domingo, janeiro 21, 2007

590 - o referendo


Chegou a altura de falar sobre o referendo.
Importa recordar como chegámos aqui.
Em 1998 o PPD/PSD era liderado por um senhor que faz comentários, o PS e o país eram (des)governados por um «milagreiro».
Desta «união de facto» nasceu uma criança chamada referendo.
Desta paternidade não resultou grande coisa a começar pela pergunta (assunto já tratado).
Os tópicos seguintes são um resumo daquilo que penso sobre o assunto e que já escrevi aqui e em comentários noutros «blogs»:
1. Sou pelo sim à abstenção.
2. Esta matéria não deve ser alvo de referendo.
3. A pergunta está mal formulada.
4. A campanha do PS é hipócrita [como é possível este partido falar no SIM responsável, se a responsabilidade é deles que não tiveram tomates para passar para a lei aquilo em que acreditam (em que quase todos os partidos com representatividade parlamentar acreditam)].
5. A Igreja tem legitimidade para exprimir a sua (dela) opinião [os mesmos que agora querem impedir a Igreja de se manifestar, são os mesmos que acharam legítimo o direito à indignação no caso das caricaturas].
6. Não há paciência para os argumentos do Não.
7. Não há paciência para os argumentos do Sim.
8. As mulheres não fazem os filhos sozinhas, logo a decisão não deveria ser, apenas, delas e a condenação, também não.
9. Todas as opiniões que li/ouvi [tanto dos defensores do sim como dos defensores do não] vão no sentido que a mulher não deverá/não deveria ser condenada a três anos de prisão pelo facto de interromper voluntariamente a gravidez nas primeiras dez semanas. Então vamos votar o quê?
10. O referendo não resolve nenhum problema. Cria vários. Dinheiro desbaratado a discutir o acessório. O que fazer na segunda-feira seguinte?
Como não tenciono dar mais para este peditório, deixo um apelo aos nossos deputados e deputadas:
- Legislem rapidamente sobre este assunto e deixem-se de demopsicologia.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Amigo, o aborto é um tema que está a pôr a sociedade politica muito incomodada, principalmente o partido social democrata do senhor Marques Mendes que quando estava no governo do Durão Barroso legislaram a lei do aborto e agora está contra o referendo do dia 11 de Fevereiro, pois sente que a sociedade portuguesa está sensibilizada para a questão das mulheres irem abortar clandestinamente.
Um abraço

segunda-feira, janeiro 22, 2007 5:32:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sendo esta matèria,vedada pela constituição,è da competência do governo legislar sobre o assunto.
Pesquisar ou averiguar,atravès do referendo,sendo maioria absluta no parlamento,este governo só revela cobardia.

segunda-feira, janeiro 22, 2007 6:35:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Caro amigo, o aborto não é um assunto de direita nem de esquerda.
Mas considerando que a despenalização é defendida por toda a esquerda e por muitos deputados do PPD/PSD não faz sentido (na minha opinião) este referendo. Já alguém fez as contas a quanto custará esta «brincadeira» ao país?
Porque não um referendo sobre o OTA ou o TGV?
Porque não nos perguntaram se queríamos entrar na União Europeia (CEE, na altura)?

segunda-feira, janeiro 22, 2007 7:47:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

«demopsicologia» está muito bem pensado, porque, efectivamente, é disso que se trata:psicologia de senso comum=«demagogia feita à maneira»...

quarta-feira, janeiro 31, 2007 8:25:00 da tarde  

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