sábado, outubro 16, 2010

394/2010 - a morte de margarido, uma ambígua suavidade

Memória e palavra convivem perfeitamente. Uma excepção, um instante, claro. Eu trazia em mim um projecto de perdição, não este, mas a profunda recusa da morte mansa e doméstica e afinal (...) apenas não me reconheci e aceitei com indiferença um nome que disseram ser o meu. Por outro lado as palavras são, sem que as pronuncie, mais fluentes que nunca e ganham (...) a suavidade ambígua de uma sabedoria que finge ignorar a sua história.
Álvaro Guerra in O Capitão Nemo e Eu, p.12 
Álvaro e Alfredo dois homens da mesma geração, com um percurso que se tocou em alguns pontos, até a partida para um novo exílio ocorreu de forma semelhante... problemas cardíacos.
A mudança de nome do blog (que alguns terão reparado) foi, apenas, uma singela homenagem a um homem cuja morte não foi mediatizada.
O Ribatejo e o senhor embaixador de Portugal em França não se esqueceram de o lembrar, o santamargarida, também, não.
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio