sábado, junho 13, 2009

2113 - já murcharam tua festa, pá

Olhos abertos, dois olhos videntes.
Pé descalço, pés descalços e flores.
O animal insaciável com a língua de fora.
A mulher vestida de azul celeste que se afasta amedrontada, da fotografia, do momento/enquadramento.
Vês aqueles olhos, Mário?
Foram imaginados, definidos, mimados, esculpidos pelo Mestre Lagoa Henriques... ninguém o lembrou, pois não?
Mário, poupa-me (poupa-nos) a estas palermices:
«Em pleno Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Também por aqui, por Constância, o caminho se faz caminhando. Não renegando a sua história, antes promovendo-a junto da população e da comunidade escolar, aumentando níveis de auto-confiança e auto-estima. Uma festa do povo. Uma festa sentida»
Poupa os leitores ao blá, blá, blá.
O caminho não se faz caminhando, faz-se andando...
Preferencialmente sem os jornais locais a promoverem umas candidaturas... desprezando outras.
Dizes: o caminho faz-se caminhando, prefiro o poeta: caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar. Ao andar faz-se o caminho, e ao olhar-se para trás vê-se a senda que jamais se há-de voltar a pisar.
Nota: Provavelmente estou a ser injusto nas afirmações que faço. Considero Mário Rui Fonseca um jornalista isento e objectivo. Mas (há sempre um mas) nem sempre concordo com as suas (dele) opiniões. Afirmo-o. Assino. Permito que comentem o que escrevo... como diz o outro: pátria ou muerte.

2 Comments:

Blogger r said...

«Olhos abertos, olhos videntes.»

Interessante esta afirmação.
Essa metáfora da visão é muito da nossa cultura, sem dúvida, por oposição à cegueira e ao obscurantismo. Ainda que (diria: fundamentalmente) para «ver»/ter visão/«profetizar»... não seja necessário ter olhos abertos. Ou será, por mero acaso que, no momento, diria, mais íntimo de cada homem e mulher, se fecham os olhos?

De resto, por que razão, não hão-de estas festas, promover a auto-estima e auto-confiança nas gentes da terra?, perguntando ainda: por que razão, parece não concordar que tais festejos promovam na população o auto-conceito? Porquê?

sábado, junho 13, 2009 8:11:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

«parece não concordar que tais festejos promovam na população o auto-conceito? Porquê?»

Auto-conceito, como eu o entendo é o conceito de si (de mim).
O «conhece-te a ti próprio» do bebedor de cicuta.
Não existe (na minha opinião e na de Ortega y Gasset) um auto-conceito populacional limitado a algo tão subjectivo como um conjunto de cidadãos que exercem (ou não) o direito de votar num determinado espaço geográfico.
Tanto quanto me parece dos três candidatos a presidentes da câmara municipal de Constância, dois nasceram noutros concelhos.
As pessoas são elas e a sua circunstância, não há festejos que promovam o auto-conceito colectivo.
O conhecimento de si (de mim) é individual como diria Santo António (Damásio).

sábado, junho 13, 2009 10:41:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio