quarta-feira, junho 21, 2006

386 - pão e vinho


Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho a alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

[nem tudo é mau ... isto é bom]

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há muita casa portuguesa onde não há pão nem vinho, mas existe uma "bola".

Cada um tem o que merece ou faz por ter.

quarta-feira, junho 21, 2006 1:20:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um poema que ilustra bem as marcas que o Botas nos deixou: uma vidinha simples sem chatices. É abominável.

quarta-feira, junho 21, 2006 11:09:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

«abominável»?

Nem tudo meu amigo, gosto especialmente, desta parte:

«É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho»

o que haverá na vida melhor que o amor, o pão [e o conduto], o vinho [e restante família] e caldo verde, verdinho...não muito, meu amigo, não muito...

quarta-feira, junho 21, 2006 11:45:00 da tarde  
Blogger António Almeida said...

eu diria mais:
"panem et circenses"

quinta-feira, junho 22, 2006 12:25:00 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio