terça-feira, setembro 13, 2011

0126/2011 - leila luliana lopes, a mais boa do mundo

alexander samuelson é um homem, que se tivesse nascido em portugal, teria feito a sua carreira na marinha grande, moldando, com a sensualidade do ar soprado, as curvas que tornam a vida humana mais bela e suportável.
alexander criou um objecto que todos conhecemos pelo tacto, inspirado em femininas curvas.
hoje o artista sueco seria mais um queimado nas fogueiras feministas, onde se queimaram os soutiens da feminilidade, onde queimaram o artista moçambicano que criou uma publicidade, que considero, inócua, pouco imaginativa mas inserida numa ancestral concepção da arte, o que está ali em causa não é vender mais ou menos cervejas é informar que a laurentina preta vai passar a ser servida, saboreada numa embalagem diferente, daí o slogan: esta preta (a cerveja preta) foi de boa (embalagem) para melhor (uma garrafa melhor, mais prática, mais sexy). Achar que isto é publicidade machista e racista é querer colocar no caixote do lixo da história, a arte, as obras de arte tal como as entendemos desde a noite dos tempos.
deixemos os preliminares e passemos ao concreto.
deixemos a laurentina e passemos à luliana.
luliana foi pesada, medida, apalpada como a fruta nos mercados ou a carne nos talhos, a fruta e a carne avaliam-se a olhómetro, digamos que, é uma apalpação visual.
luliana venceu, é a mais boa do mundo.
considero este tipo de concursos uma indignidade.
avaliam-se pessoas como pedaços de carne com saltos altos, curiosamente, não oiço nenhumas vozes femininas ou masculinas a juntarem-se à minha indignação, provavelmente, porque têm os poucos neurónios disponíveis a avaliarem campanhas publicitárias cervejísticas ou cocacolísticas.
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio