sábado, fevereiro 24, 2007

629 - chamava-se joão hélio, o brasil o viu morrer

Cada filho que morre deixa no coração dos pais um vazio que não mais é preenchido.
Quando morre como o Joãozinho com o corpo arrastado em alta velocidade pelo asfalto, com o rosto a chocar, violentamente, nos passeios (ainda vivo) perdendo pedaços de carne, sangue, lágrimas e gritos que não conseguiria gritar.
Quando o que sobra é um opel corsa branco com marcas de sangue, um corpo desfeito, um pai, uma mãe e uma irmã embrulhados num desgosto imenso.
Nessas alturas em que olhamos o nosso filho assassinado duma maneira tão brutal, provavelmente, a última coisa que queremos é que o presidente do nosso país se identifique com os assassinos:
«E eu digo sempre que é exatamente nesses momentos que nós precisamos não permitir que apenas a emoção aja, mas que prevaleça a razão, porque eu, não como presidente da República, mas como ser humano; o Villar, não como presidente da Atento, mas como ser humano; o Goldman, não como vice-governador, mas como ser humano; e qualquer companheiro deputado ou qualquer um de vocês, a gente pode reagir emocionalmente e fica imaginando: e se a gente estivesse naquele lugar, naquele instante, e a gente pudesse fazer alguma coisa, o que a gente faria? Certamente nós faríamos quase que a mesma barbaridade que ele fez com aquela criança. »
Eu não quero um presidente onde prevaleça a razão (mesmo que seja de esquerda e se chame "Lula" da Silva) não quando essa razão lhe serve para desculpar assassinos de crianças.
(fui alertado para este tema pela crónica «desculpas voltam a atacar» de Ferreira Fernandes na Sábado n.º 147, a partir, também, deste «post» de Francisco José Viegas)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"e se a gente tivesse naquele lugar,naquele instante , e a gente pudesse fazer alguma coisa,o que a gente faria? certamente nós faríamos quase que a mesma barbaridade que ele fez com aquela criança"

Se queres conhecer um homem dà-lhe bastante poder.

sábado, fevereiro 24, 2007 7:25:00 da tarde  

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