sexta-feira, março 02, 2007

638 - na minha barriga mando eu

«Na lei eleitoral de 1913, de Afonso Costa, pela primeira vez se proibiu expressamente o voto das mulheres. A médica Adelaide Cabete votava no tempo da “ominosa” Monarquia. O que é fantástico é que já cheguei a ler na net, e já me foi relatado que se ensina nas escolas, que, com a implantação da República, as mulheres adquiriram direito de voto.»

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Antes do 25 de Abril, tempo em que eu não votava (mas votavam os meus Pais), só votavam as mulheres que tinham um curso superior ou aquelas que eram proprietárias. Também acontecia que algumas pessoas desapareciam misteriosamente da lista de eleitores por serem contra o regime. Agora... na minha barriga mando eu! dizes bem!

sexta-feira, março 02, 2007 6:51:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Em 1913 ,a lei eleitoral excluía 75% da população,as mulheres,os analfabetos e os militares não activos.Só permitia o voto aos chefes de familia que soubessem ler e escrever.

Sobre a lei de 3 de julho de 1913 Vasco Pulido Valente diz:
Afonso Costa tirou,pura e simplesmente,o direito de voto aos analfabetos.
A maior parte dos portugueses que sabiam ler e escrever estavam nas cidades e preferiam Afonso Costa a Josè de Almeida.
"Se querem fazer eleições com analfabetos",berrava ele(Afonso Costa) aos evolucionistas,"façam-nas os senhores,porque eu quero fazê-las com votos conscientes.
Individos que não conhecem os confins da sua paróquia,que não têm idèias nitidas e exactas de coisa nenhuma,nem de nenhuma pessoa,não devem ir à urna,para não dizer que foi com carneiros* que confirmamos a república".
A carneirada era constituida por cerca de 5 milhões de portugueses,ou seja mais de 80%.

Adelaide Cabete,jà com 22 anos fez o exame de instrução primària.Foi pioneira na universidade na Maçonaria e femininismo.
Em 1912 reivindicou o voto das mulheres. Em 1933 foi a primeira e única mulher a votar em Luanda a constituição portuguesa.

sexta-feira, março 02, 2007 7:15:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Por acaso sabia disto e não foi só nesta questão, pois os repúblicanos e sobretudo o Doutor Afonso Costa, não quiseram também aceitar a "Lei da Greve", o que valeu na altura a alcunha de "racha sindicalistas" a este político da Pimeira Rapública.
No entanto, apesar de figua polémica não podemos esquecer que o Doutor Afonso Costa foi uma pessoa com uma mente avançada para a época. Muito influenciado pelo Positivismo de Comte e sobretudo de Littré, tal como todo a geração Repúblicana (caso de Teófilo Braga), e pela obra da Terceira República Francesa, fesz a polémica Lei da Separação e era visto como o "belzebu" dos católicos, mas como ministro da Justiça não podemos esquecer que criou medidas justas, como as Leis do Registo Civil obrigatório, as Leis do Divórcio, entre muitas outras, além de, na senda da "Batalha Escolar da 3 ª República Francesa" (ver a obra do Doutor Fernando Catoga - "O Republicanismo em Portugal: das origens ao 5 de Outubo" Lisboa: Editorial Notícias, 1999. Tem um capítulo que fala de tudo isto). a República apostou muito no ensino, com a escolaridade obrigatória até à 4 ª classe, ou seja, paseado no cientificismo de Comte, era uma prova de atingir em plenitude o final da Teoria da História de Comte: a vitória da Ciência e dos cientistas sobre tudo o que era teológico.
Afonso Costa, foi um grande Jurista, Pofessro Catedsrático da Faculdade de Direito de Coimbra desde inícios do Século XIX, cujas prelecções eram bastante ouvidas pelos alunos e as suas aulas bastante concorridas. Em 1911, fundou a Faculdade de Direito de Lisboa e fez obra notável, no entanto, no melhor pano cai a pior nódoa, o facto de não deixar as mulheres votar foi um erro tremendo!

domingo, março 04, 2007 12:54:00 da tarde  

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