domingo, janeiro 14, 2007

578 - abstens[imn]ão

Quando «os eleitos» não estão à altura das responsabilidades que lhes atribuímos, resta-nos responder activa e conscientemente: não!
Não, à irresponsabilidade de tentarem referendar algo que não é referendável, a consciência e a dignidade de cada indivíduo, a coesão da sociedade enquanto estrutura dinâmica.
Perguntem a um partidário do SIM se gosta de assassinar crianças...
Perguntem a um partidário do NÃO se quer que o dinheiro dos nossos impostos sirvam para pagar investigações policiais, julgamentos e para manter detida num estabelecimento prisional uma mulher que fez um desmancho.
Apenas com uma abstenção activa (digamos, superior a 55%) podemos colocar algum juízo nas cabeças ocas que nos (des)governam.
Para quando referendos sobre:
- o aeroporto da Ota
- o comboio de alta velocidade
- o preço dos combustíveis,
- o papel das Forças Armadas no contexto sócio-político actual
- a adequação das infra-estruturas hospitalares e educativas à ocupação efectiva do território nacional.
Os exemplos podem parecer palermas, mas se o Estado (governo e assembleia) se demitem de legislar, decidir numa situação em que é óbvia a medida a tomar, porque não o fazem noutras que, provavelmente, têm muito mais influência no nosso dia-a-dia individual e colectivo?

4 Comments:

Blogger Alien David Sousa said...

"têm muito mais influência no nosso dia-a-dia individual e colectivo?"

Eu não deve ter lido bem o teu texto. Vou reler e já comento. Porque de momento o que só me apetece perguntar: não têm influÊncia no nosso dia-a-dia, a quantidade de mulheres, uma posso ser eu, que arriscam a vida, numa mesa de uma parteira?

Como ainda estou a dormir, vou reler o teu texto e já volto.

domingo, janeiro 14, 2007 4:26:00 da tarde  
Blogger Alien David Sousa said...

Por favor Pedro, fui raptada e consegui chegar a um computador para te dizer isto:

O SIM MATAR CRIANÇAS?? Por favor.
DEixo-te aqui umas luzes:


1. Ao votar sim não estás a dizer às mulheres para abortarem.
Estás a dar-lhes ( e a ti – não acontece só aos outros) a oportunidade de tomarem, por si próprias, a decisão. Sem represálias.

2. Ao votar sim não estás a liberalizar o aborto.
Estás apenas a permitir que uma mulher que aborte, até às 10 semanas de gestação do feto, não corra o risco de ser punida pelo estado – despenalizar (tirar a penalização a).


3. Ao votar sim não estás a matar.
Poderás, antes, estar a salvar vidas – sabias que são mais de 60.000 as mulheres que morrem, por ano, aquando de abortos clandestinos?

Estarás a dar a oportunidade de se interromper a gravidez com segurança – física e psicológica.


4. Ao votar não, não estarás a impedir o aborto. Ele não deixará de existir.
Quem tem dinheiro continuará a socorrer-se do país vizinho. Quem não tem, continuará a abortar clandestinamente.


5. Ao votar sim não estás a dizer que o aborto passará a ser um meio anticonceptivo.
Haverá alguém a dizer “vamos lá dar uma queca sem preservativo que depois faço um aborto”?
Ninguém decide abortar de ânimo leve.
Se alguém pondera abortar é porque a gravidez não foi desejada, mas um acidente.

Lembras-te da vez que o preservativo furou?
Lembras-te daquele dia em que te esqueceste de tomar a pílula?

Nesses momentos de azar, se não engravidaste, tiveste sorte. Se não tiveste de colocar a tua vida numa balança para pesar decisões, tiveste sorte.

Outras não têm essa sorte. Não lhes acrescentes outros azares como terem de se sentir (por vezes já o sentem) como criminosas, escondendo-se do “estado” e correndo o risco de morrer.


6. Ao votar sim, estás a permitir que cada mulher decida por si. Que decida sobre o seu corpo. Sobre a sua vida.
Estás a permitir que se decida. Como tu agora tens a possibilidade de decidir como votarás.


E ISTO TEM MUITA INFLUÊNCIA DO DIA-A-DIA DAS MULHERES DESTE PAÍS. MESMO QUE O NÃO TENHA PARA TI!
Bjs

domingo, janeiro 14, 2007 4:30:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se Portugal fosse um país com politicos sèrios e honestos,usavam a legitimidade e a responsabilidade,para mudarem a lei na assembleia da rèpublica.
Ou a legitimidade e responsabilidade só serve para controlar o zè povinho ,utilizando o dinheiro do impostos dos mesmos ?
-Votar num referendo è reconhecer que o sistema està falido e dar crèdito à corja que governa o país.

domingo, janeiro 14, 2007 6:29:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Alien, decididamente, não leste aquilo que escrevi.
Provavelmente, só leste até à palavra -não-.

domingo, janeiro 14, 2007 9:57:00 da tarde  

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