dificuldade) não me passou pela cabeça, sequer, meter baixa, enfim.
Retomando... ainda hoje penso que, embora doente, seria fácil terem-se criado as condições físicas para realizar o teste.
Talvez o facto de estar preparado para, talvez o facto de achar que na escola como na vida é o mérito que deve prevalecer.
Talvez.
Talvez a pessoa que sou hoje seja a soma disto:
- uma mulher grávida (hesitante)
- um presidente de câmara não preparado (como o próprio confessou)
- um terceiro filho [eu] (dois exemplos, tipo não vou por aí)
- uma auto-confiança, grande
- um serviço militar obrigatório
- um querer trilhar o meu caminho
- um conhecimento exaustivo das coisas [tipo o casamento católico, cumpriria todos os preceitos? se não então, não]
- um querer ser bom profissional
- uma indisponibilidade para o discurso do coitadinho
- um querer ser coerente e incoerente em simultâneo
- esta coisa chamada blog: copiem, guardem cenas que escrevi, um dia dirão: o gajo é contra o Benfica (ou a favor) contra o aborto (ou a favor), lixam-se (para não dizer outra coisa) pois talvez seja como nos ditados populares (ou na Bíblia) encontramos tudo e o seu contrário.
Recordo.
Recordo um concelho com muitas potencialidades, um concelho que terá de deixar de ser gerido de forma amadora, um concelho que terá [tem mesmo se não, acaba]* de ser gerido por pessoas que sirvam e não por pessoas que se sirvam.
Neste momento, lamento, mas não sinto grandes diferenças (para não dizer nenhumas) entre a oposição e a situação [será a três ou quatro meses das eleições que pensam lançar a campanha do costume: está tudo mal e tal, quatro anos calados, porquê?].
Camarada Manuel, o gajo [o Sr. actual presidente da câmara] não é burro, conformou-se num determinado nicho de mercado, uma pessoa ambiciosa, provavelmente, procuraria ser:
- presidente de uma câmara maior
- deputado
- secretário de estado
- ministro
-primeiro-ministro
- presidente da república
Moral da História: Albarda-se o Exmo. Sr. Presidente (actual) da Câmara Municipal de Constância à vontade da burra da oposição.
* Constância, tem potencialidades que têm de ser aproveitadas.
Como?
Gerindo e dinamizando o património construído.
Campo Militar de Santa Margarida, estabelecer parcerias de modo a dinamizar/re-aproveitar infra-estruturas existentes.
Praia-do-Ribatejo, estabelecer parcerias de modo a dinamizar/re-aproveitar infra-estruturas existentes.
Tramagal, estabelecer parcerias de modo a dinamizar/re-aproveitar infra-estruturas existentes.
Faz sentido que um munícipe de Constância [eu, por exemplo] queira comprar um jornal e tenha de fazer cerca de 70 Km [ir e vir à estação de serviço de Abrantes para o efeito?]
Fará sentido que um autarquia que vive do turismo (deveria potenciá-lo) tenha o Posto de Turismo encerrado durante grande parte do fim-de-semana?
Porque não criar um Sub-Posto de Turismo no Parque Ambiental, aproveitando os recursos humanos e o espaço físico já existente?
Porque não potenciar o enorme número de munícipes que dão o nome e o rosto na propaganda da CDU nas eleições autárquicas para criar uma bolsa de voluntários que assegure o funcionamento da biblioteca, do posto de turismo e do parque ambiental durante os fins-de semana de Verão, digamos até às 21H00
[embora não dê nem o nome, nem o rosto (nem nada mais) voluntario-me desde já a dar quatro horas mensais durante o fim-de-semana para os fins atrás referidos).

5 Comments:

Blogger @ said...

estes pots tão sérios, obrigam-me a grandes esforços e eu, realmente, não me posso esforçar.
escrever decentemente (como se conseguisse) e numerar a coisa (para não me perder), que seja...

1. o comentário a negrito é, particularmente interessante... «filósofos» baratos, são os demagogos-sofistas-do-nosso-século-iluminados-persuasivos-q.b.-cambadas-portanto.

2.voltas à questão do pessoal. pode atarcar-se indirectamente as pessoas, caríssimo e tens «savoir-faire» de sobra para o fazer (já ter feito)...adiante que se faz tarde.

3. ando com vontade de dizer isto há imenso tempo ( consciente do desvalor pelo uso de um nick):

- por amor dos santinhos todos, o homem é electricista.

foi foleiro, mas andava com vontade.

- sim, eu sei que o outro trabalhava em publicidade e o outro um gostador de absinto e ..por ai... a diferença está em que falamos de um electricista que não dá (à) luz.

3. desculpe que lhe diga mas é importante esclarecer a doença (confirme com a mamã que elas são umas queridas e sabem essas coisas) por causa das sequelas.

este ponto (3) é para esquecer.

4. não sejas tonto. essas doenças em fase de incubação são contagiosas e podem ser prejudiciais ao desenvolvimento do feto. além disso, palmilhar quilómetros com um inchaço ou pintalgado (ficamos sem saber) não seria agradável.

5. o mérito. e venho eu ler blogs para aprender alguma coisa. pois... e quem avalia o mérito? (a pergunta não é gratuita. interessa-me.)

6. acho bem não ires por aí. por favor... ficará para outro post (quer dizer, até já foi). faz dois filhos e depois discutimos o assunto.

7. «encontramos tudo e o seu contrário» onde? neste blog? prova a existência de contradição!até gostava de saber. [este ponto, talvez venha a ser desenvolvido. mais logo.]


8. desperdiçaste a palavra nicho, neste contexto. amo essa palavra.
o que é preciso criar são nichos de discussão crítica face à situação que descreves. o homem foi eleito, certo?...é um emprego, para ele. um emprego, no sentido em que se avalia pejorativamente os vícios do funcionalismo público. o conceito de funcionário público, não tem retoma nesta civilização (?), necessita ser substituído... a afirmação de Manuel Marques define o momento actual que vens descrevendo. analisada de forma mais profunda, facilmente discordamos, pois o povo é que ddevia ser competente para exercer vontades, contudo, apenas as consciências críticas(autónomas/responsáveis-livres) são capazes de exercer vontades.

9. uma oposição que não opõe é uma falsa(farsa) de oposição.

10.[palermice. estava a perguntar com seriedade]

domingo, julho 08, 2007 1:03:00 da manhã  
Blogger @ said...

acrescentaste o post...e bem.

o que descreves é-me absolutamente familiar. digo familiar, só para começo de conversa, porque conheço (vivo), diria, para não ser exaustiva, situações duplamente degradantes.... o cómico é que o homem também é(era) electricista. apetecia-me, como na situação actual (hoje, esta semana)liquidá-lo politicamente. e podia fazê-lo, acredita!...a ignorância-prepotente-olho-primeiro-o-meu-umbigo leva-os, por vezes, a cometer pequenos deslizes que, coitados, nem se apercebem do que dizem e escrevem.
os zés só querem um empregozito, mais nada. é preciso educar urgentemente os filhos dos zés, por forma a serem zés-pensantes.
[gostei do post, mas...o lenço de papoil@...]

domingo, julho 08, 2007 1:20:00 da manhã  
Blogger pedro oliveira said...

Cara amiga, a profissão do sr. é, totalmente, irrelevante.
Eu já fui ajudante de electricista e vendedor de livros porta-a porta (entre muitas outras coisas... nunca recebi baixas, nem subsídios de desemprego, nem subsídios de casamento, nem subsídios de divórcio, nem abonos de família, nem nada dessas benesses que o Estado distribui despudoradamente)
Não mudaria nada se em vez de ser electricista fosse bacharelado em Biologia.
Há dois tipos de pessoas:
- Competentes
- Incompetentes
Tudo o resto são tretas.

domingo, julho 08, 2007 2:33:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

bonjour...!

óbvio, por isso disse que foi foleiro.

...agora vou ao ciberdúvidas pesquisar despu...não sei quê...qu'o resto até percebi.

domingo, julho 08, 2007 3:13:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

[Será a três ou quatro meses das eleições que pensam lançar a campanha do costume.
Neste caso não serà pôr a cenoura à frente do burro?

O burro è um animal valente e aguenta-se bem,pois só com três ao burro,burro no chão.

domingo, julho 08, 2007 6:36:00 da tarde  

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