domingo, outubro 18, 2009

1275 - encontros de cascar diferente

Lembrei-me de Samuel, ontem.
Há mais de dois anos que trocamos comentários quando a situação se proporciona.
Uns mais sérios , outros, brincadeiras, apenas...
Lembrei-me de Samuel em Constância, lia num jornal regional, o ranking das escolas do nosso distrito, olhava o anfiteatro e o momento em que o Rio penetra o Tejo.
Tal como o Tejo se sentirá penetrado por muitos que lhe afluem, também a nossa inteligência é penetrada por alguma informação na qual nos obrigam a acreditar.
Em pleno período eleitoral as nossas caixas de correio foram penetradas por «folhas informativas» da câmara municipal de Constância que falavam do maravilhoso que era morar em Constância, um dos melhores concelhos do país.
Espero que façam agora uma «folha informativa» com a maravilhosa classificação da escola de Constância no ranking distrital e nacional.
Para termos uma ideia até a escola de Tramagal obteve melhor classificação.
Lembrei-me de Samuel (falava-me entusiasmado duns «encontros de cantar diferente» em que participou) porque disse-lhe há muito tempo que Constância era óptimo para passar um dia, uma tarde ou uma noite mas para aqueles que têm de cá viver, enfim...

8 Comments:

Blogger r said...

Desculpe...
deve ler-se: «insight»

domingo, outubro 18, 2009 10:33:00 da tarde  
Blogger r said...

Então, publica a correcção ao comentário, sem publicar o comentário?
Que caixa complicadinha... a democracia não é mesmo para todos, exige esforço...
a ver se é desta...


O «Ranking»...
bem colocado, caríssimo
bem colocado, no seguimento dos últimos textos e respectivos comentários.

Em seguida, vou escrever uma palavra que não consta no dicionário que impõe aos seus comentadores, na esperança de que, esse facto, não impeça a publicação. Ela existe em língua portuguesa, mas não está dicionarizada, facto que não será alheio - penso eu - ao atavismo cultural do país.

[4,096 caracteres?
hum...
eu não pesco é nada de HTML]

domingo, outubro 18, 2009 10:51:00 da tarde  
Blogger r said...

Retomando... o «Ranking» é um daqueles instrumentos que visa o que se designa por: «Mindfucking», mede, exactamente, a quantidade de lixo que a escola faz penetrar nas cabeças das crianças e jovens. Felizmente, há muitas crianças e jovens competentes para vomitar a maior parte desse lixo informativo e, por isso mesmo, crescerem de forma saudável em corpo e mente. São muito poucos, mas existem! e é neles que radica a esperança de conseguirem, em algum momento, mais do que um simples insght do tipo "ah e tal, nunca se lembraram que a "ama" era a mulher do "amo"... a ama de Camões, brilhantemente, descoberta por José Hermano Saraiva (cf. Jornal Sol [passo a publicidade]), reescreverem a História, valorizarem o Património, pegarem na Poesia, na Música e na Literatura e construirem um país novo... e, principalmente, relativizarem dados como os do «Ranking»

domingo, outubro 18, 2009 10:52:00 da tarde  
Blogger r said...

«Mindfucking», dizia, mais grave, absolutamente grave é o facto de promover a ideia de que existe verdade objectiva em matéria de educação; manipulação mental, portanto. Assim sendo, nem perco muito tempo a considerar tais dados estatísticos, tentarei concretizar, desta forma:

Tese: Constância é um concelho com qualidade para estudar e viver.

Questões (BREVES MAS ESSENCIAIS):

A . QUANTIDADE

1. Quantos estudantes (por valências «versus» nível etário) têm o concelho (por freguesias, óbvio)?
2. Quantos estudantes completam o ensino básico?
3. Quantos estudantes prosseguem estudos de nível secundário?
4. Quantos estudantes prosseguem estudos de nível superior?
5. Quantos estudantes abandonam a escola, antes de completarem o ensino básico?
6. Quantos estudantes são orientados para Cursos Tecnológicos, Profissionais?
7. Quantos estudantes, provenientes dos cursos em 6., ingressam no mercado de trabalho?

B. QUALIDADE

1. Os responsáveis educativos, definiram com clareza o conceito : (In)sucesso Escolar?
2. Existe, efectivo envolvimento dos vários parceiros educativos na causa em questão?
3. Estâo diagnosticadas crianças com necessidades educativas especiais (cegos, surdos, problemas cognitivos, comportamentais e outros)?
3.1. Existem currículos adequados, diferenciados, face às necessidades educativas dessas crianças?
3.2. Essas crianças prosseguem estudos, nomeadamente, estudos de nível superior?
4. Existem Actividades de Complemento Currícular? Se sim, quais e com que finalidade educativa?
4.1. Quem é responsável por essas Actividades? Como são recrutados esses responsáveis? Quem selecciona e avalia o desempenho e o cumprimento dos objectivos definidos nos projectos educativos dessas Actividades?

5. Existem estudos qualitativos ao nível da educação, no concelho? Locais!, não bastam os critérios universais de outras instituições, generalistas, pela sua própria natureza e, obviamente, se traduzem, maioritariamente, em dados estatísticos, para dizer: QUALIDADE.
Etc

O facto da escola não estar bem classificada no «Ranking», não significa só por si, que não educa/forma com e para a qualidade; tal e qual o outro estudo que define Constância pela qualidade educativa, não é suficiente, para que não possam existir problemas de variadíssima natureza à espera de resposta.

Quando aponto para um quadro negro e pergunto:

- Qual é a cor deste quadro?

A resposta certa é:

- Esse quadro é preto.

Mas existem quadros de outras cores e formas. A questão está sempre na pergunta que se faz e não na resposta.
Concretizando ainda mais, deixe-me dizer-lhe: Na freguesia de Santa Margarida da Coutada, por exemplo, não creio existir razão válida para o insucesso escolar (se ele existe, não sei...), face ao número total de crianças em idade escolar e ao potencial educativo que dispõem. Se alguém me conseguir apontar uma razão válida, reconstruo a minha opinião. Obviamente, a não frequência da escola, em idade escolar, é uma omissão dos país e das autoridades competentes. Aliás, essa questão vem consagrada na legislação afins. Ainda assim, face às instituições e gabinetes de apoio com os respectivos técnicos, essa, jamais, será uma razão válida, a não ser que me digam, estarem tais crianças, se existem, desaparecidas mas inscritas na escola a promover a estatística.

Bem, mas eu sou como o Jorge Palma: optimista céptica

domingo, outubro 18, 2009 10:58:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na 6-f eu e uma colega de trabalho que mora a 5 ou 6 kms para lá de Torres Novas falava-mos sobre os resultados eleitorais das nossas respectivas terras e onde eu lhe contei também do teu blog e do meu comentário que tinha feito na 5-f (12.11pm). Ela foi-me contando que a terra onde vive desde que voltou do estrangeiro à cerca de dez anos pouco ou nada evoluiu, ainda existem estradas sem alcatrão, as já existentes à muito que anseiam novo piso, passeios nem vê-los, as ervas crescem livremente por todo o lado, a escola primária já pede obras mais profundas do que a cal que lá vai chegando todos os anos, etc, etc... Terminou dizendo que o que realmente a incomoda mais é o facto de não terem saneamento porque nos dias de maior calor o cheiro faz-se sentir. Foi por esta altura que me lembrei: ora aí esta uma terra onde certamente o Pedro Oliveira gostaria de viver! Não, não foi pelo cheiro, foi porque é uma terra com uma junta PS num concelho PS...

segunda-feira, outubro 19, 2009 12:19:00 da manhã  
Blogger pedro oliveira said...

Volte ao «post» 2264, verificará que o n.º de inscritos diminuiu de 2005 para 2009, verificará que a abstenção aumentou.
Gostaria de viver num concelho cuja população não a abondone, onde a política seja participativa.
Como não tenciono sair daqui, faço o possível para tornar este concelho melhor.
Opino, faço e assino.

segunda-feira, outubro 19, 2009 7:54:00 da manhã  
Blogger r said...

Faz muito bem, se assim faz. Partindo do pressuposto que convida à discussão séria do assunto, gostaria ainda, de acrescentar algumas coisas ao já dito...

1. Relativamente ao assunto do «raking» e da ideia de «Melhor concelho para estudar» há, na minha perspectiva, uma excelente análise da questão num dos melhores blogues que conheço (certamente, não conheço todos) sobre o concelho de Constância. Não deixo o «link» por respeito à regra que impõe aos seus comentadores, ainda que a ache um paradoxo (cada nome de «blogger» é já um «link»).

2. A vida concreta, a educação, o trabalho, o bem-estar, o empenho, a participação, a discussão, a qualidade de vida, enfim...
das pessoas concretas da sua freguesia que, por acaso, é a mesma onde nasci, não se alterará em função das pseudo-discussões (salvo raríssimas excepções) que tenho lido neste seu «blogue». Já o disse e já o escreveu, mas convém enfatizar esse «non sens».

3. Na minha profunda convicção só a educação pode alterar a vida das pessoas, seja na sua freguesia, na minha ou noutra qualquer. Só a educação! É na e pela educação que se constrói um pensamento autónomo, capaz de ir além da afectividade e subjectividade individual (leia-se: "ver para além do próprio umbigo", se faz favor) nas escolhas que se fazem, na definição dos rumos prioritários e na concretização daquilo que se tomou como prioritário. Só o pensamento autónomo pode relativizar ou anular o paternalismo do "quero lá saber", "eles" é que sabem, "eles" é que decidem, não os posso vencer junto-me a "eles" ou... vou-me embora. Só o pensamentoo autónomo desconstrói a propaganda, a manipulação, o telenovelismo, o consumismo e as ideologias totalitárias; exacta e rigorosamente, porque é anti-dogmático e aceita o outro como legítimo outro, discute as ideias, ainda que as não defenda.
O problema da abstenção é, como sabe, uma questão universal, sendo que, numa freguesia com tão poucos residentes, talvez fosse mais fácil de lhe encontrar as razões e agir sobre e com elas. Só o pensamento autónomo relativiza o boato, a calúnia, o insulto, a propaganda, os «futebóis», bem como puderá mostrar a imbecilidade de se considerar pertinente a discussão de quem faz os «xixis» na via pública...

4. A sua freguesia não padece de mau cheiro, não lhe faltam estradas de alcatrão, jardins floridos, parque(s) ambiental(is), instituições de associativismo para o desenvolvimento, inserção, apoio e... escola nova, pelo que, não me parece ser esse o problema de não participação. O mesmo não direi para algumas habitações que se encontram em mau estado
desconheço é as políticas de construção habitacional e possibilidades de fixação das populações
é pena... ainda debitava uns «bitaites»

Queira desculpar a invasão da sua caixa de comentários que só permite quatro vírgula não sei quantos caracteres de cada vez, mas as questões interessam-me e, por outro lado (principalmente, diria), procuro «colocar-me ao lado» de quem ousa fazer melhor (para aprender!) .
Opine, faça e assine e não se esqueça: é um risco, um grande risco. O «homem de ombros largos», mais conhecido por Platão, também explica isso [o perigo que se corre ao desmistificar as bandeiras do pensamento único... porque a democracia exige esforço] no tal Livro VII da «República», tal como a ideia de que «saber é poder», pode desaguar em algo perverso à natureza humana.

Boa tarde, Pedro


Observação: «Quando tudo arde» é bom ser capaz de manter a esperança. Contar para trás não favorece essa postura de esperança, nem altera o já dito e feito. Penso eu de que

segunda-feira, outubro 19, 2009 1:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sou de cá, mas vivo cá.
Tomara muitos concelhos terem um terço daquilo que nós temos.
Não tenham dor de cotovelo, pois terão tempo de mostrar aquilo que valem.
Não tenho cor política mas sei avaliar um bom trabalho.
Trabalhemos todo em conjunto...
Cumprimentos

Ass. A Cansada

segunda-feira, outubro 19, 2009 11:52:00 da tarde  

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