sábado, novembro 04, 2006

512 - terceira classe

O Povo português
Quem somos nós os Portugueses que, há tantos séculos, vivemos neste ocidente da Europa?
Diz a História que somos descendentes de muitos povos antigos que se misturaram e confundiram.
Apesar disso, podemos afirmar que em Portugal só há uma nação, embora se notem do Minho ao Algarve, muitas diferenças na gente e nos costumes.
Assim, o Minhoto é naturalmente alegre, laborioso, pacífico e poupado. O Transmontano, habituado a viver entre altas serranias, acostumou-se a contar quase só consigo, e é forte, duro, desembaraçado, independente e hospitaleiro.
Nas serras da Beira Alta e da Beira Baixa encontramos um tipo muito parecido com o transmontano. O Beirão da Beira Litoral aproxima-se muito do feitio do Minhoto, pois é, como ele, poupado e trabalhador.
No Ribatejo encontramos um português orgulhoso, acostumado a lidar com toiros e cavalos, independente, corajoso e leal.
O Alentejano é outro tipo de homem: parece-se com o Estremenho, se não no aspecto exterior, pelo menos no conceito que faz da sua pessoa; é hospitaleiro e gosta de mostrar grandeza. Fora da convivência dos outros homens, é metido consigo e raro se lhe ouve uma cantiga, daquelas cantigas alentejanas tão lindas, que deixam na alma de quem as ouve uma impressão de saudade e de tristeza.
O Algarvio tem seus traços de comum com o Alentejano, mas é mais alegre, mais vivo, bom negociante e bom marinheiro.
Somos, pois, os Portugueses, um só povo, mas com caracteres que distinguem os habitantes de cada região.
este texto está nas páginas 62 e 63 deste livro, trata-se duma nova edição que adquiri, no mês passado, por cerca de quinze euros.
Alguns dos leitores com a minha idade e um pouco mais velhos terão estudado pela edição original, interessa-me dissecar as palavras a conguito (o conguito é meu) fá-lo-ei em vários «posts» com o título genérico: subsídios para a construção de uma identidade ribatejana ... todas as colaborações serão bem recebidas.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E porque não dizer: "Por cada erro duas règuadas."No meu tempo,exactamente o tempo ,em que se usava o livro em questão, a minha professora que o foi ,da primeira à quarta classe e me fez a admisão à Escola Industrial usava o sistema : se sabes a lição na ponta da lingua ,levas dois rebuçados se não a sabes e dàs erros, toma que è para aprenderes.

Manuel Marques.

sábado, novembro 04, 2006 6:48:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"A terra è redonda faz sentido." No entanto tambèm hà que ter em atenção, "que ao virar da esquina,ou è jà ali," dito pela maioria dos alentejanos ,e segundo rezam as històrias, nos fazem percorrer umas boas lèguas.

Manuel Marques.

sábado, novembro 04, 2006 7:42:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Caro Manuel,

Em boa verdade nunca usei o livro em questão, existia na casa dos meus pais (tenho dois irmãos mais velhos). Li-o da mesma maneira que lia livros de «cow-boys» e outra banda desenhada.

http://santamargarida.blogspot.com/2006/06/365-minha-guerra.html

Interessa-me enquanto documento, como objecto de estudo para interpretar algumas formas de pensar e de agir, questões como «o respeitinho é muito bonito» e a incapacidade que muitas pessoas têm de pensar e, fundamentalmente, de questionar.

sábado, novembro 04, 2006 10:25:00 da tarde  
Blogger psac74 said...

Sei lá quem somos? Uma amálgama de pessoas,sentimentos,vontades,comportamentos... Nada mais! Já não há identidade (digo eu)

terça-feira, novembro 07, 2006 4:26:00 da tarde  
Blogger psac74 said...

No meu caso,já não sei se sou da Beira Litoral,parecido com o minhoto,ou da Beira Alta,parecido como transmontano...Só sei que estou na Beira Litoral a pensar que tenho de ir,ainda hoje,para a Beira Alta,porque a minha mãe,que está com a minha filha doente em casa, precisa de ir para Trás-os-Montes, ainda hoje.

terça-feira, novembro 07, 2006 4:28:00 da tarde  

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