sexta-feira, janeiro 19, 2007

587 - viagem à índia

«Sete annos a nobreza da Bahia
Servia uma pastora Indiana bella,
Porem servia a India, e não a ella,
Que a India só por premio pretendia.
Mil dias na esperança de um só dia
Passava contentando- se com vêl-a,
Mas Frei Thomaz uzando de cautela
Deu-lhe o villão, quitou-lhe a fidalguia.
Vendo o Brazil que por tão sujos modos
Se lhe uzurpava a sua Dona Elvira,
Quasi a golpes de um maço e de uma goiva
Logo se arrependeram de amar todos,
Mas qualquer mais amára se não vira
Para tão limpo amor tão suja noiva. »
Ouro do Brasil e pimenta da India.
Há coisas que não mudam.
Para tão sujo amor, tão lindas noivas.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A alegria é um dom que se adquire a arte a tristeza que se transpira
em beleza...
Eu volto
Beijinhos
Belo
Conceição Bernardino

sexta-feira, janeiro 19, 2007 9:56:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A ver vamos se esta viagem à as terra das especiarias ,não serà mais uma história de oportunidade perdida ,como foram os tempos do ouro do Brasil e da pimenta da India.


Jà se viam chegados junto à terra
Que desejada jà de tantos fora
Que entre correntes Indicas se encerram
E o Ganges,que no cèu terreno mora
Ora,sus,gente forte,que na guerra
Quereis levar a palma vencedora
Jà sois ,chegados,jà tendes diante
A terra de riqueza abundante.

Chegada da frota da India:
Luiz Vaz de Camões.

sexta-feira, janeiro 19, 2007 9:14:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

A arte enquanto tristeza transpirada, parece-me uma excelente imagem.

As oportunidades perdidas são a nossa imagem, Manuel. Nós somos a república que vai à final perde e queixa-se do árbitro. Quando começarmos a assumir as nossas responsabilidades poderemos ser um «povo» melhor.

sábado, janeiro 20, 2007 10:55:00 da manhã  

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