domingo, maio 02, 2010

231/2010 - os pés sujos de diogo bandeira freire

Já falei nesta imagem.
O menino rico que quiseram transformar num Gavroche à portuguesa.
O Gavroche português, condecorado pelo inefável Dr. Cavaco num 10 de Junho, vive no Reino Unido, é casado com uma súbdita de Sua Magestade a Rainha do Império Britânico e nunca votou na república portuguesa... é o símbolo da república cavaquiana e socrática.
Adaptando as palavras do grande capitão Salgueiro Maia: existe o estado democrático, o estado republicano e o estado a que isto chegou.
fontes & alambiques

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

´´... o estado a que isto chegou!`` , passando ao lado da imagem da moral permissiva/encapotada que o Pedro quer atribuir à sociedade vigente em 74 (e com alguma razão de ser), importa-me sobretudo aflorar o ´´estado a que isto chegou``. É engraçado (sem graça nenhuma) que realce esta célebre frase de igualmente célebre figura, numa altura de profunda crise politica, de gravosa repercussão socioeconómica que ameaça a estabilidade do país e o poder instituido. Segundo os registos, esta é segunda convulsão dos últimos cento e poucos anos da história de Portugal de moldes exctamente iguais em termos de desigualdades sociais verificadas, de descrédito total pelas instituições, de latente incapacidade governamental para dar a volta ao texto. Aqui chegados (no raciocinio) a que conclusão lógica chegamos? A única diferença nestes dois registos negros da nossa história encontra-se nos regimes em vigor: Antes a Monarquia e agora a República, sem tirar nem por!
O Politico Residente

domingo, maio 02, 2010 11:21:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

Caro Político Residente,

Historicamente, a coisa não funciona assim.
Recomendo-lhe a leitura do economista Pedro Lains, a dívida em 1910 estava, perfeitamente, controlada.
Portugal era então um Estado, completamente, viável.
Recomendo-lhe, também, a leitura do Mirante de 29 de Abril, o discurso do presidente eleito pela CDU no concelho de Alpiarça critica (implicitamente) a trapalhada anti-monárquica das festas de Constância e diz, preto no branco, que a república (a primeira república) só serviu para engordar uma burguesia intolerante, anti-clerical retirando ao povo e mais concretamente às mulheres (a república proíbe as mulheres de votarem) um protagonismo que a monarquia liberal lhes tinha dado.

http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=441&id=64218&idSeccao=6902&Action=noticia

domingo, maio 02, 2010 11:34:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mas o Pedro também deve saber que foram «As despesas exacerbadas do rei e da família real» aliadas ao caos socioeconómico vivido em finais do séc XIX e princípios do séc XX, que foram aproveitados pela burguesia para tentar mudar o estado da nação. Beneficiaram também com o aparecimento de uma nova classe social (classe média) e pelos ideais democráticos, anárquicos, repúblicanos e socialistas como alternativas ao regime politico da época.
O Politico Residente

segunda-feira, maio 03, 2010 12:16:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não esquecer as colónias.

Porque agora não há Índia, nem Brasil, nem Angola.
E se formos por aí, não abona muito aos Reis portugueses que não souberam aproveitar o império colonial como fizeram (e ainda fazem) os Ingleses ou os holandeses.
Mas “prontos”, os reizinhos portugas tinham umas vistas curtinhas, só pensavam em luxos imediatos, e para o povo e para a nação, nicles batatóides. (Salvo as excepções dos curtos períodos das especiarias da Índia e do ouro do Brasil que mesmo assim foram economicamente mal desbaratadas, compare-se com a Companhia das Índias dos Holandeses).
Em 1910 as contas estavam em ordem e Salazar, uns anos depois, também as meteu na ordem à custa da economia ultramarina que beneficiava as industrias, empresas e bancos nacionais (basta conhecer a história de Alfredo da Silva e da CUF, por exemplo).

A monarquia não cai só pela “má qualidade” dos monarcas e do regime, nem só porque o povo andava farto de reis e de padres. Foi um sinal dos tempos, um patamar histórico que se ultrapassou:
Não esquecer a onda republicana que atingia a Europa por esses tempos. A Espanha, por exemplo, foi república entre 1868 e 1874, acontecimentos que influenciaram a oposição republicana portuguesa.
Não esquecer a maçonaria.
Não esquecer o “ultimatum” inglês e a “valentia” demonstrada pelo Rei perante os “amigos” da aliança mais antiga na Europa.

A 1ª República não podia retirar ao povo aquilo que o povo não tinha.

PS. Reveja a frase de Salgueiro Maia que penso estar deturpada.

segunda-feira, maio 03, 2010 9:26:00 da tarde  
Blogger pedro oliveira said...

«PS. Reveja a frase de Salgueiro Maia que penso estar deturpada.»


«Adaptando as palavras do grande capitão Salgueiro Maia: existe o estado democrático, o estado republicano e o estado a que isto chegou»

Pensa muito bem.
Não está deturpada está adaptada como referi.

«não abona muito aos Reis portugueses que não souberam aproveitar o império colonial como fizeram (e ainda fazem) os Ingleses ou os holandeses.»

Aqui concordo consigo, a república do reino unido e a república da «casa d' orange» (daí a cor das camisolas da selecção holandesa) sabem fazer as coisas bem feitas; as república da dinamarca, da suécia e da bélgica, também; sinal dos tempos, como refere.

segunda-feira, maio 03, 2010 11:06:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Adapte lá à vontade.
Mas, já agora, sugiro que, didacticamente, publique a frase original e a situação em que ele a proferiu.
Deturpar também significa deformar, desvirtuar e estragar.

E eu não disse que os ingleses e os holandeses fizeram bem ou mal, disse, simplesmente que fizeram e continuam a fazer.
Aqui deturpou a minha.

segunda-feira, maio 03, 2010 11:48:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegamos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui"

Todos os 240 militares que o escutavam formaram à sua frente.

Isto é história.

terça-feira, maio 04, 2010 9:47:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Censura???

terça-feira, maio 04, 2010 9:48:00 da manhã  

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