terça-feira, junho 05, 2007

781 - à minha maneira

Encaro a «blogosfera» como uma tasca virtual onde vou beber o conteúdo duns copos (ou dumas chávenas) e petiscar (ou tomar uns «scones»).
Nessa tasca virtual encontro pessoas, umas vezes oiço só, outras participo, dou a minha opinião.
Aquilo que me motiva é fazer novas amizades, encontrar pessoas que pensam de modo diferente do meu (ou não) mas que não têm medo de se desnudar.
Um exemplo:
É claro que agradeço o «link», mas escrevo sobretudo para lhe dizer que foi graças ao seu blogue que voltei a ouvir falar de Santa Margarida da Coutada.
É que eu, por volta de 69/70 estive colocado numa coisa pomposamente chamada QG da 3ª Divisão no Campo Militar de Santa Margarida e foi nessa freguesia que, ao lado do meu Brigadeiro, votei na farsa eleitoral de 69.
E lembro-me de duas histórias que revelam bem o que era aquele tempo.
A primeira é que,quando me apresentei para votar, disseram-me que não estava inscrito e devia estar pois como oficial miliciano tinha de ser inscrito oficiosamente.
Mas o Presidente da mesa disse-me logo «não há problema meu alferes, acrescenta-se o nome aqui à mão». E eu, com o Brigadeiro a olhar para mim, ainda disse : «o senhor é que sabe se isso é legal...».
Depois de um minuto de indecisão e nervosismo, lá votei na lista da oposição - a CDE de Santarém.
A segunda história é que, quando a RTP foi começando a divulgar uns resultados soltos, a certa altura disse «Santa Margarida da Coutada - ANP não sei quantos, CDE 9»( e eu quase conhecia todos estes 9).
O mais estúpido é que estes 9 votos na CDE provocaram o seguinte comentário numa mesa de Coroneis e Ten-Coroneis « Nove votos na CDE, aqui em Santa Margarida ? ! Temos é de descobrir quem são».
E pronto. Good night e good look.
Muitos outros exemplos poderia apontar como o Manuel Marques, da Rosa, do António, do Rui, de tantos e tantas que pela sua presença e pela pertinência dos seus comentários fazem com que este «blog» seja aquilo que eu pretendo. Um espaço de liberdade (sem verificações, nem censuras), com algum humor, sem palavrões, nem anedotas, nem meninas com muito calor [sim, sei quais os truques para aumentar o número de visitas, mas como não ganho à peça, como prefiro a qualidade à quantidade, faço assim].
O blá, blá, blá anterior vem a propósito disto:
Boa tarde!
Não faço ideia de quem seja Pedro Oliveira...
No entanto, devo justificar alguns comentários que vi por ai na blogosfera sobre o "jantar de bloggers abrantinos".
A ideia do jantar foi minha, secundado pelo Pedro Marques.
Não convidei(amos) todos os bloggers de Abrantes, pois não os conheço(emos) todos.
Este jantar foi uma especie de piloto (ou não) para outras iniciativas.
Como base, os convites foram efectuados a todos os bloggers q eu conhecia e q outros me foram avisando existir, e que vivem no concelho de Abrantes.
Apesar de conhecer o seu blog, por já lá ter passado umas quantas vezes, na sua identificação aparece SANTA MARGARIDA, Constancia, Concelho vizinho...
Numa proxima oportunidade, se houver, não haverão convites e sim inscrições, pois não é o unico a querer participar neste tipo de eventos. No entanto, terei que lhe chamar outro nome q não "... de Abrantes".
Não entendi a sua indignação no comentario que deixou no blog de Alves Jana.
Cumprimentos,José Baptista
PS: os meus blogs pode ve-los no meu perfil.
Indignado, meu amigo?
As únicas coisas que indignam são as crianças com fome e a arrogância do Mourinho, com tudo o resto lido eu bem.
Bibliografia aconselhada:
Sobre jantares:
Sobre debate de ideias:

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sem comentários...

terça-feira, junho 05, 2007 9:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Na vida, o importante não è ser,ter ou parecer.O importante è fazer,construir e desenvolver".

Parabens a toda a blogosfera.

terça-feira, junho 05, 2007 10:07:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Posso tirar o último scone?
Ok, estou tirando.


Caríssimo
a bibliografia é tão vasta que demorei bastante tempo a ler. Aliás, ainda estou em processo de apreensão, ainda que me precipite já para um comentário (modo de expressão). Até vou enumerar a coisa (não sou cartesiana [estou farta de o dizer] mas facilita a escrita.

1. Como «blogger» não teria escrito este «post». A crítica (meninas e meninos, crítica, não é dizer mal!) que lhe subjaz está de tal forma latente (em estado de dormência) que se pode, digo eu, prestar a leituras superficiais e simplistas.
Eu teria seguido uma linha, modéstia à parte (água benta e presunção também), construtiva.

2. A crueza factual da exposição, absolutamente manifesta ao nível do uso intencional d'uma expressão escrita literal ( que não caracteriza, habitualmente os teus «posts»), pode, digo eu, ser ofensiva, não tendo sido esse, tenho a certeza, o móbil do teu «post». Ainda que tenhas, no seguimento, aligeirado com referências bibliográficas.

3. Já conversámos sobre o assunto «postado» e sabes, obviamente, a minha opinião... não a estou a desdizer, procuro apenas, comentar (modo de expressão) o teu «post».

4. Repara, as pessoas fazem «blogues» sobre os temas e assuntos que bem entenderem, cada um à sua maneira. E, Wittgenstein, acenta aqui tão bem. " o nosso mundo é do tamanho da nossa linguagem", não pode ser maior!...o meu mundo tem o tamanho exacto das palavras que conheço [ tem a ambição de ser súbtil, eu sei. Às vezes, prefiro a subtileza].

5. Diria que, isso de «trocar ideias» é a esperança de que o seja. Nem sempre se trocam ideias em «blogues». O pressuposto de que um «blog» é para «trocar ideias», exige o deslocamento daquilo que, parece-me, designas por «à minha maneira».

6. Falas de pessoas que se assumem... Zé Pedro, pensar que alguém se assume como um todo neste espaço é conversa de Pai Natal e Coelhinho da Páscoa. Ainda que julge perceber o que queres dizer. Tal como, crer que se pode conhecer (no verdadeiro sentido) alguém, através unicamente deste espaço é a história da Carochinha e do Menino Jesus parido pela Virgem. Ora, se nem o rosto que acorda a teu lado, conheces em absoluto... são ideias, pensamentos, opiniões, informações... sê-lo-ão se a discussão for descentramento de si. Se falo de mim, para mim, não estou a discutir coisa alguma.

7. Não sabia que a nudez aumentava audiências. Bem, a mim, parece-me um despropósito de que essa nudez explicíta, objectivada, coisificada seja «postada» enquanto tal. Nada acrescenta aos muitos sites pornográficos e afins, que, homens e mulheres visitam. Pessoalmente, gosto de comentar «posts» dessa natureza coisificada. Explicitando, dizendo aquilo que essas imagens mostram ( a imediatez do corpo), creio eu, retira-lhe, de alguma forma, o simplismo imediato que encerra. Claro que Maria não era Virgem. Óbvio. Há quem o creia, tal como eu creio ser possível desfazer o simplismo expresso no corpo-objecto duma mulher ou dum homem. Crenças, portanto!

8. Anedotas fazem bem, quer dizer, se nos fizerem rir fazem bem à saúde, dizem-nos os cientistas e eu creio na ciência.
O que não compreendo é a necessidade de verificação de caracteres para manifestar pela escrita o meu riso sobre a anedota. Não compreendo, porque sou gaja-ignorante (um conjunto complexo).

9. Grata, por me incluires naqueles que fazem do teu blog aquilo que pretendes.

Olha, às vezes quando venho aqui, até estou com muito calor, pois vivo numa terra onde não predomina o frio. Espero que não faça mal.

Zé Pedro, para a próxima serve mais «sconnes». É sempre preferível sobrar do que faltar.

terça-feira, junho 05, 2007 11:23:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

O ponto 7. foi alvo de uma discussão muito aprofundada como sabe.
Obviamente, Maria era/foi virgem no sentido técnico da coisa.
O mistério é:
- teria concebido sem pecado?
Aí já estamos no campo da fé, o que é ou não pecado?
Parece que Jesus (o J.) (o gajo da túnica, das sandálias, de cabelo comprido e barba que transformava água em vinho)disse:
- Amai-vos e reproduzi-vos
Fiz parte da minha formação teológica com Jesuítas (já adulto) lembro-me do padre Carlos dizer:
- O J. fez muita coisa bem, mas podia ter feito o brinde da última ceia com cerveja, aí falhou.
- Essa questão da virgindade é anterior, não posterior

terça-feira, junho 05, 2007 11:39:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Está lá : concebeu e pariu sem pecado.

Andou a visionar americanices, 'tá claro. Improvável, caro historiador, que o nazareno fosse assim como o descreve.

Sei.
Tive 15 valores (avaliada por um jesuíta) a Teologia Filosófia,numa Instituição Universitária Católica, mas agora estou com muito sono.

terça-feira, junho 05, 2007 11:51:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Estive a confirmar, porque fiquei com a pulga atrás da orelha, afinal, só tive 14 valores a Teologia Filosófica. Profundamente significativo (a diferença de 1 valor) face à comprensão do pecado original.

Qualquer dia, quando tiver tempo, faço um post sério sobre a virgindade de Maria.

Bom jantar!

quarta-feira, junho 06, 2007 9:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O primeiro post de Rosa explica o meu "Sem comentários".
Tem tanta informação subjectiva que fiquei sem perceber se Rosa me considera "réu" ou "acusador" num assunto que não tem discussão...
Cumprimentos...
José Baptista...
Já agora, Pedro Oliveira, nasceu em 68?

quarta-feira, junho 06, 2007 11:00:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Nasci na Casa de Saúde de Abrantes (freguesia de São Vicente) em 29 de Abril de 1968.

quarta-feira, junho 06, 2007 11:06:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro José Baptista

o meu comentário, a que chama post, não é explicativo de coisa alguma, menos ainda, da sua observação «sem comentários». Raramente faço comentários explicativos, mas isso é outra conversa.


Por outro lado, o meu comentário, também não é informativo, pois que, não presta, em momento algum, qualquer informação.
O comentário teve a intenção de ser apreciativo do «post» feito por Pedro Oliveira. Não se lhe dirige a si, em momento algum! Ponto! Parágrafo!

O meu comentário é efectivamente interpretação subjectiva, visto que foi pensado e escrito por um sujeito (que sou eu, óbvio)e, ainda, porque não há começo que não seja subjectivo, mas queira desculpar-me, supera essa carga subjectiva. Das duas uma:

a) eu não sei expressar-me
ou
b) o José Baptista leu-o numa perspectiva egocêntrica (a partir do seu eu, claro).

permita-me ainda dizer-lhe que não há assunto algum que não possa e deva ser discutido, exceptuando os dogmas religiosos e os totalitarismos de ordem diversa. Mesmo esses, graças à inteligência humana, ainda que, castrem a liberdade de expressão não possuem o poder absoluto de aniquilar a liberdade de pensamento.

Eu considero-o um «blogger», aliás, tenho o prazer de o ler de quando em vez e até já comentei (com aprovação sua) alguns dos «posts» no seu «blog».
Não sou juíza. Nunca estudei direito nem jurisprudência. Sou professora de filosofia (sabe, aquela treta transcendental que não serve para nada a não ser para dar emprego a uns quantos e os gregos inventaram, no tempo em que as mulheres [quer dizer, foi um bocadinho antes, mas tenho de dizer isto em algum lado deste comentário]e os estrangeiros não eram cidadãos .

Em última análise gostaria que percebesse o seguinte:
nesta caixa de comentários, exceptuando o presente comentário, dirigo-me SEMPRE ao fazedor de «posts» de serviço. Se pretendesse dirigir-me a outro alguém que não Pedro Oliveira, objectivava a minha subjectividade chamando a pessoa pelo nome. O «post» «à minha maneira» coloca questões pertinentes (na minha opinião [que rapidamente fundamentarei se julgar necessário],obviamente) de ordem intersubjectiva, muito mais rica [porque é com os outros e entre os outros que nos formamos], parece-me, do que a subjectividade.

O meu ego subjectivo,vaidoso,narcisico, convencido de que gostaria de saber o ano em que vim ao mundo, antecipa-lhe, vaidosamente, a resposta: 1966. não nasci foi em Casa de Saúde, menos ainda, em Abrantes.

P.S.: Persistindo alguma dúvida de carácter interpretativo , pergunte que lhe responderei com todo o gosto. O nosso anfitrião não se há-de importar que se troquem ideias.

quarta-feira, junho 06, 2007 11:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cara Rosa,
Peço desculpa se fui de algum modo menos correcto, mas estamos a falar de um assunto especifico [jantar de bloggers] e este post [à minha maneira] nasceu de uma troca de comentários que nasceu em outros posts em outros blogs.
Como estamos em fase de festas em Abrantes, convido-a desde já para uma bebida [não se preocupe com 2ªs intenções do convite pois sou casado e assim quero continuar]. Estendo o convite ao Pedro, pois devemos ter andado a estudar juntos... Eu tb sou de 1968...
Se aceitarem o convite, mandem-me um email para combinarmos melhor num espaço menso publico...

Cumprimentos, e fico à espera que aceitem...

quinta-feira, junho 07, 2007 12:08:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois!...vi logo que era a alínea a)

Muito grata pelo convite.
Tomava um chá de camomila com mel e comia uns 3 ou 4 sconnes com todo o prazer, mas é-me impossível logisticamente falando (leia-se também economicamente)fazê-lo em Abrantes.

Preocupo-me sempre com as intenções das pessoas (sejam primeiras, segundas ou terceiras), gosto particularmente de Filosofia da Acção.*

*Estou a brincar consigo. Obrigado, mas teria de percorrer mais de mil quilómetros para ter o prazer d'ir às festas em Abrantes.

quinta-feira, junho 07, 2007 12:43:00 da manhã  

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