domingo, novembro 15, 2009

2313 - ensaio sobre a pachorra

Admiro-lhe a pachorra.
A pachorra de escrever sobre um autor que não tem pachorra para ler.
A pachorra de escrever períodos inolvidáveis:
Eu, que graças a Deus não sou crente, achei o livro interessante e admirei a imaginação do autor ao recrear a Bíblia fazendo de Caim o personagem intemporal do romance, escrito com pouco respeito pelo sagrado texto mas com refrescante sentido de humor.
A dupla vertente de rir e criar.
Recrear, recriando ou recriar... recreando.
António (permita-me que o trate assim) nós é que brincamos com as palavras e o gajo é que ganha o Nobel... não há pachorra.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

O romance de Saramago não é contra Deus.Concordo com a jornalista Pilar del Rio que em seu "Artigo publicado no Diário de Notícias a 29 de Outubro de 2009


" Diz o seguinte:

Saramago, na sua ficção, volta a escrever um ensaio sobre a cegueira. A humana cegueira que, para além de impedir a visão, impede que haja claridade no mundo, que este planeta perdido no universo seja um lugar sem luz e sem outros belos dons que nos fariam mais livres e felizes. Os homens inventaram Deus e agora parece que esperam que o mesmo Deus os salve porque, enfrentando-se entre eles e com os seus medos, não são capazes de desmontar esta rede de artifícios e dizer “já chega” de escravidão e estultícia. Sigamos então por caminhos marcados por lendas, com interpretações simbólicas ou não, mas tenhamos ao menos a decência de atribuir-nos a sua autoria: a de havermos criado a divindade e toda a dor e sacrifício que os deuses supostamente impuseram ao mundo. À imagem e semelhança do ser humano.



Abraço.

segunda-feira, novembro 16, 2009 7:35:00 da tarde  

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