domingo, outubro 17, 2010

397/2010 - um português chamado lee edson, liedson

Brasileiro, mas que brasileiro?
Liedson pode ter nascido brasileiro mas é hoje um cidadão português, com direitos, deveres, impostos em dia e chamado a defender a Pátria portuguesa com as chuteiras calçadas, foi um golo do português Liedson, na Dinamarca, que nos fez embarcar na caravela que nos levaria à África do Sul.
Liedson não tem vergonha das suas humildes origens: meus pais (...) conheceram-se nos finais da década de 60 do século passado (...) e pouco depois a minha mãe, então com 15 anos, estava grávida. Esse primeiro filho acabaria por nascer morto para desgosto do jovem casal de poucos (...) nenhuns recursos. Mais tarde percorreram num barco à vela a distância entre Garapuá e Cairú (...) não tinham rigorosamente nada e a minha mãe estava grávida pela segunda vez 
(...) a vida de meus pais seguia dolorosa. Pescador desde garoto 'seu' Miltinho [Remilton, o pai de Liedson] só encontrou trabalho na roça sob temperaturas escaldantes (...) minha mãe Maria do Carmo, tinha de cuidar da filha e do segunto rebento que estava para chegar. Nasceu em condições difícieis e ficou com o nome de George. O meu irmão mais velho.
(...) a 17 de Dezembro de 1977 (...) parto normal, com muito choro (...) 'seu' Miltinho não deixou ninguém tratar do nome (...) ele lia de tudo (...) num desses livros, americano por sinal, falava-se de um médico, Dr. Lee Edson, a verdadeira escolha de meu pai, facilmente, se transformou num abrasileirado Liedson, por descuido de quem registou.
Numa tarde como outra qualquer, estava minha mãe a amamentar-me quando, instintivamente, me desviou para o lado e se dirigiu à cama do pequeno George, meu 'mano' velho. Estava parado, sossegado, inerte (...) morreu como viveu (...) discretamente e doente.
Liedson é um homem, fruto de amor e sofrimento, de sorrisos, poucos, de lágrimas... muitas.
Merece respeito.
Respeito de respeitarem a sua escolha... ser cidadão português, jogar na selecção de Portugal (por esta ordem).
Termino este post com palavras de Remilton, o pescador, trabalhador da roça, o homem que conheceu o mundo através das lidas palavras que sonhava, ele lia de tudo, desde romances a revistas científicas especializadas, só para sonhar um bocadinho e imaginar vidas longe daquela dificuldade... diz-nos o pai: às vezes (...) a ver a cassete que ele me ofereceu com golos que marcou no Sporting, dou por mim a chorar, não sei se de orgulho, se de saudade.
citações retiradas do livro Liedson, a minha história

3 Comments:

Blogger Unknown said...

Visão Jornalística



Dois meninos estavam a sair do estádio de Alvalade, quando um deles é atacado por um Rottweiler.

O outro menino imediatamente, agarra num tubo de metal e dá com ele na cabeça do animal matando-o permitindo assim que o amigo escape apenas com alguns arranhões.

Ao ver a cena, um jornalista que passava pelo local correu para ser o primeiro a cobrir o acontecimento e escreveu no seu caderninho:
"Jovem verde e branco, salva amigo do ataque de um cão."

- Mas eu não sou verde e branco, disse o menino.

E então, o repórter corrige para:

"Bravo pequeno herói benfiquista salva amigo das garras de animal feroz".

- Mas eu também não sou benfiquista, disse o menino novamente.
- Desculpa outra vez, apenas supus que como estamos em Lisboa e não és verde e branco, deverias ser benfiquista.
Afinal, de que equipa és tu?

- Sou Portista.
E o repórter volta a escrever em seu caderninho:
"Delinquente portista assassina brutalmente animal doméstico indefeso"

domingo, outubro 17, 2010 6:20:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Abraço.

domingo, outubro 17, 2010 6:20:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Um abraço camarada «belga».

domingo, outubro 17, 2010 6:33:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio