terça-feira, outubro 04, 2011

0129/2011 - porque hoje morreu cândido

amanhã, será feriado.
dia da implantação da república, dizem.
sou um gajo do campo, da terra.
na minha terra, na terra, as coisas boas, plantam-se ou semeiam-se.
na terra cimentada, acidentada, na cidade, o mal, implanta-se.
o povo trabalhador planta e a burguesia iluminada implanta.
há um tipo que foi nobel da literatura (este ano foi um poeta sueco que não está, sequer, traduzido em português) que escreveu um livro chamado: o ano da morte de ricardo reis.
tivesse ele tido, engenho, arte e premonição e teria escrito o livro que resumirá o nosso passado e o futuro que deixámos de almejar, enquanto povo: o dia da morte de cândido dos reis.
hoje é o dia em que cândido morreu (matou-se) consciente que já não podia matar a república que,  inconscientemente, ajudara a criar.
cândido morreu (matou-se) mas o monstro que ele ajudou a criar continua aqui, com ou sem bigode.
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio