terça-feira, junho 29, 2010

283/2010 - a positividade negativa

Queiroz, Carlos Queiroz, um dos piores treinadores, seleccionadores de sempre.
Termina um jogo onde foi, humilhantemente, derrotado e diz-nos isto:
- Temos de voltar mais fortes...
Temos, temos quem?
Talvez por ter uma profissão, uma sacana duma profissão, onde termino o dia aflito (às vezes) e grito pelo chefe:
- João, chegue aqui, por favor...
- O que foi, Pedro?
- Chefe, tenho a caixa engatada, faltam-me 500 euros...
- Tem, calma, vamos procurar, se encontrarmos tudo bem, se não contabilizas a falha e depois de amanhã repões o dinheiro.
Como podem ver, simples.
Está correcto, tudo bem, não está, o palerma do funcionário assume as responsabilidades.
No caso acima referido o funcionário era eu (detectei os 500 euros, obrigado) no caso da selecção o palerma chama-se Carlos Queiroz.
A atitude digna seria demitir-se, abdicar de todos os vencimentos futuros, pedir desculpa, olhos nos olhos e sair de fininho...
(para percebermos o nível de incompetência a que isto chegou, detenhamo-nos no seguinte pormenor, Queiroz fez o estágio na Covilhã, em altitude superior a 1500 m, os jogadores dormiram a cerca de 2000 m; na África do Sul o «quartel-general» da selecção situava-se a cerca de 1700 m... todos os jogos da selecção foram realizados ao nível do mar. Não sou prof. de ginástica, mas parece-me óbvio que foi uma péssima opção a nível de desgaste físico, menor oxigenação para os nossos atletas nos treinos, pouco tempo para potenciar benefícios a nível físico [ambiente de treino vs. ambiente de jogo] obviamente, ninguém falará nisto).

282/2010 - o professor de ginástica e o jogador de futebol

Ver futebol, é, também, comentar futebol, fomentar polémicas, questionar.
Despedi-me do sr. Duarte (é um benfiquista fanático que costumo encontrar ao almoço) com a pergunta:
- Vai ver o jogo?
- Eu não, 'inda se fosse o Benfica, gosto do Paraguai (de Cardozo) da Argentina (de Di Maria) do Uruguai (de Maxi Pereira) e do Brasil (de Luisão)
- É pá, ó sô Duarte, há lá um jogador do Benfica, o Coentrão...
- O Coentrão? esse lagarto do cara*** que deu uma entrevista à Bíblia (o sr. Duarte compra, religiosamente, A Bola, chama-lhe Bíblia) a dizer-se lagartão, numa altura em que andava sempre vestido de verde e branco [no Rio Ave, acrescento eu]
começa o jogo vou continuar, aqui, o Rui Catalão, actual jornalista do Público, foi colega de equipa de Nani no Real Massamá... tinham um treinador chamado Costa, Telmo Costa.

domingo, junho 27, 2010

281/2010 - sonhar num avião de brincar


Um post doce, sobre la poste.
Sobre a comunicação, a partilha, a amizade, o amor.
Recordo algumas palavras de Antoine:
(...) quero então dedicar este livro à criança que essa pessoa crescida um dia foi.
Todas as pessoas crescidas começaram por ser crianças (embora poucas se recordem disso).

280/2010 - um homem sem princípios até ao fim

O fascismo baseia-se (...) no desprezo. Inversamente, toda a forma de desprezo, desde que, intervenha na política, prepara ou instaura o fascismo. É preciso acrescentar que o fascismo não pode ser outra coisa sem se renegar a si próprio Junger extraía dos seus próprios princípios a ideia que mais valia ser criminoso que burguês. Hitler (...) sabia que é indiferente ser-se uma ou outra coisa, a partir do momento em que se não creia senão no êxito. [dizia Hitler] Estou pronto a assinar tudo, a subscrever tudo... quanto ao que me diz respeito, sou capaz (...) de hoje assinar tratados para amanhã os quebrar friamente (...). De resto antes de desencadear a guerra, o führer declarou (...) que mais tarde, ninguém perguntaria ao vencedor se ele tinha ou não dito a verdade. O estribilho da defesa de Goering no processo de Nuremberga retoma a mesma ideia: «O vencedor há-de ser sempre o juiz e o vencido o acusado»
L' homme Revolté, Édicions Gallimard, 1951
Um homem que utiliza como arma o desprezo, no sentido que Camus lhe atribui no extracto ali em cima.
Soares desprezava Salazar porque o achava um provinciano sem instrução e acha-se um aristocrata, um herdeiro da ética republicana.
Soares desprezou Salgado Zenha, porque achou uma ousadia, Zenha, atrever-se a enfrentá-lo em eleições.
Soares desprezou (e despreza) Manuel Alegre porque achou uma ousadia, Alegre, atrever-se a enfrentá-lo em eleições.
Soares desprezou Sá Carneiro e Snu porque é um aristocrata conservador preso a um retrógrado republicanismo.
Soares desprezou e despreza Cavaco porque o achava um provinciano sem instrução e acha-se um aristocrata, um herdeiro da ética republicana.
Recordo as palavras de Camus: toda a forma de desprezo, desde que, intervenha na política, prepara ou instaura o fascismo.
Acham-no o mais ilustre português vivo, um princípio sem fim, acho-o sem princípios... até ao fim.

279/2010 - nas mãos do filho do rei

Kingson, filho do rei.
No futebol, como na vida, todos temos uma missão, a de Gyan é sem utilizar as mãos, agarrar vitórias, It’s not just for Ghana – this victory was for Africa, I hope whole Africa is behind us, a de Kingson é utilizando, também, as mãos evitar as derrotas.
Ghana e Uruguay, curiosamente, duas selecções Puma, foram as primeiras a apurarem-se para os oitavos de final, discutirão entre elas a passagem aos quartos.
Um excelente confronto em perspectiva; o puma, como sabemos, é um felino americano; veremos quem fará figura d' urso.

sábado, junho 26, 2010

278/2010 - vinham de longe, vinham sozinhos, vinham p´ra guerra que desejavam

Nota prévia: Não conheço, pessoalmente (tipo apertar a mão ou dizer olá) nenhum dos intervenientes na prosa seguinte, excepto José Saramago, a quem apertei a mão numa feira do livro, em Lisboa, finais dos anos noventa, princípios do novo milénio (não consigo ser mais específico) a quem disse algo do género: parabéns pelo prémio da Real Academia Sueca, Sartre recusou-o, lembro um olhar atarantado e confesso, tive pena, o homem estava no stand da Caminho (na altura, intimamente, ligada ao Partido Comunista Português) a dar, ou melhor, a vender autógrafos, a quem comprava livros, não esperava, nem a frase, nem o sorriso irónico, nem o autógrafo que lhe solicitei para o meu amigo Marcelino, capitão de Abril, para mim, não, não aprecio o que escreve, lembro de Saramago se baixar para escrever [ele estava sentado, eu, de pé] lembro-me de ter olhado em frente e para a minha esquerda, umas letras, numa avenida, chamada: Liberdade, umas letras que juntas me sussuravam: Diário de Notícias; acabou de escrever, o nosso olhar voltou a encontrar-se, apontei por cima do seu ombro direito e disse-lhe: trabalhou ali, não foi? ... boa tarde e obrigado...
Não me orgulho da atitude que tive, hoje não o teria feito, tinha trinta e poucos anos e muito mais certezas que aquelas que tenho hoje.
Apesar disso não esperaria uma pessoa morrer para depois escrever textos como este.
Julgo que aquilo que temos para dizer a alguém devemos dizer-lho na cara, depois de morto, já não adiantará nada, a não ser exista outra vida e como o Nova Aliança é um jornal ligado à Igreja Católica, José, o leia no além.
Como comecei por dizer não conheço Santana-Maia mas a um doutor em leis exige-se rigor; o morto que morreu de morte morrida não se chamava Couto dos Santos, chamava-se Couto Viana, era este «senhor» falangista que um dos vereadores da câmara de Abrantes queria ver agraciado na Assembleia da República.
Rigor é aquilo que Abílio Pombinho coloca no que escreve, opina, denuncia, mostra, não concordo com muito do que por lá se escreve, mas aprecio, bastante, a frontalidade com que o faz.
Compreendo esta atitude, aquilo que as pessoas escrevem escudadas no anonimato é, de facto, nojento; não compreendo é que tenha sido tão radical, há maneira de impedir novos comentários mostrando os comentários que entretanto tinham sido efectuados em posts anteriores.
Este não é um post sobre Saramago, é sobre atitudes, coisas que fazemos e não deveríamos ter feito, erros que cometemos e não deveríamos cometer...

sexta-feira, junho 25, 2010

277/2010 - a carmencita do século vinte e um

Chamava-se Carmencita
A cigana mais bonita
Do que um sonho, uma visão
Diziam que era a cigana
Mais linda da caravana
«A história começa num bairro na zona das Olaias, com um rapaz de 20 anos que se perdeu de amores por uma jovem da família Cabral de 19 anos. A tradição despertou a ira da comunidade cigana. Os casamentos mistos nunca foram bem aceites e mesmo aqueles que os levaram adiante, é frequente serem votados ao ostracismo. Os jovens não aguentaram a pressão e fugiram para longe.»
Numa noite , de luar,
Ouviram o galopar
De dois cavalos fugindo
Carmencita, linda graça
Renegando a sua raça,
Foi atrás de um sonho lindo
Com esta canção magoada
Se envolve no pó da estrada
Quando passa a caravana
Carmencita, Carmencita
Se não fosses tão bonita,
Serias sempre cigana
«Cerca de 15 dias depois da fuga amorosa, a rapariga soube das agressões aos familiares do namorado e decidiu voltar para tentar por um ponto final. A família levou-a para o Montijo, Setúbal, mas nada adiantou. Disse para quem quis ouvir que "aquele e só aquele era o homem da sua vida". Voltou a fugir e está com o amor da vida em parte incerta.»
fontes & alambiques

quinta-feira, junho 24, 2010

276/2010 - a implantação do futebol real

275/2010 - cientistas, procurai burros em são bento

Cientistas portugueses à procura de burros selvagens na China
Na China?
Não existirão burros em São Bento?
Não neste São Bento... refiro-me a outro São Bento.

274/2010 - o mais longo jogo da história

segunda-feira, junho 21, 2010

273/2010 - futebol no salão e loiça na cozinha

Os homens já podem casar com homens, as mulheres já podem casar com mulheres, no entanto, A Bola continua sem se assumir, sem confessar aquilo que eles pensam ser um segredo.
Assumam...
Bastava dizerem: Nós somos benfiquistas, somos uma espécie de Jornal do Benfica, diário; sim, achamos mais importante o problema de Luisão (deixou cair uns pratos e uns copos, partiu a loiça) que o facto dum clube (por acaso o Sporting) ter-se sagrado campeão de futsal em casa do campeão europeu em título.
Uma vitória que não sofre a mínima contestação.
Nos dois jogos no pavilhão Paz e Amizade (em Loures, casa do futsal sportinguista) o equilíbrio foi notório, uma vitória para cada um pelo mesmo resultado.
Já no pavilhão da Luz (onde não houve nem paz, nem amizade) o Sporting foi esmagador, venceu os dois jogos, cilindrando os campeões europeus.
Esta vitória deveria merecer destaque jornalístico?
Acho que sim... A Bola acha que não, preferiu destacar os copos partidos de Luisão.

domingo, junho 20, 2010

272/2010 - a merderação de comentários


Sou um homem de esquerda.
Monárquico (peter king) mas de esquerda.
C' est emerdant, esta questão dos comentários moderados.
Tinha, gosto de, gostaria de ter os comentários abertos e descomplicados, pois a minha palavra favorita é: liberdade... no entanto, na minha cachimónia, liberdade implica responsabilidade.
Para muitos liberdade é vandalismo, intromissão, devassa da vida privada...
Tento não dar para esse peditório.
Os comentários são, actualmente, moderados, «derivado duma» pessoa que comenta com alguma frequência e que escreveu algo do género: não vale a pena apagares aos meus comentários, porque voltarei a escrevê-los... escreverei o que quiser.
Ora, não gostei.
Porque escrever o que quiser, a pessoa em questão, poderá escrever.
Não pode é escrevê-lo aqui.
A blogosfera, como eu a entendo, é um caminhar na corda bamba, sem rede.
Não há uma fórmula, vamos fazendo o caminho à medida que caminhamos.
Um equilíbrio ténue entre o proibido e o permitido.
Olhando, novamente, a primeira imagem, eu sopro no sax (salvo seja) e o João Maria toca piano... tenho pensado muito no meu afilhado nestes dias, numa África que ele conheceu (a Rodésia, a outra África do Sul) e, felizmente, já não existe...
Penso na censura ingénua, analfabeta, contornável do lápis azul e magoa-me esta censura a que me vejo obrigado, uma censura vermelha, como lágrimas de sangue.
Nota: A segunda imagem, encerra um comentário não publicado mas, devidamente, contextualizado, peço desculpa, publicamente, devido à sua utilização neste contexto. Desculpa.

sábado, junho 19, 2010

271/2010 - do símbolo de leão ao sorriso de campeão


Já várias vezes abordei o campeonato de juniores... agora é tempo de deixar o mister falar.
Antes de terminar o post gostaria de deixar um abraço para o Nuno, penso como ele, é mais importante a amizade que o facciosismo clubístico.

270/2010 - constância de volta ao básico

Back to basics, de volta à simplicidade, ao fogo no chão, à construção em adobe e palha;

quarta-feira, junho 16, 2010

269/2010 - a natureza em constância, podia ser na conchichina



Concurso de fotografia da natureza em Constância, não sei se o mote é este, será semelhante.
Fotografia da natureza... em Constância.
O que difere a natureza de Constância de outra natureza qualquer?
Só serão admitidas a concurso fotografias que tenham sido, inequivocamente, obtidas em Constância?
As alcachofras serão diferentes na Conchichina?
(agradeço que algum dos anónimos comentadores, sempre prontos a contestar tudo o que escrevo, me enviem um «link» do tal concurso de fotografia; procurei mas não encontrei. Obrigado)

268/2010 - golos cor d' esp' rança

há golos que não empatam... resolvem

segunda-feira, junho 14, 2010

267/2010 - até eu fazia, fazias, fazias




Ao olharmos alguns desenhos, esboços e riscos de Pablo, principalmente, na fase cubista, podemos ser tentados a pensar: isto até eu fazia.
É assim, também, na escrita, prosa ou poesia, isso até eu fazia...
Julgo que antes de descontruirmos algo, temos de ter um domínio profundo da construção.
Convencionou-se que a poesia moderna não precisa de rimar, talvez não precise, mas os poetas que escrevem poesia que não precisa de rimar, deveriam antes munir-se de uma utensilagem técnica que só se adquire com a prática; com a experiência, a escrever sonetos respeitando a métrica, a construir quadras respeitando a musicalidade silábica das palavras ditas.
Picasso nem, sequer, é dos meus pintores/artistas preferidos mas foi um homem invulgar, nascido: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, em 25 de Outubro de 1881; morreria Pablo Picasso em 8 de Abril de 1973, quase noventa e dois anos duma vida preenchida.
Uma vida que alguns etiquetaram em fases, uma vida (na minha opinião) duma sensibilidade não etiquetável.
Detenhamo-nos no Camões da primeira imagem, o olho cego é o que melhor vê.
A segunda imagem é duma sensibilidade extrema, quem poderá ficar indiferente aquela mão direita que tacteia as curvas da jarra, com o gesto carinhoso de quem toca um desejo, à mão esquerda que segura o pão como se o deixasse levitar; o pão e o vinho... o corpo e o sangue.
Por falar em sensibilidade, olhemos a sensualidade da mãe, uma sensualidade sugerida não pelo peito que amamenta mas pelo ombro esquerdo que se desnuda, esquecido, lembrado, num momento de partilha, de amor.
A quarta imagem é daquelas que olhamos e dizemos:

266/2010 - caminhos de terra batida em santamargarida adivinhada

sábado, junho 12, 2010

265/2010 - no futebol como na vida o respeito é fundamental

Estou muito feliz pelo Telmo, estou triste pelo tipo de linguagem utilizada no site oficial do meu clube.
Os adversários deverão ser respeitados.
Mais que saber perder, é necessário saber ganhar, com honra e com respeito pelos miúdos e pelos simpatizantes das outras equipas, espero que o artigo seja alterado.
Força Telmo... está quase.

265/2010 - conscientizarmo-nos





A palavra conscientizar é sinónimo de consciencializar, escolhi-a pela simplicidade, é uma palavra descomplicada e nós (eu incluído) temos, tanta, tendência para complicar.
Talvez essa seja uma divisão possível da humanidade, os complicados e os descomplicados; os que complicam e os que procuram descomplicar.
A Mandela tentaram complicar-lhe a vida, ele foi libertado, passados vinte e sete anos e procurou descomplicar a vida de todos, alguns chamam-lhe herói, acho-o, apenas, um homem descomplicado, com alegrias e tristezas, com sorrisos e lágrimas...
O projecto tomando conciencia é um de muitos que procura descomplicar a vida das crianças.
Tomei consciência deste projecto através do blog de Iniesta, o que nos mostra que a cabeça dos futebolistas pode servir para algo mais que colocar gel e o futebol poderá servir para muito mais que clubites extremadas, o futebol tem o poder de mudar o mundo, tem o poder de inspirar e unir as pessoas, disse Mandela num dos seus brilhantes discursos.

sexta-feira, junho 11, 2010

264/2010 - mais uma criança que morreu em áfrica

Era suposto este ser um dia de festa e alegria...
A família de Mandela pede privacidade mas solidariedade e incompreensão são as duas palavaras que me ocorrem perante esta tragédia.
Um homem com 91 anos não deveria assistir à morte da bisneta com 13 anos, completara-os na passada quarta-feira, dia 9.
Que a terra seja leve a Zenani e que o coração de Mandela aguente...

263/2010 - nós somos áfrica, vocês estiveram nela

Hoje começará o primeiro mundial de futebol em África.
África foi o berço da humanidade, o ninho de todas as civilizações, será como se regressássemos a casa.
Os olhos que nos fitam são de Ngungunhane, o leão de Gaza, como aperitivo para os encontros que se seguirão entre africanos e europeus deixá-los-ei com um texto que elaborei há cerca de quinze anos para um trabalho académico, começava assim:
«Ao propormos este tema de trabalho era nossa intenção referirmo-nos à história de uma figura - Ngungunhane/Gungunhana que pela sua especificidade se inseriria bem no objectivo do estudo desta cadeira - A História das Relações Afro-Portuguesas.
O próprio título pretende jogar com essa dicotomia, por um lado Ngungunhane, o leão de Gaza, visto, do ponto de vista moçambicano, como um herói ou um mito, por outro lado o Gungunhana, o bêbado, o selvagem que era ao mesmo tempo temido e respeitado pelos portugueses (...).
"As coisas passavam a ser como vocês entendiam que fossem, não como de facto eram. Nguni deu Angune - o que ainda se compreende. Mas é ridículo como mais tarde no transformamos nos Vátuas. O império Vátua. Tua no nosso dialecto, significa a pessoa, o indivíduo. Va significa o plural em cada palavra. Vatua pretendia dizer as pessoas, as gentes que chegavam, que se tinham fixado na região. Não era a etnia. Essa era a Nguni " »
Ngungunhane, um herói, talvez, um dos últimos grandes heróis africanos.
O título e o texto entre "aspas" foram retirados deste livro; a imagem deste post.

quinta-feira, junho 10, 2010

262/2010 - viver entre brutos é triste

quarta-feira, junho 09, 2010

261/2010 - amar num penhasco com trezentos milhões de anos

A primeira cegonha negra que vi foi, precisamente, no local que observaremos nas imagens, quem sabe filha da loucura que as imagens nos mostrarão.
Aquilo a que hoje chamamos «Portas de Rodão» foi em tempos, um obstáculo natural ao curso do Tejo, formava-se ali uma gigantesca queda de água.
A profundidade do Tejo nas «Portas de Rodão» é de cerca de sessenta metros, o que nos mostra, bem, a violência com que a água ali caía.
O ninho que poderemos observar está na margem direita do Tejo, mesmo nas «Portas», sensivelmente, no último quarto do penhasco, vê-se bem ao passarmos de barco.
Deixo-vos então com as imagens, esta cegonha, normalmente, só nidifica em penhascos junto a cursos de água, não gosta de chaminés de fábricas nem de torres de igreja, no entanto, com sorte, com muita sorte, podemos observar um destes casais na margem direita do Zêzere, entre Constância e Castelo do Bode, vão munidos duns bons binóculos e muita paciência... boas observações.
Imagens (poderão depois seleccionar outros vídeos com as nossas meninas e as crias)

260/2010 - estamos cheios de suplentezinhos


Uma das coisas que gosto na blogosfera é que as pessoas acham que se disserem uma mentira muitas vezes e com convicção, essa mentira passa a ser verdade.
Começa a correr a versão que Ruben Amorim não é um defesa direito, espero que as imagens acima esclareçam esse pormenor.
Em 2007 no Belenenses de Jesus, Ruben era utilizado a defesa direito, ponto final parágrafo.
No Benfica de Jesus, 2009/2010 foi suplente de Maxi Pereira, ponto final parágrafo.
Podem soprar, convictamente, na vuvuzela que não conseguirão alterar a realidade... o Benfica perdeu um a zero, o golo do Belenenses foi marcado por Weldon.

terça-feira, junho 08, 2010

259/2010 - as traquinices de queiroz

Palavras para quê?
Um treinador, tipo Queiroz, a escolher um defesa direito suplente para substituir um avançado, vejamos...

258/2010 - apertados nos totalitários cintos das ditaduras, das repúblicas



ditaduras e ditaduras, totalitarismos e totalitarismos.
Como dizia, o nosso, O' Neill: «há mar e mar, há ir e voltar»; «há mar e amar, há prender e soltar» diria, digo eu.
Há mar, sem dúvida, há muitos caminhos para sulcarmos, há mais marés que marinheiros e amar, amar... depois há o cinto que nos prende durante todo o dia e nos liberta quando, chegados a casa, o aventamos em conjunto com a gravata e os sapatos e libertamos, enfim, a garganta, os dedos grandes dos pés e a barriga que teima em crescer; prender e soltar.
Os totalitarismos lembram-me a frase, supostamente, anti-racista:
Todos diferentes, todos iguais...
Não gosto da igualdade imposta, da igualdade sem rugas, sem barriga, com mamas de silicone; gosto de diferença, de solidariedade, gosto da certeza que somos diferentes, todos diferentes, todos humanos...

domingo, junho 06, 2010

257/2010 - a primeira escola de santa margarida da coutada

Caro Pedro Oliveira
Apenas e para que enriqueça os seus conhecimentos sobre a história da Freguesia de Stª Margarida da Coutada,informo o amigo de que o Telmo filho do meu grande amigo e SPORTINGUISTA Manuel Moura nunca podia ter frequentado a escola mais antiga da freguesia,uma vez que a escola mais antiga, foi o edifício que hoje serve a Secção dos BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS de Constância em Aldeia de Santa Margarida Da Coutada.
Daqui para si e para o amigo Moura um abração.
L.M.
Caro L.M.,
Temo que esteja equivocado.
O edíficio mais antigo onde a escola funcionou está ali em cima, localiza-se na Portela.
Estávamos no início do séc. XX (a minha avó materna nasceu em 1912) o docente era o professor Pinho, pensou-se em construir um edifício de raiz que contemplasse salas de aula no piso inferior e habitação para o professor no piso superior... a minha avó já estudou na «escola nova», mas lembrava-se, da escola ter funcionado noutro edifício.
Construiu-se, então, a escola onde o Telmo estudou, a mais antiga, construída de raiz para edíficio escolar, na freguesia de Santa Margarida.
Quanto à escola que refere, «os bombeiros», é um edifício de, cerca de 1930, tal como a capela de Malpique, que, também foi edifício escolar.
A diferença entre essas dos anos trinta (Malpique e Aldeia) e a Escola da Portela (onde viviam os professores) é que as primeiras eram, apenas, escolas de apoio, sub-escolas, o ensino era efectuado por «regentes» e não por «professores com curso»; só ensinavam até à terceira classe.
As crianças que queriam obter a quarta classe tinham que ir estudar para a Portela, o grande centro de onde emanava a sabedoria para toda a freguesia (anos trinta/quarenta) onde residiam os professores, onde funcionava a junta de freguesia...
Com os melhores cumprimentos e com abraços para si (ao meu amigo Moura e ao filho, aos filhos, dou-lhos pessoalmente) e esperando, sinceramente, ter-lhe proporcionado um melhor conhecimento sobre a evolução dos edifícios escolares na freguesia, despeço-me com amizade.
Pedro Oliveira

quinta-feira, junho 03, 2010

256/2010 - lion force, a força de vale mestre



TELlMemOre.
Não, não é um post sobre música, é um devaneio sobre interioridade e sobre portugalidade.
Hoje, almoçava num restaurante (na zona de Lisboa) o senhor Baptista, um homem no Norte, servia-me, grão com bacalhau, conversa e atenção.
Conversa para cá, conversa para lá, até que às tantas, oiço:
- Sr. Carlos, quer ver o Porto às cinco, com o Sporting, em juniores?
(o Sr. Carlos é outro cliente)
- Venho, sim (diz o Sr. Carlos)
- Sr. Baptista (digo eu) dá na televisão?
- Dá, dá, meu querido amigo (trata assim os clientes)
- Então, cá estarei, às cinco, o treinador do Sporting, é um miúdo da minha Terra, um grande amigo
(a seguir o jogo, um bom jogo, o Porto precisava, absolutamente, de ganhar, contratou um treinador estrangeiro, uma espécie de Mourinho dos Países Baixos, para treinador, mas foi um técnico proveniente dum Vale sabedor, Vale Mestre, que bebeu sabedoria na Portela, foi na escola mais antiga da freguesia de Santa Margarida, na Portela, que Telmo escreveu as primeiras palavras, leu as primeiras frases e projectou as primeiras jogadas, num recreio de terra batida, sob a sombra duma acácia)
O jogo de hoje mostrou-me tudo aquilo que, por aqui, tenho defendido, um treinador sem medo (o Telmo) de ter posse de bola, de jogar, contra um treinador de técnica mourinhesca, futebol de contenção que transformou em futebol de acção, semeava avançados, como quem planta batatas, em Agosto, quando se viu a perder num jogo onde o empate não servia para nada.
A subtil mudança táctica do Sporting foi fundamental, isso e Amido Baldé.
Quanto me falam em 60 milhões de euros por Cardozo, pergunto-me quanto vale Baldé?
Amido é uma espécie de Peter Crouch com a técnica de Lionel Messi, um domínio de bola e de espaço, impressionantes, num corpo da NBA.
Só um treinador corajoso, consciente, faria o que Telmo fez, só um jogador muito acima da média faria o que Ami fez, neste jogo, toda uma despesa de ataque e, simultaneamente, o primeiro, defesa em pressão alta, uma espécie de Romário no Barcelona, daquele senhor, holandês, que jogava com o 14 nas costas.
- Meu querido amigo, dê os parabéns ao seu conterrâneo, perdemos, mas ele e o meu querido amigo que sejam campeões
- Obrigado, Sr. Baptista, fico sem palavras...
Fico sem palavras para o Sr. Baptista mas não fico sem palavras para todos os Sportinguistas, de Santa Margarida que neste dia (feriado do Corpo de Deus) organizam, desinteressadamente, um convívio.
Um convívio em que alguns (chulos como eu) participam [no meu caso, normalmente, faço mais de 200 Kms, numa quinta-feira, dez euros de portagem, repito no dia a seguir] com vontade, com amor pelo clube, pela partilha e pela amizade que nos une.
Um grande «bem-haja» para os organizadores do convívio, um grande abraço para o Telmo...
(normalmente é o meu pai que me inscreve [e paga a inscrição] se eu for indesejado, digam-lho, por favor, não custa nada, tipo: o senhor pode vir, mas o estúpido do seu filho mais novo, não, não o queremos cá... fácil)
acrescentado em 2010.06.03, pelas 23H55
«Então comeu bem carissimo Pedro? A sardinhada estava boa? Só espero que não tenha acompanhado com coca-cola, pois isso seria um crime para com o tintol.Os gajos da "ALDEIA" (como voces dizem) são muito parvos, MAS FAZEM MUITA FALTA.
O ATENTO( para os verdadeiros, tenham calma que já falta pouco para nos encontrar-mos no açude de volta das minis)»

255/2010 - cunhal e a água suja do capitalismo

Bebíamos Coca-Cola se nos apetecesse. Se os netos estivessem de visita, havia sempre uma garrafa de dois litros no frigorífico e mais uma ou duas de reserva na despensa.
Seria Álvaro Cunhal monárquico?
(adoro esta lata de coca-cola azul e branca)
Toda a gente sabe que:
I’d like to teach the world to sing
In perfect harmony
I’d like to buy the world a Coke
And keep it company
That’s the REAL thing.
What the world wants today
Coca-Cola
Is the REAL thing

terça-feira, junho 01, 2010

254/2010 - a culpa é sempre dos outros

Há coisas que só vistas, contadas não têm graça.
Vou tentar contar, como se vos estivesse a mostrar, o acontecido.
Uma tipa pretende deslocar-se da Capela de Santo António (Constância-Sul) para a Portela, pega no seu blackberry, vai ao goole maps introduz as indicações e lá vai ela, contente da vida, a olhar para o blackberry (é tipo um telemóvel última geração ou melhor é um computador de bolso que permite telefonar) e para os mapas googlados, é atropelada.
De quem é a culpa? perguntarão
Da pessoa que a atropelou?
Dela própria que não ia a olhar para a estrada?
Claro que não, a culpa foi do google... era uma vez na América.
Nota final: Os percursos da google maps poderão ser úteis, só revela bom senso e inteligência utilizá-los, descarregá-los para o telemóvel, principalmente, no estrangeiro ou em locais que não conheçamos, nada contra, tudo a favor.
Agora o bom senso e a inteligência não podem ser só para os estudos, olhar para a estrada, ajuda, quando caminhamos.
não é o fim, nem o princípio do fim, é o fim do princípio