domingo, agosto 07, 2011

0119/2011 - do massacre em campolide ao massacre na noruega

As mãos de Caim, tingidas do sangue inocente do irmão, jamais serão lavadas. Mas outras mãos que vingassem o acto nefando ficariam eternamente mais sujas ainda. Sujas dum crime que de nada serviria à primeira vítima, e acrescentaria ao horror colectivo o pesadelo irremissível da sua própria crueldade. 
miguel torga
completam-se hoje três anos do massacre de campolide, um assassinato perpetrado pelo estado português.
ponto comum entre o mandante desse crime e o da noruega o facto de ambos se esconderem atrás dum avental de partir pedra.
o meu pensamento, neste dia, vai para nilson souza, brasileiro, assassinado com, apenas, trinta e dois anos de idade, a minha solidariedade vai, também, para as vítimas norueguesas, vítimas de um fanatismo assassinativo que não escolhe latitudes mas que, curiosamente, tem um ponto comum...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vamos lá a ver. Vou tentar seguir o teu raciocínio. (O de Breivik não valerá a pena porque ele já atingiu o seu objectivo: os tais 15 minutos de fama)
Estranho ponto comum esse que arranjas entre um ministro socialista e um louco que matou crianças… socialistas (designados sociais-democratas na Noruega, todos sabemos).
Mas não será esse ponto comum ainda mais comum.
Vejamos, conseguirás garantir que entre os participantes de um encontro da JS norueguesa não exista sequer um familiar de algum avental socialista norueguês. Ou mesmo que entre as vítimas não se encontrou nenhum aventalzinho ensanguentado.
Faz lá uma investigaçãozinha e depois diz qualquer coisa.
Espero que não chegues à conclusão que o gatuno de Campolide também era...

sábado, setembro 03, 2011 11:43:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

A opção política não é o mais importante.
José Sócrates e Paulo Portas foram militantes da JSD e seguiram caminhos diferentes ou seja dum modo geral os políticos profissionais não se prendem a ninharias ideológicas; já organizações secretas como a maçonaria parecem efectuar uma espécie de «lavagem cerebral» aos seus apaniguados compelindo-os a matar ou a mandar matar...

Não nos esqueçamos que foi uma organização paramaçonica , a carbonária, que esteve na génese da maior carnificina política ocorrida em Portugal.

domingo, setembro 04, 2011 8:46:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A opção política não é o mais importante, dizes, porque te convém.
Como não te convém dizer que ele também era monárquico e que tinha o PPM português numa lista de partidos “amigos”.
Como não te convém dizer que tudo isso se passou num “paraíso monárquico”.
Como não te convém dizer que noutro “paraíso monárquico” – a Suécia - foi assassinado em plena rua, defronte de um cinema, Olof Palme líder socialista e se calhar maçom.
Como não te convém dizer que noutro “paraíso monárquico” – a Holanda – tenham existido vários assassinatos políticos por causa da xenofobia.
Como não te convém dizer que noutro “paraíso monárquico” – a Bélgica – os valões e os flamengos não se entendem e que 50 mil pessoas organizem uma manifestação intitulada "Vergonha: um grande país sem governo".
Como não te convém dizer que noutro “paraíso monárquico” – o Reino Unido – a classe política tenha deixado chegar as coisas à vergonha que todos vimos.
As monarquias são tão boas ou tão más como os outros. É como no futebol.
O massacre da Noruega mais que um fanatismo puramente ideológico (por tantas as contradições da algaraviada de Breivik) foi um acto de um maluco contra o partido do governo com objectivos, penso eu, mediáticos. E, por isso, com maiores afinidades aos crimes nas escolas dos Estados Unidos como provam as fotografias postadas na internet com armas, etc.
A questão da maçonaria será apenas mais uma das muitas maluquices de Breivik, mas é aquela que te convém.

domingo, setembro 04, 2011 11:06:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Relativamente aos meus comentários anteriores, encontrei no artigo do José Vegar intitulado “Breivik está entre nós” (caderno “Atual” do jornal “Expresso” de hoje) uma análise interessante sobre a natureza do massacre de Oslo que, por acaso, é similar aquilo que referi.
Passo a citar um excerto:
“Breivik não parece ter aplicado ao limite a sua devoção a uma causa, a marca da prática terrorista, mas antes executado um acto que é consequência de uma perturbação extrema, de uma paranóia que foi mais longe. Neste ponto, está muito mais próximo de massacres irracionais, como o de Columbine, nos EUA, com o qual o seu acto nunca foi comparado, do que com atentados terroristas.
A partir daqui, a peça central para análise é o manifesto de Breivik, “2083 – A European Declaration of Independence”, que funciona como uma súmula das suas ideias, e que o próprio colocou a circular nas plataformas digitais. O permanente copy paste de outras fontes disponíveis na rede digital, com a total adulteração ou perversão da maior parte das ideias e princípios daquelas, e a incoerência do ideário, mostram não um programa político, mas sim um esforço descontrolado de justificar teoricamente um acto.”

domingo, setembro 18, 2011 12:29:00 da manhã  

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