sábado, junho 21, 2008

1402 - bernardino, barbeiro

O Sr. Bernardino tem mais de oitenta anos e atura-me há mais de quinze.
Tem um letreiro por cima da porta que diz: «Barbearia Ideal para Homens», fundo branco e letras azuis.
Brancos são os cabelos de Bernardino, azul é o mar que o habita.
Foi marinheiro e é barbeiro, o meu barbeiro.
Hoje mais uma vez falámos da vida e da morte, da bola e de política, mais uma vez a navalha ficou manchada com o meu sangue, mais uma vez lhe disse a brincar:
- Qualquer dia corta-me mesmo o pescoço a sério....
- Não corto porque não me interessa perder clientes
Isto, meus amigos, é marketing directo.
Continuo a frequentar a barbearia de Bernardino não porque goste, especialmente, de levar navalhadas no pescoço mas porque gosto de pessoas que me contam histórias, que me ensinam sem procurarem ter razão a todo o custo.
Gosto que me ensinem, gosto de aprender, de navalhadas no pescoço nem por isso.

11 Comments:

Blogger João Baptista Pico said...

Confunde-se muito ou é mera escapatória. Não há quem tem que ter razão. Há quem pugna por valorizar a competência.
Quando o faz está a velar pela justiça e pela equidade das coisas.
Este país acedeu com voluntarismo a deixar-se espraiar pela alucinação do futebol.
Com tanta crnção às imagens do mundo fora dos manuais poderia constactar que as mulheres já vão muito ao futebol e estão prestes a atingirem a paridade entre os esoectadores nos estádios.

Não há que ser-se preconceituoso ou preconceituosa, nem é legítimo ou de boa educação desculpar-se com o eu não gosto dessas coisas.

A conversa é esta, portanto ou conversa ou espera pela sua vez, noutro tema...
Querer mudar o tema da conversa é prepotência. É falta: penalti!

Gastaram-se fundos públicos com a preparação da Selecção. Há que agir com competência e zelo.

Isso não aconteceu. Entre Berna ou Saltilho, o Amândio de Carvalho até é o mesmo...
O Madaíl é da equipa...
E o Laurentino é e não é...

Eu queria que não voltasse mais a acontecer. Tinha a bandeira à espera da meia final. Não gosto de deitar foguetes antes da festa...
Guardei-a com nafetalina...

Isto foi uma vergonha!
Quem vier dar outras explicações e divagar está a pactuar com os sem vergonha!
Não há que ter outras contemplações.
Agora podem divagar que já não dou mais para esse campeonato.
Agora vou ver a Holanda e aguardo pela Turquia...

sábado, junho 21, 2008 4:49:00 da tarde  
Blogger r said...

Eu acho fantástico, o Senhor querer decidir o conteúdo, o tema, o assunto, a oportunidade... para as pessoas comentarem. E ainda, querer decidir quando as pessoas falam ou não, pensar que se trata de desculpas ou se é ou não legítimo tomarem posição sobre os assuntos. Esta sua afirmação, então: « A conversa é esta, portanto ou conversa ou espera pela sua vez, noutro tema...», mas é o senhor que decide aqui o tema da conversa? Que decide se tomo posição?
É muito simples: já lhe mostrei dezenas de vezes que discuto o assunto que entender, no momento que entender, percebeu?... na língua que entender, pois escrevo e leio mais do que uma. Qualquer pessoa, pode verificar que nos posts recentes só lhe dirigi a palavra, porque, inadvertidamente (o senhor, continua a fazê-lo, inadvertidamente) se me dirigiu. Entende? Não fui eu que, primeiramente, lhe dirigiu a fala.
Agora vou usar maiúsculas:

PREPOTENTE É O SEU DISCURSO.
Senhor, escreva com coerência, ordene as ideias, supere essa salganhada que me dá urticária pensativa.
Por último, não se me diriga se o não fiz.
O que me incomoda um bocadinho é o facto de o fazer, num blog que nem é seu, nem meu. Queira saber que, ainda, não comentei o seu blog, porque não lhe quero dar o prazer de lá ter meia dúzia de parágrafos escritos com inteligência coerente, criatividade, sensibilidade e bom senso.
Faça-me o favor, ok!
Comente o que entender e não se me diriga, pois que, também não o faço.


P.S.1: Perde tempo com estas tretas do futebol e depois não cuida a escrita para o jornal nacional. podei ter revisto o artigo, do ponto de vista da construção frásica e encadeamento das ideias, já que, o conteúdo era pertinente.

P.S.2: O meu lado feminino, hoje, está a descansar. Escrevo, apenas com 5% do meu lado masculino, imagine se lhe escrever com ele a 100%.
Poupe-me!!

sábado, junho 21, 2008 5:13:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Os treinadores de bancada são um problema para o país, sobretudo quando são levados a sério e se criam as condições para que sejam levados a sério.

sábado, junho 21, 2008 6:44:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Fantástico é vir lá detrás, saltar por cima de tudo e de todos e atirar com a culinária para cima de todos os que estavam a trocar comentários de futebol ou de outra questão.
Ora quem age dessemodo, não pode invocar para si qualquer legitimidade de intervenção, nem mostra respeitar os outros.

Repito: se a conversa é futebol não tem que atirar com culinária ou salpicá-la constantemente com outra intervenção fora do contexto
com a prepotência e a arrogância com que o faz.
Há um mínimo de contenção a respeitar.
Brinca-se uma vez ou outra. Nunca sistematcamente. E estou-me nas tintas para as suas observações sob o estilo que uso ou repiso.
Chame-lhe o que quiser,só que aprendi a ler e a escrever muito antes de haver blogosfera.
E não sofro de complexos, nem sou pessoa paa me fechar em casa envergonhado com que os outros possam criticar nos meus escritos.

Eu sei do que falo e com autoridade de conhecimentos e de experiência que muito boa gente nunca alcançou nem viveu com a paixão e a intensidade com que eu as vivi e saboreei...

Fale com autoridade e com respeito pelos outros. E saiba que há muito mais vida para além do recreio e das salas de aula das ecolas ou da sala dos professores...

sábado, junho 21, 2008 9:47:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Quer uma história?!
Talvez seja boa. Eu acho que sim!
Uma jovem à onversa durante um jantar em casa dos pais e com mais familiares e amigos tenta apregoar o sucesso da sua carreira como juíza pois passara já os dois anos de estágio no Centro de Estudos Judiciários...
Um amigo dos pais mais velho e mais experiente logo advertiou para o facto de as funções de juíza exigirem muita experiência da vida que necessariamente, só o tempo a dava.
Qual quê, arremata a jovem candidata a juíza.
Ser juíza só obriga a saber bem as leias e a aplicá-las, tal como vêm escritas nos manuais.
Vem lá tudo nos manuais, assegurava toda triunfante a jovem com total irresponsabilidade e toda a ligeireza da inexperiência de quem éjovem e ignorante, ainda por cima...

Vá lá, que a jovem não gostava de culinária, nem de a atirar para cima dos outros...

sábado, junho 21, 2008 10:00:00 da tarde  
Blogger r said...

Que pontaria!

Senhor Pico,
o senhor, não só é arrogante, prepotente, quer impor, seja em que assunto for, aquilo que pensa, não sabe ouvir, nem respeita o pensamento dos outros. Não sabe escrever, facilmente verificável nos seus escritos em «blog», como, pior que tudo, fala comigo, quando não tenho intenções nenhumas de consigo falar. Vou explicar-lhe devagarinho, a ver se entende:

QUANDO COMENTO, NUM «BLOG», FAÇO-O PARA O «BLOGGER». ÀS VEZES, TROCO PALAVRAS COM OUTROS COMENTADORES, RARAS VEZES.
FOI O SENHOR QUE VEIO DE NÃO SEI ONDE E NEM ME INTERESSA E REFERIU O MEU NOME, OU SEJA, DIRIGIU-SE-ME, USANDO AS SEGUINTES PALAVRAS:

Professora Rosa Oliveira. Para si, como lhe disse em baixo é Senhora Professora Rosa Oliveira ou Senhora Dona Rosa Oliveira. Percebeu agora?

Eu cozinho muito mal e o que cozinho não atiro em cima de ninguém. Custa-lhe engolir que lhe responda, ou melhor lhe tenha vindo a responder, que o confronte, que pense, que seja mais educada que o senhor, quelhe responda sempre com bom senso, o tal em que o Descartes se enganou. Isso é que lhe custa a engolir!
Aliás, essa sua leitura merdosa e sexista da culinária mostra e demonstra, exactamente a sua incompetência para discutir comigo.
Senhor se há coisa que não sou é arrogante, nem imponho o meu dizer e pensar aos outros. Falo de futebol, culinária ou metafísica, o senhor passa a vida blogoesférica a ofender as outras pessoas, numa linguagem que deixa muito a desejar.


Quando comentei, naquele momento em que a sua mediocre leitura traduz por vir lá de baixo e tal e tal, não lhe dirigi palavra a si. Compreende? NÂO LHE DIRIGI PALAVRA A SI! O senhor, pelo contrário, dirige-se, nos modos grosseiros a que já nos habituou.

A legitimidade da intervenção não é o senhor, nem eu que, neste espaço, a determina e/ou condiciona.

«Repito: se a conversa é futebol não tem que atirar com culinária ou salpicá-la constantemente com outra intervenção fora do contexto
com a prepotência e a arrogância com que o faz.»

REPITO: Não lhe dirigi a palavra a si. Eu brinco quando entender, no momento que me for permitido, por quem edita este espaço, sem ofender as pessoas, como o senhor faz.
Basicamente EU ESTOU_ME NAS TINTAS para aquilo que diz e, fundamentalmente, para o modo como diz. REPITO, porque já vi que não percebe nem à segunda,nem à terceira:

O senhor é que falou no meu nome. O senhor é que entra aqui e refere o meu nome, tece conotações sem me conhecer de parte alguma. Não recordo de o ver em nenhuma das minhas salas de aula, desde a primária ao ensino superior. Não andámos, portanto, juntos, na escola.

«Chame-lhe o que quiser,só que aprendi a ler e a escrever muito antes de haver blogosfera.
E não sofro de complexos, nem sou pessoa paa me fechar em casa envergonhado com que os outros possam criticar nos meus escritos.»

Já somos dois que aprendemos a ler e a escrever muito antes da blogoesfera. Acontece que não me limito a fazer leituras, exclusivamente, a partir do meu ponto de vista. O senhor, apenas lê, seguindo o seu quadro de valores.

«Eu sei do que falo e com autoridade de conhecimentos e de experiência que muito boa gente nunca alcançou nem viveu com a paixão e a intensidade com que eu as vivi e saboreei...»

Querem ver que é alguma entidade divinal? Ó homem, onde é que legitima esta afirmação? Sabe, por ventura, a paixão e/ou intensidade com que as outras vivem as coisas? Sendo que, esses sentires, são sempre pessoais.

«Fale com autoridade e com respeito pelos outros. E saiba que há muito mais vida para além do recreio e das salas de aula das ecolas ou da sala dos professores...»

Esta frase, escreveu-a frente ao espelho, certo? Está a falar de si, certo? Compreendo, as pessoas como o senhor, tendem a projectar-se nos outros, a ler os outros como eles próprios são.

Senhor, eu discuto futebol, culinária, costura, crochet, o que bem entender com pessoas que me gostam.
O senhor, na blogoesfera não discute coisa nenhuma! Salvo neste blogue que ainda lhe vão dando resposta, a começar por mim, que nunca o deixo a falar sózinho, ninguém mais lhe liga patavina. Fala de si, para si, em si, portanto.

sábado, junho 21, 2008 10:39:00 da tarde  
Blogger r said...

Coisa importante ainda: os jovens não são ignorantes, essa sua leitura da juventude e, quiçá da infância, mostra, efectivamente,o tipo de pessoa que é.
Devia aprender a pensar com o olhar da criança e do jovem, que pessoas como o senhor, castram através dos seus discursos de pacote.



__________-




Caro Pedro, sempre estou para ver se não publica este comentário. Ainda que, evidentemente, esteja a exercer um direito seu.

sábado, junho 21, 2008 10:50:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Se há alguém que não sabe de onde veio sei bem quem é e tem-nos surpreendido com imensos exemplos, sendo a última o recurso infeliz ao linguajar alemão...
Pois olhe que até dei alemão no velho 7ª ano do liceu, pois era cadeira obrigatória para Direito...
Mas se não soubesse traduzir, também não me dava ao trabalho de ir ver no dicionário.
Nem me dou ao trabalho de ler tudo quanto escreve, porque o que escreve, raras vezes tem a ver com as realidades do dia a dia da vida.

Quando muito a poesia ainda poderá ter algum interesse. No resto são jogos de palavras ocas e encadeadas, que prefiro seguir em frente e não perder tempo com futilidades dessas.

Quanto ao falar sozinho, essa até tem piada. Por sinal sabe que muitos dos meus post são cmentados posteriormente com amigos pelo telefone ou por emails?!

Acaso pode pensar que um blogue que teve 2.900 visitas em menos de 8 meses, pode ser um exemplo de quem anda a falar para o boneco?!

E mesmo que o fosse , que legitimidade tem a senhora para me interpelar nessa situação?!
Terei que obter a sua permisão ou a sua "benção"?!

Ora reflita lá nisso e se possível, defronte ao seu espelho.

Depois já tenho uma maturidade que os anos não deixam enganar. Comandei muitas pessoas. Liderei muitas actividades e iniciativas.
Aos 33 anos já tinha 33 anos de mandatos em associações sociias e culturais e desportivas. Sem ganhar um tostão. Não sou mercenário, se quiser ouvir o termo. O que me ensinaram paguei-o do meu bolso! E estudei muito à noite. Não tenho que receber lições da sua parte, nem lhe reconheço competência para me ensinar.
Tive bons professores. Se quiser até lhe posso indicar três ou quatro: Sousa Franco, Rui Albuquerque, Adelino Maltez, Castro Mendes, Jorge Miranda, Garcia Pereira, Freitas do Amaral, só para lhe lembrar os mais conhecidos.
E o Prof. Calapez na 3ª e 4ª classe...

domingo, junho 22, 2008 1:28:00 da manhã  
Blogger r said...

Gosta de histórias, caríssimo Pedro?
Excelente! Gosta de quem gosta de histórias e, mais ainda, de quem sabe contar histórias.
Tentarei contar-lhe uma espécie de história (sou pouco dotada para tal...).

Era uma vez um menino curioso - como todos os meninos e meninas -, um perguntador nato; não se contentava com as respostas-prontas e os saberes teóricos ou de experiência feitos, das pessoas crescidas. O menino queria saber de que matéria eramos feitos. Lia muitos livros, dos clássicos aos modernos e não encontrava resposta à sua pergunta. A curiosidade do menino não encontrava onde repousar. Assim cresceu. Às vezes, falava das coisas importantes com as pessoas crescidas, mas não o compreendiam. Claro que ele não se ralava, absolutamente, nada.
O menino cresceu sem que as pessoas adultas, aquelas que não sabem fazer perguntas, conseguissem matar nele o desejo de saber. Sim, porque os meninos d'hoje estão atolados em informações merdosas [quando me cansar, «invento» outra], designadas por: lixo. A culpa é das pessoas adultas cheias de si e dos saberes-prontos. Sim, tipo aquelas pessoas que nada colhem das histórias do seu querido Bernardino barbeiro.
O desejo de saber, levou o menino, a estudar aquilo que somos; como já era adulto com meninos a brincar dentro dele, teve de nomear as coisas com os nomes que os adultos lhes dão. Marketing directo, portanto.
O menino, explicou-nos, cientificamente, que somos:

«mente encarnada».

Então, não estava a falar de futebol, claro. O menino queria (quer) dizer que, afinal, o ser humano não é, por um lado «res cogitans» e, por outro, «res extensa».

O menino, ensinou-nos que o ser humano é corpo e alma, alma e corpo. Um ensinamento muito importante, porque nos nos diz que o ser humano pensa e age racional e emocionalmente. Sem a «parte» emocional, o ser humano é competente para usar a inteligência abstracta, mas incapaz de tomar decisões, fazer escolhas adequadas às circunstâncias do quotidiano. Quer dizer,

a privação para sentir afectos, torna os seres humanos para um uso adequado da inteligência. O mesmo é dizer que, sem afectos a inteligência não funciona plenamente.

Os afectos, são os sensores que «encarnados», nos capacitam para avaliar/sentir/pensar/discriminar/decidir/, atribuindo significação às nossas experiências.

A mente humana, inclui, portanto, o corpo, com as emoções. Não há «autêntico» pensamento, sem corpo.

O menino estudou muitas coisas e faz uma distinção interessante entre emoções e sentimentos. Sobre isso, conto-lhe depois.

Este menino era um curioso, como lhe disse. Persistente. Penso que foi por ler textos como a história de Manuel da Fonseca e conhecer pessoas como o seu Bernardino barbeiro que, o menino, pensou todas estas coisas. Quis estudá-las cientificamente e fê-lo.

Não fosse ser dotado de hipotálamo, o menino não saberia estas coisas...

Este menino, agora, é adulto e chama-se António. António Damásio, neurocientista. Gosto de o ler.

domingo, junho 22, 2008 12:51:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

Tudo isso já defendia Dale Coleman na Inteligência Emocional. Vou nessa...
Mas há esta história que li ontem algures por aí.

Uma professora na Rússia de Estaline pergunta ao aluno quem são os seus pais.
O miúdo responde:
-A minha máe é a Rússia e o meu pai Estaline!
E insiste a professora ( era das persistentes, pelos vistos) e o que é que queres ser quando fores grande ( aqui é a originalidade da pergunta o que elejo na professora), e o miúdo prontamnte, respondeu:
- Quero ser orfão!

domingo, junho 22, 2008 10:41:00 da tarde  
Blogger João Baptista Pico said...

"Facilmente verificável", não fui eu que escrevi deste português...mente!

domingo, junho 22, 2008 10:42:00 da tarde  

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