quinta-feira, maio 21, 2009

2077 - a virginal inocência das crianças

Por estes dias vivemos indignados com uma professora que teve a ousadia de dizer a palavra (eu vou dizer baixinho): orgia numa sala de aula.
Pobres crianças...
Inocentes crianças...
Deixai brincar as criancinhas, não lhes faleis de (eu vou dizer baixinho): sexo.

3 Comments:

Blogger r said...

Estás a querer afirmar que a questão central do episódio a que aludes é falar sobre sexo?

Quando pedes a uma criança, jovem ou adulto para se sentar à mesa, para o almoço ou jantar, não dizes:

- Olha, vem pá mesa qu'esta porcaria 'tá pronta a comer. ESTÁS A PERCEBER? VEM PRÁ MESA, OUVISTE?

Pois não?

quinta-feira, maio 21, 2009 9:48:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

«não dizes:

Olha, vem pá mesa qu'esta porcaria 'tá pronta a comer. ESTÁS A PERCEBER? VEM PRÁ MESA, OUVISTE?»

Não, não digo.
Falo docemente com as pessoas, não lhes grito.
Nunca digo: estás a perceber (poderia parecer que estava a chamar limitado ao receptor).
Pergunto sempre: estou a fazer-me entender?
Quanto ao resto, a linguagem dever-se-á adequar ao contexto e aos receptores.
No Norte é usual utilizar-se caralh**** na linguagem corrente, sem maldade.
A minha preferida é esta (mãe desesperada a correr atrás do filho com cerca de cinco anitos):
"Pára já meu filho da put*, não corras mais, meu cabr**" ... tudo isto dito com o carinho e a preocupação própria duma mãe que adora/ama a criança que carregou nela.

(embora pareça irreal fui testemunha auditiva da frase citada [sem asteriscos])

quinta-feira, maio 21, 2009 10:10:00 da tarde  
Blogger r said...

Obrigada pela prontidão da resposta, mas eram duas perguntas. A primeira, a fundamental. Ainda assim, não vale a pena a discussão. A caixa de comentários não me parece, de todo, o local apropriado para questionar a sexualidade, enquanto educação formal a oferecer na escola pública, menos ainda, o episódio da professora de Espinho. Corriamos o risco de trocar duas ou três ideias e não ir além do já escrito sobre o assunto e depois, até no Programa do Manuel Luís Goucha se discutiu o assunto. Quis apenas denunciar (sorrateiramente, claro) a extrapolação que fazes.

«No Norte é usual utilizar-se caralh**** na linguagem corrente, sem maldade.
A minha preferida é esta (mãe desesperada a correr atrás do filho com cerca de cinco anitos):
"Pára já meu filho da put*, não corras mais, meu cabr**" ... tudo isto dito com o carinho e a preocupação própria duma mãe que adora/ama a criança que carregou nela.»

Que ternura!
Que privilégio ouvir tais mimos e carinhos e sem asteriscos...nunca ouvi ninguém do norte de Portugal continental, manifestar dessa forma o carinho por um filho ou outros. Em verdade, conheço poucas pessoas no norte de Portugal continental.

Não me parece nada irreal. Nada mesmo.
De resto, dizer a uma criança de cinco anos (por exemplo): ca***** é tão pornográfico como chamar pilinha ao pénis. As coisas têm nomes e é pelos nomes que se designam e ensinam.

Etc etc etc etc

quinta-feira, maio 21, 2009 10:52:00 da tarde  

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