sexta-feira, abril 25, 2008

1293 - uma dúzia de anos depois

O presidente da república (filho do gasolineiro de Boliqueime como diria Daniel Oliveira) está chateadito porque os jovens não sabem o que foi o 25 de Abril de 1974.
Pergunto... o que aconteceu em 18 de Maio de 1996, sr. presidente?
Provavelmente, não sabe...
Eu, jamais esquecerei, Rui Mendes, com o peito, completamente, desfeito por um very-light vermelho.
A Federação Portuguesa de Futebol e o árbitro desse jogo, Vítor Pereira... doze anos depois marcaram uma nova final, precisamente, no mesmo dia e no mesmo local.
Uma equipa do Sporting estará presente, não com o pensamento na vitória, procurarão, apenas, sair dali vivos, jogadores e adeptos.

11 Comments:

Blogger r said...

Este comentário foi removido pelo autor.

sexta-feira, abril 25, 2008 6:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E eu jamais esquecerei o 25 de Abril de 1974.

sexta-feira, abril 25, 2008 6:28:00 da tarde  
Blogger r said...

Este comentário foi removido pelo autor.

sexta-feira, abril 25, 2008 6:34:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Também não esquecerei, camarada.
Tinha cinco anos (quase seis) em 1974 a dita ditadura não obrigava as crianças a andarem em creches, nem em pré-primárias, nem nessas coisas que hoje as oprimem.
Em 25 de Abril de 1974 eu era um menino livre que nunca tinha colocado os meus pés descalços (nem calçados) numa escola.
Lembro-me de uma prima a gritar para a minha mãe:
- Ó madrinha, ó madrinha, há uma revolução lá para Lisboa, os militares (o meu pai é/foi militar)
- Ó filha, deixa-os andar, os cães ladram e a caravana passa.
Mal sabia a minha mamã que tanto os cães como a caravana são como a Toyota, vieram para ficar.

sexta-feira, abril 25, 2008 6:49:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Já vi que vocês não sabem nada do 25-A.
Eu sei mas não escrevo hoje no meu blogue...
Como o Pedro anda chateado por eu ter defendido os inimigos da minhga terra concedo-lhe este naco de história inédita, com reserva dos direitos de autor.
Cino dias antes cheguei ao Regimento de Lanceiros 2 - Polícia Militar. Era monitor de condução. Daí aquela da marcha-atrás...
No primeiro dia de sargento dia - eu era furriel miliciano - um oficial gritava do outro lado da parada " oh sargento, oh sargento". E eu porra fingi não ouvir piorque como furriel não gostava do "sargento"...
Uns soldados aflitos lá me avisaram que era o nosso 2º comandante. e este ao aproximar-me gritou:
- Tire-me estes "barrotes" do caminho e aponta-me para o chão, enquanto eu nem olhei sequer.
-Não sabe o que são "barrotes"? - e eu pensei logo se aquele sacana alguma vez tinha escolhido alguns para por aos ombros, redondos ou quadrados. E disse:
- Meu comandante, já me passaram dúzias deles aqui pelos ombros e como levasse a mão ao ombro para exemplificar melhor, o animal berrou para ficar em sentido, enquanto pedia para lhe tirar aqueles dois paus de fósforo caídos na parada, como e fosse um grave atentado à Pátria...
Voltei as costas e o major berrou, perguntando onde é que eu ia, qunão apanhava os barrotes...
Calmamente disse-lhe que ia chamar os prontos da limpeza...

Dias depois, no 25 A comigo com uma FBP a entrar com mais uma dúzia de milicianos para prender os comandantes e três ministros e dois secretários de estado e o Governador Militar, lá estava esse 2º Comandante a tremer de medo...

Com o 25 A recolhi e experimentei dezenas de carros da PIde, da zona de Lisboa e ia-os guardando dentro do pavilhão garagem.
Pensava para comigo que aqueles carros nunca maissaíriam à rua. Muito menos com Pides.
Eu era novo, 22 anos não pensava bem as coisas.
Daí a oito dias chegam-me uns seis camaradas que havam estado comigo a dar ordem de prisão aos comandantes e ministos e todos gozões dizem-me :
- Oh Pico dá aí um pópó.
Eu fiquei muito sério a olhar para eles e reaparo que vinham todos à paisana.
Como é desfardados, já pasaram à peluda?!
Riram-se! Dá um carro mas é a cad um e cala-te.
Para quêque querem um carro da Pide?!
Agoar somos do COPCOM e estamos às ordens do MFA e do rigadeiro Otelo e vamos caçar reacionários, pá!
- podem ir mas vão a pé seus c...
E gritei para o parqueiro que era um soldadotodo porreiro e obediente às minhas ordens e muito bruto:
- Diga meu furriel!
- Eh pá se estes gajos tocarem num único carro despeja-lhes carregador para as pernas...
- E lá foram os gajos a chamarem-me fascista, fascista...
Daí a bocado aparece o novo 2º Comandante, mão a bater-mecostas, então você é que éo furriel aqui responsável, esta a fazer um bom trabalho e umas merdas do género e eu passado já dos carretes...
- sabe aqui os nossosfurriéis e o nosso aspirante têm uma grande missão a cumprir com o COPCOM eprecisam destes carros e eu vou ficar ali com aquele Mercedes para mim ( era o Mercedes 250SE do Silva Pais o chefe da PIDE/DGS).
- Eu ainda disse nmas estes carros da PIDE não deviam sair mais à rua...
Pide nunca mais, mas logo levei com umas palmadinhas nas cstas oh nosso furriel por quem nos toma..

o carro do Siva Pais passou a levar a esposa do 2º Comandante ao Chiado. Algumas vezesesteve estacionado na António Maria Cardoso, a rua da sede da PIDE no Chiado...
Só que não era com o Silva Pais. era com a loira mulher do 2º Comandante...
Lá levaram os carros e eu fui para casa ao meio dia, bebi uns copos e disse para mim:
-25 A nunca mais! F...

sexta-feira, abril 25, 2008 7:52:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Pico se calhar atè nos cruzamos nessa altura,nunca se sabe.Fez hoje 34 anos eu e alguns camaradas de armas(Marinha) ocupamos o edificio sede da Pide (DGS)na rua António Maria Cardoso.

sexta-feira, abril 25, 2008 9:22:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

E eu dormi dentro da ambulância da Polícia Militar pois foi a única cama mais acessível lá no parque auto, longe dos tipos de Vendas Novas que traziam granadas penduradas nos suspensórios e com a bebedeira um descavilhou uma e valeu a porta do bar ser mesmo larga...
O carro d Silva Pais é que não viu porque estava na Mercedes na revisao, o que prova uma teoria muito minha de que o tipo não sabia do 25-A para esse dia...

Talvez visse a fragata no Tejo com o canhão apontado para o Terreiro do Paço, onde estava o Salgueiro Maia e o tenente Paixão meu comandante de esquadrão na recruta em Santarém.
Essa fragata que voltou o canhão para arrasar as tropas no Terreiro do Paço só não disparou porque o imediato e outros subalternos deram ordem de prisão ao comandante.

O Comandante era o pai do Francisco Louçâ do BE, que depois foi saneado daMarinha. Não sei se sabia isso?!

sexta-feira, abril 25, 2008 10:12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Fragata era a NRP Gago Coutinho e por curiosidade lhe digo que o marinheiro Telegrafista de quarto aquando de toda a confusão era o meu amigo e camarada António,natural de Constância e hà muito a residir na Suiça.Mais lhe digo que do alto do Cristo Rei a Fragata estava a ser visada por artilharia.

sábado, abril 26, 2008 11:27:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Mais a peça de artilharia da Gago Coutinho (68mm)estava municiada com projeteis anti-aéreos e em caso de terem sido disparados, só por si estando uma multidão que estava no Terreiro do Paço seria uma autêntica desgraça,pois estas munições rebentam um pouco antes de atingirem o alvo.

sábado, abril 26, 2008 11:33:00 da manhã  
Blogger João Baptista Pico said...

E esqueceu-se do comandante da fragata?!
Não confirma?!

sábado, abril 26, 2008 2:55:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Afirmativo ,o comandante era o capitão-de-fragata Seixas louçã que tinha como oficial imediata(2°comandante) o capitão-tenente Caldeira Santos que foi ponderante na rendição do comandante e de mais alguns oficiais da guarnição.
Como deve de saber a maioria dos oficiais superiores (Armada) não alinharam no golpe pois desconfiaram sempre ,derivado a que os mentores do mesmo eram todos oficiais muito jovens.

sábado, abril 26, 2008 6:06:00 da tarde  

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