terça-feira, abril 28, 2009

2054 - quando nos morre a mãe

Todos nós fomos semente lançada pelo prazer masculino, todos nós fomos semente a medrar num aconchego feminino.
Todos medramos.
Todos nascemos.
Tomos fomos corpo preso a outro corpo.
Nunca percebi a teoria do umbiguismo como sinónimo de egoísmo.
O umbigo é um (uno) e é big (grande) é o nosso sinal de humanidade, é uma grande responsabilidade.
A mãe.
A nossa mãe.
Às vezes temos que velá-la.
Acender-lhe velas.
Soprar-lhe as velas que a levarão ao eterno destino de fazer para sempre parte de nós.
Às vezes as palavras soam muito a palavras.
Às vezes as palavras: força e coragem apenas nos fazem pensar em viagem.
A Viagem.
A eterna viagem que aquele corpo ao qual estivemos ligados fará.
Ficar e partir são dois lados da mesma viagem.
A minha mãe partiu mas a minha avó ficou, nem sequer posso estar triste, tenho de ser forte, a minha mãe tinha pouco mais de quarenta anos, a minha avó tem oitenta e sete, tenho de ser forte por ela, tenho de ser forte por elas...
Tens sim.
Os livros, os cursos não nos ensinam a lidar com a dor... a vida/a morte, sim.

2 Comments:

Blogger r said...

Este comentário foi removido pelo autor.

quarta-feira, abril 29, 2009 12:21:00 da manhã  
Blogger Unknown said...

"A viagem é uma sucessão de irreparáveis desaparições "

quarta-feira, abril 29, 2009 8:08:00 da tarde  

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