segunda-feira, julho 20, 2009

2158 - o pé, a mão e a educação




Quase sempre páro a admirá-la.
O homem, a mulher, o menino, o trabalho.
Esta escultura representa o trabalho, dignificando-o.
Esta escultura representa a educação.
A educação é feita de cumplicidade e afectos.
Na terceira imagem, onde podemos ver as seis mãos, verificamos que todas elas tocam, agarram, o braço direito do menino toca, contacta com os braços do Homem e da Mulher.
Na segunda imagem vemos o progresso, os pés descalços que conseguiram calçar os pés da criança.
Imagens à beira da estrada, homens, mulheres e crianças.
Personagens, como que nascidas da pena de Alves Redol ou de Soeiro Pereira Gomes, na Chamusca há-as.
Em Constância, apesar dos mais de 25 anos de comunismo exceptuando, a obra de mestre Lagoa Henriques (que é anterior à revolução vermelha) temos as esculturas de Coêlho.
De cada um de acordo com as suas capacidades para cada município segundo as suas necessidades... as capacidades são poucas, as necessidades, também.
Em Constância contentamo-nos em olhar as estrelas cadentes, achá-las o máximo...
Ou talvez não, talvez constatemos, que foram quase trinta anos desperdiçados a ver crescer erva em escadas que era suposto levarem-nos a algum lado.

4 Comments:

Blogger Unknown said...

Como diria meu pai,precisamente na mouche.

Parabens.

Abraço.

segunda-feira, julho 20, 2009 10:05:00 da manhã  
Blogger Rui Silva Pires said...

Li, entendi, concordo.

Por várias razões (minhas) não vou tecer outras considerações.

"No comments"

segunda-feira, julho 20, 2009 4:04:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

O senhor seu pai era sábio, camarada, como o são todos os homens que arrancam o pão da terra, que caçam (pode ser na capoeira) e pescam (pode ser comprado ao pescador ou ao ti Luís, sardinheiro) o conduto.

Outro abraço

Rui,

Eu, também concordo comigo.
Às vezes penso o que podemos fazer mais.
É como se o tempo tivesse parado, a mesma Boa-Viagem durante quase trinta anos, as mesmas «Panhonhas» Camonianas.
Contância faz-me lembrar os romances sul-americanos, Marquez, Sepúlveda e assim...
Parece que estamos apáticos, anestesiados, estamos mortos (e ninguém nos diz).

segunda-feira, julho 20, 2009 8:16:00 da tarde  
Blogger TZ said...

Não páro, que a pressa é toda para chegar mais adiante. Mas gosto desta escultura. Quem é o escultor? Acho-o bem melhor que João Limpinho, o autor da escultura de regime que "enfeia" o Largo dos Combatentes.
Reparo: à charrua falta-lhe um borboleta ;)

terça-feira, julho 21, 2009 6:38:00 da tarde  

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