domingo, junho 04, 2006

367 - pontes sonhadas



Não sou gajo de sonhar, nem a dormir, nem acordado.
Na noite passada tive, no entanto, um sonho onde misturei parte de realidades acontecidas e outras ficcionadas.
Provavelmente, adormeci a pensar neste comentário.
Penso muito em pontes (talvez devido ao meu avô se ter encantado [pai da minha mãe, morreu tinha ela quatro ou cinco anos] ao cair da tal ponte congestionada e que eu atravessei a pé e de bicicleta muitas vezes, tantas vezes).
Penso em pontes como algo onde o importante não é de onde se sai, nem onde se chega, é o caminho que se percorre.
Vejo-as, também, como parte do verbo: apontar, um «aponte» era uma anotação no meu tempo de operário fabril (indústria automóvel) ... «Pedro faz aí um aponte, precisamos de parafusos e de espelhos para as L200» dizia-me o Tó-Zé.
As imagens que ilustram este «post» remetem-nos para Madison, curioso como um filme que vi há tanto tempo, está de repente tão presente.
Lembrar-se-ão que o filme relata várias histórias de amor, duma mulher pelo marido e pelos filhos, dos filhos pela mãe, do marido pela mulher, dum fotógrafo por uma mulher, duma mulher por um fotógrafo ... de todos pela liberdade.
A paixão vista assim é o romance de um dia na estrada, questiona-se tudo para no final ficarem as pontes e as memórias.
As pontes e as memórias, o futuro será o que construirmos hoje, despidos de ambições políticas imediatas, na vida das sociedades, como na vida de cada um de nós o que tem, realmente, valor são aqueles que conseguem olhar para além das aparências, conseguem ver o presente projectado no futuro.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Está lindo.

Obrigada.

domingo, junho 04, 2006 9:46:00 da manhã  
Blogger Alien David Sousa said...

Pedro, as pontes seriam para mim um pesadelo. Ès especial.

domingo, junho 04, 2006 10:36:00 da tarde  
Blogger António Almeida said...

a ponte é uma passagem... para a outra margem!

domingo, junho 04, 2006 11:11:00 da tarde  

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