sexta-feira, abril 08, 2011

0077/2011 - baxtalo romengo lumiako dives


O dia 8  de abril foi instituído em todo o mundo como o Dia Internacional dos Rom. Esta é certamente uma data importante para todos nós. Foi precisamente nesta data em 1971, que percebemos que pertencíamos  a um povo que tinha uma história comum, uma cultura comum, tradições comuns e uma linguagem comum. Ouso dizer que nesse dia começou a regeneração do nosso povo.
Em 08 abril de 1971 começou-se a escrever a história moderna da nossa comunidade.
Quem teve a grande sorte de participar neste congresso que estamos testemunhando, assistiu ao ressurgimento dum povo humilde e martirizado que nunca se curvou às adversidades e que preferiu, em todos os lugares, em cada país, em todas as latitudes do universo vivo, pobreza e  marginalização, em vez de deixar de ser ciganos.
Em 8 de abril passam quarenta anos desde que um grupo de ciganos de 25 países se reuniu em Londres, sem saber, talvez, que começaramos a escrever uma das páginas mais importantes e de esperança do nosso povo.
A partir dessas lembranças e como alguns dos ciganos se reuniram em Londres não estão mais entre nós, deixem-me fazer um convite àqueles que ao redor do mundo, exercem algum tipo de liderança na nossa comunidade.
O 8 de abril de 2011 deve ser de uma solenidade excepcional.
O 8 de abril de 2011 deve ser um dia especial para todos nós, para todos os ciganos do mundo.
Que a sociedade em que vivemos saiba que os ciganos estão a comemorar o nosso dia. Naquele dia, ficamos com a bandeira Rom, azul e verde como símbolo das posses de um povo que é considerado cidadão do mundo; o tecto azul do céu e o  chão em campos verdes.
Em 8 de abril de 2011 será realizada em Londres, um evento especial que deverá adquirir uma dimensão universal. Esse dia não pode passar despercebido pelas pessoas no Reino Unido que teve a honra de acolher-nos e começarmos a partir daí a viagem do nosso futuro.
Deixem-me fazer este apelo, tendo  a humildade de reconhecer que somos a comunidade cigana mais separada de todos os nossos irmãos que vivem na Europa Central e Oriental e dos nossos irmãos das duas Américas.
Nós ciganos sofremos todas as formas de perseguição no passado, a ponto de fazerem com que perdessemos a nossa língua, romani, violentamente, perseguidos pelos governantes no passado, instamos as autoridades da União Europeia, o Conselho da Europa, de das Nações Unidas para abraçar este apelo e fornecer-nos razões  para comemorarmos com entusiasmo e esperança uma data que todos os ciganos temos gravada no coração.
Alguém deveria  acolher este chamamento.
Juan de Dios Ramírez-Heredia, Presidente de la Unión Romani de Espanha
A tentativa de tradução é minha, o original pode ser lido aqui.
Termino com um grande abraço para o povo cigano, especialmente, para a comunidade portuguesa.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nesta mesma data em que se comemora a libertação de um povo das malhas da perseguição dos governos dos vários países por onde estão disseminados, escrevem com letras de ouro o pleno domínio em terras da Lusitânia. Os poderes que nunca tiveram, a liberdade que lhes foi sonegada ao longo de décadas, os privilégios que só os contribuintes usufruem (deviam usufruir), o beneplácito de governantes corruptos, têm agora a duplicar, triplicar, enfim as vezes que a sua capacidade imaginativa conseguir concretizar. É verdade, povo valente, humilde e trabalhador, povo que apesar de pobre (subentende-se, sem recursos) e marginalizado (subentende-se, perseguido sem razão aparente), dá tudo de si em prol da comunidade (subentende-se, sua) e da paz social.
Numa altura em que os países estão de tanga, nomeadamente Portugal, é precisamente neste pequeno oásis que «eles» encontraram o seu «El Dourado» e não há crise que os incomóde, as famílias estão a ser autenticamente «chacinadas» com impostos, cortes brutais nos seus rendimentos e aumentos desmesurados nos bens de 1ª necessidade, continua o regabofe com os rendimentos de reinserção, rendimentos minímos, abonos de família e subsídios de natalidade, «casinhas» à borla, etc. Parece que vale a pena lutar, o movimento é positivo (dá votos) e neste momento só existem uns escolhos no caminho (subentendem-se, a malta de origem africana) que urge limpar, pois são os únicos que lhes fazem frente (concorrência, diria). A imagem romântica do povo pacato e miserável do século passado já era, este é o nosso Gipsygal.

sexta-feira, abril 08, 2011 7:49:00 da tarde  

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