segunda-feira, novembro 08, 2010

413/2010 - sou, apenas, um puto do campo

Diz ali em cima: sou um puto do campo.
Sou-o, sem vaidade nem orgulho.
Sou um misto de Ortega y Gasset e António Aleixo, nem esperto, nem bruto, nem bem, nem mal; educado, simplesmente um homem, produto duma circunstância... único e irrepetível.
Inebria-me o cheiro da azeitona recém colhida.
Gosto do cheiro, da forma, das cores; adoro o pano que se lhe estende... quem boa cama fizer nela se há-de deitar.
Gosto da azeitona escolhida para a água.
Uma azeitona é igual a outra azeitona mas tal como os animais de Orwell, há umas mais iguais que outras.
Umas serão moídas, esmagadas, sofridas; outras serão endeusadas, tratadas, amadas; uma colher de sal por cada litro de água e viverão para sempre... até que uns lábios as toquem, até que uma língua lhes sinta o sabor a vida e a mar.
Sou um puto do campo... sinto prazer com as pequenas, grandes, coisas.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Por aqui, falta o cheiro o conteúdo,resumindo não se pode ter tudo...

Abraço.

terça-feira, novembro 09, 2010 6:44:00 da tarde  
Blogger O Cidadão abt said...

Não compliquemos!

Uma mão cheia de azeitonas pretas, curtidas, tragadas com umas côdeas de pão de trigo, um vinho branco extraido da casta João Pires amadurecido na região do Sado e temos o problema resolvido!

quarta-feira, novembro 10, 2010 11:47:00 da tarde  

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não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio