sábado, junho 26, 2010

278/2010 - vinham de longe, vinham sozinhos, vinham p´ra guerra que desejavam

Nota prévia: Não conheço, pessoalmente (tipo apertar a mão ou dizer olá) nenhum dos intervenientes na prosa seguinte, excepto José Saramago, a quem apertei a mão numa feira do livro, em Lisboa, finais dos anos noventa, princípios do novo milénio (não consigo ser mais específico) a quem disse algo do género: parabéns pelo prémio da Real Academia Sueca, Sartre recusou-o, lembro um olhar atarantado e confesso, tive pena, o homem estava no stand da Caminho (na altura, intimamente, ligada ao Partido Comunista Português) a dar, ou melhor, a vender autógrafos, a quem comprava livros, não esperava, nem a frase, nem o sorriso irónico, nem o autógrafo que lhe solicitei para o meu amigo Marcelino, capitão de Abril, para mim, não, não aprecio o que escreve, lembro de Saramago se baixar para escrever [ele estava sentado, eu, de pé] lembro-me de ter olhado em frente e para a minha esquerda, umas letras, numa avenida, chamada: Liberdade, umas letras que juntas me sussuravam: Diário de Notícias; acabou de escrever, o nosso olhar voltou a encontrar-se, apontei por cima do seu ombro direito e disse-lhe: trabalhou ali, não foi? ... boa tarde e obrigado...
Não me orgulho da atitude que tive, hoje não o teria feito, tinha trinta e poucos anos e muito mais certezas que aquelas que tenho hoje.
Apesar disso não esperaria uma pessoa morrer para depois escrever textos como este.
Julgo que aquilo que temos para dizer a alguém devemos dizer-lho na cara, depois de morto, já não adiantará nada, a não ser exista outra vida e como o Nova Aliança é um jornal ligado à Igreja Católica, José, o leia no além.
Como comecei por dizer não conheço Santana-Maia mas a um doutor em leis exige-se rigor; o morto que morreu de morte morrida não se chamava Couto dos Santos, chamava-se Couto Viana, era este «senhor» falangista que um dos vereadores da câmara de Abrantes queria ver agraciado na Assembleia da República.
Rigor é aquilo que Abílio Pombinho coloca no que escreve, opina, denuncia, mostra, não concordo com muito do que por lá se escreve, mas aprecio, bastante, a frontalidade com que o faz.
Compreendo esta atitude, aquilo que as pessoas escrevem escudadas no anonimato é, de facto, nojento; não compreendo é que tenha sido tão radical, há maneira de impedir novos comentários mostrando os comentários que entretanto tinham sido efectuados em posts anteriores.
Este não é um post sobre Saramago, é sobre atitudes, coisas que fazemos e não deveríamos ter feito, erros que cometemos e não deveríamos cometer...

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Pedro,

Gostei do que escreveu, da defesa em ‘tese’. Apreciei o lido.

Julgo que será por si perfeitamente entendível porque divirjo no âmago.

Confesso-lhe que aprecio o muito pouco lido por mim da obra de Saramago.

Patriota me confesso (Tuga) e como tal julgo obrigação (e nela tenho gosto) em enobrecer mais que não seja um Nobel Português, o quer que isso represente, para além do convicto e sapiente homem.Contrariamente ao nosso Presidente. Julgo percebo-lo, como ao seu texto.

Nunca tive o privilégio de cumprimentar esse outro Ribatejano…. e nisso invejo-o!

Hipocrisias, suponho! Assim como o explosivo que financia o prémio.

-Outras Engrenagens.

Vou mais longe…permita-me.

Há para além do dizer ou escrever, o reconhecer. PRIMVS INTER PARES. Ter humildade para.

O Anonimato entendo-o, e mais uma vez se me permite, … como a clandestinidade (doutros tempos ou cada vez mais actual?).Um DIREITO. (ponto final.).
Sem que com isso se retire nobreza e valor a quem por intuitos puramente filantrópicos e de pura cidadania (etc…) por ele opte.

Opiniões.

”Este não é um post sobre Saramago, é sobre atitudes, coisas que fazemos e não deveríamos ter feito, erros que cometemos e não deveríamos cometer.”

RL

sábado, junho 26, 2010 11:34:00 da tarde  
Blogger Abílio Pombinho said...

Meu caro Pedro,
Agradeço-lhe o modo como se refere à minha pessoa. Não era preciso tanto porque, na verdade, parece que partilhamos opiniões idênticas quanto a matéria de facto relacionada com o que deu origem à radicalização que tive de optar.
Se reparar, escrevi a dado passo que ponderei vir a utilizar a moderação com vista à análise prévia dos comentários e posterior colocação dos que viesse a entender.
Evidentemente que auscultei um conjunto de pessoas sérias sobre a melhor forma de objectar perante o que se vinha a agudizar e acabei por vir a parar com a pouca vergonha cujo nível desceu tanto que acabou por arredar muitos leitores bem intencionados que por deficiência cultural e de insuficiência de conhecimentos de informática apenas se resigavam a ler e, pelo avolumar da situação deixaram mesmo de consultar o que para eles era quase como um jornal de notícias da sua terra.
A minha intenção quanto a esta determinação vai no sentido temporário porque, o que seria óptimo era que os detractores e anónimos ganhassem consciência e que o debate de ideias fosse verdadeiramente sério.
Muito obrigado pela sua atenção.
Não está esquecido o almoço convívio dos bloguistas.
Brevemente voltarei à carga com o assunto,
Cumprimentos

domingo, junho 27, 2010 1:48:00 da manhã  
Blogger Abílio Pombinho said...

Meu caro Pedro,
Agradeo-lhe as palavras elogiosas. Parece que padecemos do mesmo, ou seja, lutar em vão contra todo o tipo de anonimatos.
Em principio, a restrição total será temporária já que não é minha intenção encerrar de vez aos comentários.
Muito obrigado.
Não me esqueci do almoço convívio dos bloguistas. Brevemente voltarei à carga com o assunto.
Cumprimentos

domingo, junho 27, 2010 2:17:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As ´´atitudes`` segundo o autor do post, o radicalismo ideológico, o facciosismo exacerbado também, a cobarde atitude do anónimato que resulta num arrozado nojento de palavras...
Eu contraponho com o direito à livre expressão... o direito a uma clandestinidade premeditada e assente na responsabilidade das palavras e dos actos... o direito da ocultação de um nome, de um rosto que permite uma maior amplitude e flexibilidade das palavras escritas... a não associação imediata a interesses ideológicos e partidários, a formas de estar e de sentir que de outra forma seriam deturpadas, conotadas erróneamente com factores alheios ao que se pretende dissecar, enfim tantas definições para ser um anónimo convicto, escudado no cunho de um pseudónimo.
Debater o anónimato num blog é talvez um pouco mais complexo do que aparentemente se nos apresenta, basta lembrarmo-nos do anónimato dos autores de obras literárias (e do mundo artistico em geral) e para quê, pergunto eu? Sendo como são pessoas de cultura superior, de genialidade reconhecida, porquê passar mensagens ao mundo, entrincheirados atrás de um nome fictício?
Compreendo que de permeio se misturem os oportunistas, os ideologistas, os narcisistas que não admitem criticas, mas para esse efeito e cambater os impropérios lançados ao vento, existe a moderação de comentários. Tem que existir uma separação racional do certo e do errado, tem que existir compreenção para aqueles que de outra forma não conseguiam ou não lhe era permitida, expressar a sua opinião.
Através desta forma de estar podem-se desenvolver salutares discussões sobre temas pertinentes, que de outra maneira não era possivel estabelecer, só o facto de sabermos com quem estabelecemos diálogo, condiciona-nos o fio real do raciocinio. Haja é respeito e educação no teor da discussão e que o responsável pelo espaço esteja atento e seja imparcial na moderação (já fui muito maltratado neste blog só por dar a minha opinião sobre algumas incongruências cometidas neste concelho). Há pessoas que se aproveitam da simpatia recíproca para fazer pender uniteralmente os pratos da balança. Portanto...
O Politico Residente

domingo, junho 27, 2010 12:38:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

IBSIS VERBIS, (neste particular), blogger 'O Politico residente'.
RL

domingo, junho 27, 2010 10:45:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tudo o que este político aqui escreveu é uma grande porcaria. Sem sentido quando associado à sua pessoa. É incoerente, ignóbil, violento e apalermado. Parece que anda numa contenda épica para tudo tocar. Fascinante. Escreve, escreve, escreve e não diz nada de jeito. Era bom de ser estudado.

segunda-feira, julho 05, 2010 7:45:00 da tarde  

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