segunda-feira, junho 25, 2007

815 - badajoz à vista

A primeira palavra que me ocorre é: vergonha.
A segunda: liberdade.
Já tinha alertado para esta merda.
O João voltou, Joni não.
Jonathan ficará para sempre sete palmos abaixo da terra, embora perto nunca mais olhará a planície alentejana, embora novo nunca soprará dezanove velas.
Os media e os bloggers portugueses cagaram para a dor das famílias enlutadas dum e do outro lado do Atlântico.
Pobres Sanchos que, apenas, olham moinhos, quando sonharem ser D. Quixotes será tarde...
Envergonhado pelas atitudes de muitos, livre para estar solidário com a dor.

8 Comments:

Blogger pedro oliveira said...

A primeira vez (espero que última) que utilizei um sinónimo de cócó neste «blog» aparece associado a guerra, à guerra ... grandes merdas implicam palavras exactas.

segunda-feira, junho 25, 2007 11:12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ó meu querido amigo, o menino hoje, está com um problema qualquer com o uso das palavras.
mas queria chamar cócó a uma merda como a guerra?... cócó, xixi,pipi, piu-piu, titi e outras cacas dessas é discurso de manual escolar de nível introdutório à aprendizagem da língua portuguesa com o objectivo de estupidificar e infantilizar os futuros adultos deste pais para que venham a morrer em guerras alheias.

segunda-feira, junho 25, 2007 11:54:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

tipo carinho:
http://josesirgado.blogspot.com/2006/12/otro-ao.html
se um neto sofre com o «encantamento» do avô, o que chocalhará no peito de uma avó que perdeu o neto numa guerra, ainda, mais estúpida que a estupidez das guerras «normais».

terça-feira, junho 26, 2007 1:38:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Os homens amam a guerra.Por isso
se armam festivos em coro e cores
para dúbio desporto da morte.

Amam e não disfarçam
Alardeiam esse amor nas praças,
criam manuais e escolas,
alçando bandeiras e recolhendo caixões
entoando slogans e sepultando canções.

Os homens amam a guerra.Mas não a amam
só com coragem do atleta
e a empàfia militar,mas com a piadosa
voz de sacerdote,que antes de combate
serve a história da morte.

Foi assim na Criméia e Tróia,
na Eritréia e Angola
na Mongólia e Argèlia
no Saara e agora.

-------------------------

-Acabarà a espécie humana sobre a terra?
Não .Hão-de sobrar um novo Adão e Eva
a refazer o amor dois irmãos:
-Caim e Abel
-A reinventar a guerra.

(Afonso Romano de Sant'anna)


"A morte de uma ou duas pessoas è uma tragèdia a de muitas são meras estatísticas"

terça-feira, junho 26, 2007 6:21:00 da tarde  
Blogger r said...

Os mortos já não sonham.
Só os vivos podem sonhar ser D. Quixotes.
A perda é sempre dolorosa... dos mortos restam as memórias... ainda que Pessoa nos diga que «recordar ...é uma traição à natureza» e, Zé Pedro, não há que temer as palavras. Tudo o que tem nome e é real tem um nome. O nome designa essa coisa e o que não tem nome não existe.
Tens razão, grandes merdas exigem e implicam palavras, diria, rigorosas.
Que se chamem as coisas pelo nome.

quinta-feira, junho 28, 2007 6:30:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

«Tudo o que tem nome e é real tem um nome.»

Bem, também é uma frase fantástica, tipo, uma mistura entre real-nome.

Queria dizer:

Tudo o que existe e é real tem nome.

quinta-feira, junho 28, 2007 8:39:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

como sabes que os mortos não sonham?
os mortos, são sonhos projectados.
quando se quer muito a alguém, esse alguém vive «eternamente» em nós.
quando morre (nunca morre) nós continuamos a sonhar em conjunto.
assim tipo Pedro (e Inês) ou uma mãe que perdeu um filho ou um neto que perdeu a avó.
dizes que os mortos não sonham, digo que os mortos nunca deixam de sonhar enquanto forem memorados.

quinta-feira, junho 28, 2007 9:43:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tens razão!
É verdade!
É tão verdadeira essa correlação memorar/morte

sexta-feira, junho 29, 2007 11:14:00 da manhã  

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