sexta-feira, fevereiro 29, 2008

1222 - escolhas




quarta-feira, fevereiro 27, 2008

1221 - aqui há rato

Hum, então é isto que andam a ensinar às crianças republicanas.
Alfredo Keil morreu em 1907, portanto, presumo que tivesse enviado a música do Além.
Como curiosidade deixo aqui uns versos que eram cantados antes de assassinarem o Rei e enjorcarem a república:
Ó Pátria,
Ó Rei,
Ó Povo,
Ama a tua Profissão
Observa e guarda sempre
A sábia Constituição
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a nossa Profissão
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
A sábia Constituição
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
A sábia Constituição
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
A sábia Constituição
Não deixa de ser curioso que em 1834 a tónica estivesse na Sábia Constituição.
A sabedoria e a lei fundamental (em 1974, também, foram a correr elaborar uma constituição).
O Rei não se engana, não.
Passámos de uma Nação que tinha um Rei que não se engana e não se enganava porque respeitava a Constituição e vencera o absolutismo ao tiro e à espadeirada para um presidente que não se engana e não tem dúvidas, não tem dúvidas que precisamos de uns Falcon novos.

1220 - um preto em terra de pretos

A bola que entra ou não.
A falta que é ou não.
A equipa que joga ou não.
Um marcador improvável, um resultado imerecido.
Um abraço, um grande abraço pra Daúto, não merecia ter saído da Taça da Liga como saiu, não merecia ter sido eliminado hoje como foi, num e noutro jogo os mesmos protagonistas: Augusto Duarte e sus muchachos...
Já ontem Miguel Sousa Tavares (o que saberá ele que nós não sabemos?) tinha desvalorizado o Estrela da Amadora numa enigmática frase: (...) um incipiente Nuremberga e a seguir o Getafe, uma espécie de Estrela da Amadora de Espanha.
Má sorte de Daúto ser preto no racista futebol indígena, fosse ele americano e seria presidente.
Acredito que no futebol, na fotografia (vale a pena espreitar as outras fotografias de Pedro) e na vida a competência será sempre premiada.
(obviamente seria bem-vindo mais um joguito com o Porto sempre é um adversário mais acessível que o Setúbal)

1219 - aqui há ...

brevemente

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

1218 - este país não é para velhos


O melhor filme...

domingo, fevereiro 24, 2008

1217 - mulheres de grande valor

A História é, apenas, o presente acontecido.
Aconteceu que já antes trocara algumas ideias sobre Maria da Fonte com o Dr. Rui Lopes, aconteceu que o Rui me apresentou faltriqueira, acontece que devido a estas cartas tenho procurado saber mais sobre a língua e a cultura galega... e assim acontece.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

1216 - o mundo em que nasci, em que cresci e vivi, era mundo sem plástico

Um blog, também, pode ser um testemunho que se passa, de pai para filhos no post anterior, de avô para neta neste ...

1215 - morreste-nos

Quatro irmãos que queriam e criam um blog onde plantam as palavras do pai que se encantou há dez anos...

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

1214 - go, google


As minhas desculpas ao navegador (ou navegadora) que, provavelmente, queria navegar para outros mares.
Stripper toureiro? 1610 resultados... este humilde blog é o primeiro?
Ok, quando alguém me perguntar: é pá, ó pedro comé o nome do teu blog? posso sempre responder: vais ao google, stripper toureiro, vais lá ter...

1213 - baltazar, bal, bal, baltazar

Anos setenta, princípios dos anos oitenta, um professor que não fazia greves, nem ia manifestar-se (num sábado) convocado por mensagens enviadas por desconhecidos... o prof. Baltazar, a preto-e-branco na televisão da criança que fui.

1212 - chamo-me esmeralda e quero ser feliz...

Temos seis anos e dizem-nos que aquele homem ali é o nosso pai “verdadeiro”. Ele vem ter connosco à escola uma vez por semana e brinca, leva-nos a lanchar, a passear, ao parque infantil. Nunca estivemos mais que uma hora ou duas com ele, não lhe conhecemos a casa. Mas daqui a dois meses vamos ser-lhes entregues. Vamos ser dele. Alguém devia conseguir explicar-nos porquê. Uma explicação que fizesse sentido, e não uma coisa do género “porque os juízes decidiram”. Afinal, a justiça deve ser para perceber. Até por crianças, se for caso de lhes decidir a vida.
Chamo-me Esmeralda, o meu papá quer-me muito...
Tenho vivido com uns senhores que me chamam Ana Filipa e que não me são nada.
Os jornalistas acham que eles deviam ser meus pais e chamam-lhes «pais afectivos».
Eu só queria que me deixassem ser uma menina como as outras, queria viver com o meu verdadeiro pai, queria que aqueles senhores que me obrigaram a andar dum lado para o outro durante todos estes anos cumprissem aquilo que os tribunais determinaram.
Sabe, Dona Fernanda, gostaria que os jornalistas e os psicólogos me deixassem em paz.
Gostaria de deixar de ser o Caso Esmeralda e passar a ser, apenas, a Esmeralda, filha de Baltazar, não é pedir muito, pois não?

terça-feira, fevereiro 19, 2008

1211 - such a strange vibration


Que chatice, pá!
Este blog sempre pronto para ajudar e sensibilizado com o facto do sr. presidente ter desistido da viagem a San Francisco, apresenta uma solução:
- António, pá, vende os carros da câmara e compra uma frota de carros do povo cuja imagem deixo ali em cima

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

1210 - são os putos deste povo a aprenderem a ser homens


Qual a razão deste post agora?
Fico danado com os silêncios cúmplices...
Impartiality is a pompous name for indifference, which is an elegant name for ignorance
Gilbert Keith Chesterton (1874-1936)
Uma canção (um fado neste caso) compõe-se de : letra (poema), música e interpretação.
A notícia da TSF fala-nos em música original, a notícia do Diário Digital fala-nos da música do fado menor em versículo, quando o senhor de Boliqueime diz que o prémio honra a música portuguesa, referir-se-ia à música composta por Alfredo Marceneiro (engenheiro de design mobiliário).
Grande Alfredo, marceneiro de profissão, fadista por vocação.
Para os leitores que tiveram a paciência de ler até aqui mas não fazem a mais pálida ideia do que se trata, digo, apenas, que a tal música original foi escrita em 1929...
Sou fadista à moda antiga
Quero cantar e viver
Aprendi numa cantiga
Antes quebrar que
torcer

1209 - «messenger», «blog» e dez por cento «pó» «people»

André, o deputado do povo...

domingo, fevereiro 17, 2008

1208 - daniel e pedro


Gosto de pensar a blogosfera como um espaço para trocar ideias, como um meio para espicaçar opiniões.
Convido-os a ler Umberto Eco, pois é...
Sou um gajo com quase quarenta anos, tal como Tomás tenho idade suficiente para saber o significado da palavra: bufo, denunciante...
Infelizmente, Daniel e, principalmente, alguns comentadores de Daniel esquecem-lhe o sentido.
O post de Daniel não era sobre conduta ética policial era sobre isto: Uma coisa é certa: as câmaras e a Internet estão a mudar algumas coisas e isto do meu ponto de vista é um apelo à denúncia, à chibaria.
Confesso que perco algum tempo a visitar e a comentar o blog do Daniel, pois, considero-o uma pessoa informada e interveniente no fenómeno blogosférico, acho muito interessante, a iniciativa dos blogs regionais, por exemplo (se está à espera que lhe diga que este é um blog de Constância bem pode tirar o cavalinho da chuva, é crescidinho e sabe ler).
Para terminar e apesar de eu achar que o polícia naquela situação específica foi uma besta, julgo que todos temos o direito a ser bestas de vez em quando, sem andarem a escarrapachar com imagens filmadas sem nossa autorização na internet.

1207 -as árvores nos crescem por dentro da memória

Um poema do Luís (porque têm os poetas de morrer novos?) publicado pelo Vítor.
Retomarei este tema.
Em tempos, há muito tempo, descemos das árvores mas a memória das árvores permanece em nós como o carvalho em Steinbeck.

sábado, fevereiro 16, 2008

1206 - cartas galaico-portuguesas

Continuam as cartas de Fernando Venâncio a Marina...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

1205 - profissionalismo

Há coisas que respeito (respeito muito) o direito a ter uma opinião e poder exprimi-la livremente.
Esta é a opinião do Bruno (a minha está nos comentários).
É bom quando o tempo nos dá razão...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

1204 - o sócrates que é médico, dramaturgo e foi um dos melhores futebolistas do mundo (nunca projectou vivendas)

-Bá!!!E quem foi Sócrates?-Sócrates?Jogou na selecção do Brasil,eu também percebo de futebol não é por ser benfiquista que tenho que ser ignorante. (ver na íntegra nos comentários ao post 1202)
Nem todos nos projectamos como políticos.
Há quem se projecte na defesa da democracia, da saúde e da cultura mesmo de cabeça atada e chuteiras calçadas...

1203 - animais que desceram das árvores

(gajo e gaja bué da bons, completamente, nus, fotografia obtida em 14 de Fevereiro há cerca de três milhões de anos)
Visão oficial da coisa...
Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não foi assim...

1202 - «jamais»...

- Ah e tal, Pedro, li isto no Conquilhas, foste tu?
- Eu, eu? Jamais!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

1201 - guiness

Nem sempre a podemos saborear mas podemos deliciar-nos com coisas boas (que acontecem a quem sabe esperar).

1200 - cada cavadela, minhoca

Quem tem unhas é que toca viola...
Fernando Venâncio a iniciar um conjunto de posts que valerá a pena acompanhar (digo eu).
tudo começou aqui

domingo, fevereiro 10, 2008

1199 - mais um que não leu sttau monteiro

Há uma primeira vez para tudo (salvo seja).
Pela primeira vez vou colocar neste blog, extractos dum poema gay:
Gritos de dor,
Gritos de prazer
Que um homem também chora
Quando assim tem de ser. (...)
Fazes aqueles truques que,
Aprendeste no cinema
Mais! peço-te eu,
Já me sinto a viajar
Pára, recomeça e faz-me acreditar
Não, dizes tu,
E o teu olhar mentiu,
Enrolados pelo chão no abraço que se viu
Poema completo aqui...

1198 - ainda hei-de ver um árbitro marcar um «penalty» a favor do benfica

Grande coisa, dizem, este depois do célebre Estrela da Amadora - Benfica (Taça da Liga) já assinalou dois penaltys a favor dos encarnados.
Quando digo marcar, é marcar mesmo, estar tão ansioso que parta para a bola e a chute ele próprio para dentro da baliza dos adversários dos Camacho boys...

1197 - passa tempo

Prova do tempo que passa.

Passatempo.

Arrastar a asa.

Arrastão.

Arrastado.

Tudo acaba bem...

sábado, fevereiro 09, 2008

1196 - c'etait la première fois que je pleurais en lisant une BD




O título foi tirado do segundo comentário, nada de confusões, gajo que é gajo deixa os filhos orfãos e mata o Rei, não vai choramingar por causa de uma banda desenhada, não é?
Comprei este livro por causa da ilustração da árvore que nasce dentro da casa como um grito irreprimível de liberdade.
O título, também, nos questiona, os estigmas que todos carregamos, as marcas que nos diferenciam tornando-nos únicos, as nossas características que são ao mesmo tempo defeitos e qualidades...
Vou terminar com uma frase retirada da p. 50: Caminhar fazia-me bem... a minha cabeça esvaziava-se, não tinha nem pensamentos, nem preocupações... não sabia onde ir, mas ia como se o soubesse... lembra-me um dos lemas deste blog: o caminho faz-se andando.


1195 - era uma sociedade independente, sem cunhas

Anos oitenta na república portuguesa, uns projectavam habitações, outros procuravam projectar-se através do talento e da escrita, o século XIX já nos tinha mostrado que um bom jornalista pode não ser um bom político, Rodrigues Sampaio, por exemplo.
Nos anos oitenta ao contrário daquilo que alguns encrespados dizem, ainda, não tínhamos assistido a este «fartar vilanagem» que hoje presenciamos.
O anúncio é, apenas, um exemplo que naquela época, ainda, podíamos lá chegar pelo mérito, obviamente, que ontem como hoje, pessoas insatisfeitas com as suas profissões: projectistas, electricistas, professores e tal podiam sempre dedicar-se à política...

1194 - peço que os eduquem

Manuel dos Reis da Silva Buiça, viuvo, filho de Augusto da Silva Buiça e de Maria Barroso, residente em Vinhaes, concelho de Vinhaes, districto de Bragança. Sou natural de Bouçoais, concelho de Valpassos, districto de Vila Real (Traz-os-Montes); fui casado com D.Herminia Augusta da Silva Buíça, filha do major de cavalaria (reformado) e de D.Maria de Jesus Costa. O major chama-se João Augusto da Costa, viuvo. Ficaram-me de minha mulher dois filhos, a saber: Elvira, que nasceu a 19 de dezembro de 1900, na rua de Santa Marta, número... rez do chão e que não está ainda baptisada nem registada civilmente e Manuel que nasceu a 12 de setembro de 1907 nas Escadinhas da Mouraria, número quatro, quarto andar, esquerdo e foi registado na administração do primeiro bairro de Lisboa, no dia onze de outubro do anno acima referido. Foram testemunhas do acto Albano José Correia, casado, empregado no comércio e Aquilino Ribeiro, solteiro, publicista. Ambos os meus filhos vivem commigo e com a avó materna nas Escadinhas da Mouraria, 4, 4o andar, esquerdo. Minha família vive em Vinhaes para onde se deve participar a minha morte ou o meu desapparecimento, caso se dêem. Meus filhos ficam pobrissimos; não tenho nada que lhes legar senão o meu nome e o respeito e compaixão pelos que soffrem. Peço que os eduquem nos principios da liberdade, egualdade e fraternidade que eu commungo e por causa dos quaes ficarão, porventura, em breve, orphãos. Lisboa, 28 de janeiro de 1908. Manuel dos Reis da Silva Buiça. Reconhece a minha assignatura o tabelião Motta, rua do Crucifixo, Lisboa.
O que terá acontecido naquele dia?
Manuel pai terá encostado Manuel filho no peito, tê-lo-á acariciado, terá sentido aquele aroma que só a pele dos bebés possuem, terá brincado com as pequeninas mãos do filho?
Manuel pai, era pai e mãe, Elvira e o menino não tinham mais ninguém...
Que tipo de homem é que troca o cheiro de uma criança pelo cheiro a pólvora?
Que tipo de homem é que prefere assassinar um gajo gordo e inútil (dizem) em vez de amar e educar duas crianças?
Um dia, Manuel pai julgou tornar-se herói, pai herói.
Manuel filho, tornou-se Manuel orfão.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

1193 - forma e conteúdo

O conteúdo e a forma.
quase três anos que abordo este tema...
O post anterior pretendia abordar um tema: António Vieira, quatrocentos anos (pareceu-me óbvio).
Chamei à colação/colecção outros dois Vieiras, brinquei com as palavras, sonoridades, significados, como fiz há pouco.
Honroso/Horroroso, fiquei espantado que existam mais entradas para: Luis Filipe Vieira (se pesquisarem: Luís Filipe Vieira as entradas diminuem) e para Cláudia Vieira do que para: António Vieira. Ter-me-ia interessado discutir isso, não tanto, se a miúda, Claúdia Vieira, tem as mamas grandes ou pequenas, se é ou não vamp (abreviatura de vampira?) e tal ...
Não quero (de modo algum) ser deselegante para os comentadores mas esta é a minha leitura daquilo que pretendia.
Quanto a este post as fotografias foram obtidas por Pedro Oliveira (pareço o Mantorras, a auto-referir-me) o livro foi escrito por um comunista a sério (primeiro Secretário-Geral do Partido Comunista Português, preso e enviado para o Tarrafal (onde morreu em 1942) o seu lugar foi preenchido pelo burguês Álvaro Cunhal cujas cumplicidades familiares com a polícia internacional de defesa do estado lhe permitiram a tão badalada fuga de Peniche (má sorte a de Bento Gonçalves).
Olhando, vendo as imagens apercebemo-nos que elas para além do aspecto formal possuem conteúdo... mas que conteúdo?
O professor mente... diz mentiras?
O professor mente... the teacher's mind, a beautiful mind...
Onde está a verdade?

1192 - sermão de pedro oliveira aos vieiras

O padre António Vieira (jesuíta do caral***, diriam em 1910 depois de lhe medirem a caixa craniana) consegue um ho(n)(rro)roso terceiro lugar quando comparado com outros dois Vieiras, um senhor que usa bigode e negociava pneus e uma miúda que, precisamente, por não ter pneus, está pr'a aí pendurada em cartazes com umas cuecas e um bocado de tecido com nome francês que lhe sustem o(s) peito(s).

terça-feira, fevereiro 05, 2008

1191 - coincidência

Antes da estreia com a camisola cor-de-rosa, o clube, superiormente, orientado por Camacho, deve já dois pontos ao reforço mais badalado...

1190 - carnaval à portuguesa


A única ligação entre a primeira imagem e a segunda é o jornal (suplemento Vida d' O Independente n.º 292 de 1993.12.17) onde foram publicadas.
Detenhamo-nos no texto, passados quinze anos duvido muito que alguém se atrevesse a brincar com duas coisas tão sérias, horóscopos e feminismo.
Como é Carnaval, ninguém leva a mal.

1189 - carmen, ofélia e o labirinto de pan

Era uma vez, um filme que me fez pensar.
Há, no filme, um diálogo mais ou menos assim:
- Podia ter-me obedecido
- Podia, mas não obedeci.
- Teria sido melhor para si...
- Obedecer por obedecer, assim, sin pensarlo (no sentido de: sem reflectir, sem questionar), isso só o faz gente como usted ( o senhor), capitán (capitão).
Deixei algumas palavras em castelhano porque, muitas vezes, com a tradução perde-se muito do peso das palavras originais, por vezes, mesmo do sentido inicial das frases, aquela palavra capitán do modo como é pronunciada soa como um insulto.
Nada neste filme acontece por acaso desde o nome das personagens: Ofélia, Carmen até aos simbolismos escolhidos, louva-a-deus que se transforma em fada (na verdade os machos desta espécie sabem no que se transformam a seguir à cópula são, literalmente, comidos).
Não há maneiras certas de interiorizarmos este filme, é demasiado complexo para isso, daí a imagem que escolhi para ilustrar estas palavras. O capitán esmaga a mão esquerda de Ofélia e diz-lhe que aquela é a mão errada, a menina olha-o, a mão direita segura, firmente, os livros, olha-o, nada diz, mas pensa: tire as luvas quando tocar numa senhora, capitán.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

1188 - sexta-feira, treze


Versão: Daniel Oliveira
O domínio que possuo da língua de Kant não me permite afirmar, categoricamente, o que se passou e não arrisco estar a laborar à volta de suposições, como melga a voltear luz artificial.
Recordo o catedrático João Medina, numa conferência no Estoril (algures nos finais dos anos noventa do século passado) a enxovalhar Roberto e todos os que ousavam brincar com o holocausto, pois ele (o grande João Medina) tinha estado (como visitante) nos campos de concentração nacionais-socialistas (nazis) e absorvera, encarnara todo o sofrimento que ali se vivera.
Banir, banir para sempre e a toda a descendência, etiquetar, como se os socialistas alemães, democraticamente, eleitos pudessem para sempre apropriar-se de palavras, como se a música de Wagner tivesse de ser, eternamente, proscrita como se pessoas como João ou Daniel fossem seres superiores, como se...

domingo, fevereiro 03, 2008

1187 - o dia em que, fabulosamente, me derrotei




sábado, fevereiro 02, 2008

1186 - os mitos... omite-se

Por estes dias muitas palermices se vão escrevendo sobre laços familiares.
Na república todos são desconhecidos e, apenas, por mérito chegam aos cargos, foi assim com Correia de Campos que foi nomeado pela sua extrema competência (como constatámos) e não por ser cunhado de Francisco Louçã, foi assim com o actual ministro da cultura, cuja nomeação nada teve a ver com o facto de ser padrasto de Ivan Nunes.
Entre mitologias e mythos prefiro uma garrafa do último.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

1185 - o pintor morreu, foi assassinado

Hoje falar-se-á muito dum professor e dum pintor.
Assassinar um artista é, de algum modo, matar, simbolicamente, a cultura de Portugal.
O Sr. Dr. José Afonso ilustrou dum modo magnífico essa morte simbólica no poema que podemos ler ali em cima.
Detenhamo-nos nalguns pontos:
Uma gota rubra sobre a calçada cai e um rio de sangue dum peito aberto sai.
Uma gota rubra, não caiu na calçada sangue azul, jorrou o sangue dum homem, sangue igual ao que nos faz bater o coração, um rio de sangue dum peito aberto sai.
Teu sangue pintor reclama outra morte igual.
A morte do Rei artista (pintor) e do filho primogénito do Rei (outra morte igual).
Eu, provavelmente, muitos leitores, entendia este poema como um poema para Catarina mas nos campos do Alentejo não há calçadas e a enigmática referência ao Pintor (assim em maiúsculas) sempre me confundira.
A ceifeira de Portugal (reparem não refere a ceifeira da república portuguesa) será uma alegoria à agricultura, o som da bigorna uma alegoria à indústria.
Como um clarim do céu vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Tal como Zeca entre os assassinos e a cultura prefiro a cultura.

não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio