sexta-feira, abril 11, 2008

1273 - perder e ganhar

cUSCar
Coscuvilhar é a essência da investigação histórica.
Tive um mestre, Jorge Borges de Macedo, que se saiu com esta, numa aula de Metodologia da História: História não é darmos respostas, é fazermos perguntas.
Bolas, pensei, vem um gajo de Santa Margarida da Coutada, Constância para ver se aprende alguma coisa e agora não me vão dar respostas, tenho de procurar.
Questionar, questionarmo-nos, é isto que pretendo em cada sexta-feira à noite, em cada encontro (seria pretensiosismo chamar-lhe: aula) com os meus meninos.
Os meus meninos têm idade para ser meus pais, dois deles são-no, os meus meninos não vão à USC (Universidade Sénior de Constância) só aprender, vão participar, partilhar, conviver.
Faço aqui uma agulha, os meus avós paternos foram ferroviários, para falar de outra história, a história dum gajo que passa uma semana inteira com uma gravata amarrada no pescoço e depois, ainda, vai trabalhar para outro lado à sexta-feira à noite, a história não é bem assim, durante a semana é trabalho, à sexta-feira é prazer, fazermos algo que não somos obrigados a fazer, fazermos o que queremos, partilhando esse querer com pessoas que nos ouvem e nos falam porque querem, numa palavra: liberdade.
Um bando de pessoas livres, parecemos bandos de pardais à solta, às vezes ficamos mesmo um bocadinho apardalados com algumas matérias que discutimos.
História Local, supostamente, sou professor de História Local, na prática não há História Local sem História Geral, agir local, pensar global ou como gosto de dizer: agir na terra, pensar o mundo.
A primeira palavra deste texto é coscuvilhar, na forma mais reduzida: cuscar.
Coscando os nossos encontros, pretensiosamente: aulas, poderei dizer que nas sextas-feiras à noite falamos de animais, animais que desceram das árvores, animais que fomos, animais que somos, nós e as as nossas atitudes... Yo soy yo y mi circunstancia, dizia Ortega y Gasset, todos nós somos, fomos, nós e a nossa circunstância, aos meus meninos, não gosto de lhes falar do passado, gosto de lhes falar dum presente acontecido, gosto que eles sonhem o futuro (por acontecer).

Escrevi este texto (sem links nem ilustrações) num contexto outro.

O que ganhamos quando perdemos?

O que perdemos quando ganhamos?


4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Á que ir sempre em frente.


A linha da esquerda vai para a esquerda.
A do meio vai para a direita.
A da direita vai em frente.

sexta-feira, abril 11, 2008 6:02:00 da tarde  
Blogger r said...

Este comentário foi removido pelo autor.

sexta-feira, abril 11, 2008 7:12:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Então e empatar e ir fazer queixa à Judiciária e perder por 3 a 0 e ficar mudo?!

É que a haver queixa ainda iam todos presos ali para os lados da LUZ...

sábado, abril 12, 2008 11:41:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esta alegria jà ninguem me a tira...E ainda o treinas dizia que não precisava da ajuda deles!

sábado, abril 12, 2008 12:04:00 da tarde  

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